Avibras a beira da falência e enfrentando crise financeira: entenda a situação da Indústria bélica e a licença remunerada para 400 funcionários que tem parte financiada pelo BNDES.
Em meio a uma grave crise financeira, a Avibras, tradicional indústria bélica brasileira, colocou cerca de 400 trabalhadores em licença remunerada por tempo indeterminado. A medida, tomada em 3 de junho de 2024, afeta os funcionários da unidade de Jacareí, no interior de São Paulo, e levanta preocupações sobre a possível falência da empresa.
Segundo informações da mídia, a Avibras enfrenta desafios significativos que colocam sua sustentabilidade em risco, gerando apreensão entre os trabalhadores e a comunidade local.
Avibras a beira da falência enfrenta dívida milionária de R$ 600 milhões
A empresa, que passa por uma dívida de R$ 600 milhões e está em processo de recuperação judicial desde março de 2022, justifica a decisão como forma de reduzir custos e preservar a viabilidade do negócio. No entanto, a situação gera incerteza e preocupação entre os trabalhadores que passam por licença remunerada por tempo indeterminado e temem pelo futuro de seus empregos.
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Vale mencionar que, embora seja uma empresa privada da indústria bélica, a Avibras conta com o BNDES como um dos seus credores. Desta forma, em parte, dinheiro público está sendo usado para manter a Avibras a beira da falência, mesmo em um momento de crise.
A situação financeira da Avibras se agravou nos últimos anos, culminando em atrasos salariais preocupantes. Em março deste ano, cerca de 100 funcionários protestaram em frente à empresa, exigindo o pagamento dos salários atrasados. Atualmente, cerca de 800 trabalhadores estão em greve, enquanto os 400 funcionários em licença remunerada por tempo indeterminado também não recebem seus salários há mais de um ano.
Lula deseja manter a Avibras sob controle nacional
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou a ministros e assessores próximos que gostaria de manter a fabricante de equipamentos bélicos Avibras sob controle nacional. O governo não tem poder de decisão sobre a Avibras, que é 100% privada.
No entanto, diante do avanço de negociações para a transferência do controle acionário ao grupo australiano DefendTex, Lula pediu a auxiliares para entender como estaria o andamento do negócio da empresa da indústria bélica.
Segundo a CNN, que teve acesso a uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), do dia 22 de maio deste ano, que determina que a Avibras apresente esclarecimentos em “caráter de urgência” ao banco sobre tratativas de sociedade com a DefendTex. Lula convocou, no começo deste mês, uma reunião sobre a empresa.
O presidente quis ouvir de seus conselheiros o que enxergavam como caminho para a Avibras. Auxiliares relatam que o presidente se preocupa com os postos de trabalho gerados pela indústria e com a preservação da capacidade de inovação tecnológica da empresa em uma indústria considerada estratégica.
Conheça a Avibras
A Avibras Aeroespacial é a maior indústria bélica do país e foi fundada em 1961 por engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), de São José dos Campos (SP). Ela é uma das primeiras empresas nacionais a atender o setor aeroespacial.
A empresa desenvolve tecnologia para as áreas de Defesa e Civil. A organização foi uma das primeiras no Brasil a construir aeronaves, desenvolver e fabricar veículos espaciais para fins civis e militares.
Presente no mercado nacional e internacional, a empresa tem sede em Jacareí, no interior de São Paulo, e desenvolve diferentes motores foguetes para a Marinha do Brasil e para a Força Aérea Brasileira, além de produzir sistemas fixos ou móveis de C4ISTAR (Comando, Controle, Computação, Comunicação, Vigilância, Inteligência, Aquisição de Alvo e Reconhecimento) e Aeronave Remotamente Pilotada (ARP) – o Falcão.