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Indústria açucareira argentina busca inspiração no Brasil para desenvolver uma cana capaz de suportar geadas e pragas

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 07/10/2024 às 14:23
A indústria da Argentina almeja eficiência do Brasil para diversificar a produção na usina de cana e impulsionar a economia local.
Foto: Canva

A indústria da Argentina almeja eficiência do Brasil para diversificar a produção na usina de cana e impulsionar a economia local.

A indústria açucareira na Argentina está buscando inspiração no modelo do Brasil para se tornar uma das principais economias do país. O foco está na diversificação da produção no setor energético, especialmente na cana-de-açúcar. Recentemente, a usina esperava o anúncio de uma nova variedade de cana transgênica, que vem sendo desenvolvida há cerca de dez anos. Esta nova variedade de cana pode ser cultivada em regiões que enfrentam a escassez de chuvas.

Expansão e oportunidades para a indústria da cana

O presidente da Companhia Açucareira Los Balcanes, Jorge Rocchia Ferro, destacou que a nova variedade de cana é resistente ao glifosato e à seca.

Ele também mencionou que foram firmados acordos com o Brasil para desenvolver uma cana que suporte geadas e a praga Diatraea.

Ferro acredita que a implementação dessa tecnologia poderá aumentar significativamente a área agrícola, prevendo um investimento de cerca de US$ 2 bilhões em Tucumán, onde a usina está localizada.

A estratégia da indústria de cana na Argentina também envolve a ampliação da diversificação de usos da cana, reduzindo a dependência do consumo alimentar.

Essa dependência pode pressionar os preços do açúcar. Um dos focos dessa estratégia é aumentar a produção de bioetanol, um biocombustível que é misturado à gasolina.

Apesar de o bioetanol já estar presente no mercado argentino há muitos anos, a última década foi marcada por instabilidades devido às frequentes mudanças nas regulamentações que afetam a indústria.

Os produtores de cana enfrentam desafios com os preços que não cobrem os custos mínimos de produção.

Atualmente, os produtores de cana recebem cerca de 657 pesos por litro, um valor abaixo do necessário, que deveria ser acima de 900 pesos.

O setor de cana clama por um aumento no preço para pelo menos 720 pesos por litro. Esse número é considerado viável com o projeto de Lei de Biocombustíveis que está em discussão no Congresso.

Novas regras e expectativas para o setor

A proposta de nova legislação reduziria a influência da Secretaria de Energia na definição de preços, permitindo que esses preços fossem determinados por meio de licitações entre os participantes da cadeia produtiva da cana.

Além disso, a lei aumentaria progressivamente o percentual de mistura de bioetanol e abriria espaço para a entrada de novas empresas, como as petrolíferas.

O governador de Tucumán, Osvaldo Jaldo, expressou a necessidade de regras claras que promovam uma concorrência justa e equilibrada na indústria.

A indústria açucareira argentina, além de se focar na produção de açúcar para o mercado interno e exportação, também investe na utilização de resíduos da cana para gerar energia renovável.

Recentemente, foi inaugurado o quarto projeto de cogeração de energia elétrica a partir do bagaço da cana.

Após a extração do suco, a fibra seca é processada e utilizada para gerar vapor que movimenta turbogeradores, resultando em cerca de 20 MW de energia elétrica.

Essa energia gerada é suficiente para abastecer a planta industrial, e o excedente é injetado no sistema interligado nacional.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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