A Índia avança significativamente em energia renovável com a construção de uma usina híbrida eólica e solar no deserto, que, quando concluída, terá uma capacidade impressionante de 30GW.
Do coração do imenso deserto de sal, localizado na fronteira entre a Índia e o Paquistão, emerge um projeto ambicioso que promete se tornar o maior complexo de energia renovável do mundo até sua conclusão em 2027. Este projeto, conhecido como usina híbrida Khavda – nomeado em homenagem ao vilarejo mais próximo – combinará tecnologias eólicas e solares. De acordo com os responsáveis, a magnitude deste empreendimento será tão vasta que poderá ser visualizada do espaço.
Usina eólica e solar no deserto da Índia contará com US$ 2,26 bilhões de investimentos
No canteiro de obras, milhares de trabalhadores instalam pilares sobre os quais serão montados os painéis solares. Os pilares se erguem como cactos de concreto perfeitamente alinhados, que se estendem até onde a vista alcança.
Outros trabalhadores desenvolvem as fundações para instalação de grandes turbinas eólicas e também transportam material de construção, constroem subestações e instalam quilômetros de fios. Quando o projeto no deserto da Índia for finalizado, terá o tamanho aproximado de Singapura, estendendo-se por mais de 736 km². O governo do país estima que seu custo será de pelo menos US$ 2,26 bilhões (11,1 bilhões de reais).
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A mudança para as energias renováveis é uma questão essencial na conferência climática COP28, agora em curso. O que torna essa usina híbrida tão peculiar é o fato de estar sendo instalada bem no meio do Rann de Kutch, no estado de Gujarat, no oeste da Índia.
O Rann é um enorme deserto de sal e sapal que está a pelo menos 70 km de distância da habitação humana mais próxima, mas a apenas uma viagem curta em caminhão do exército de uma das mais tensas fronteiras internacionais do mundo, que separa dois países do Sul da Ásia.
Usina eólica e solar contará com 30 GW de potência
Quando a Associated Press visitou o parque de energia renovável, dois dias de fortes chuvas fora de época deixaram o solo lamacento e a água empoçada, uma vez que o único escoamento para a água nesse terreno acidentado é a evaporação.
Isso dificultou ainda mais a situação para os trabalhadores. Apesar das condições desfavoráveis, cerca de 4 mil trabalhadores e 500 engenheiros estão vivendo em acampamentos improvisados há quase um ano, atuando arduamente para colocar a usina híbrida no Deserto em funcionamento.
Uma vez concluída, a usina eólica e solar fornecerá anualmente 30 GW de energia renovável, suficiente para atender quase 18 milhões de residências indianas. Levando em conta que a Índia planeja instalar 500 GW de energia limpa até o fim da década e zerar as emissões líquidas até 2070, este projeto deve contribuir de forma significativa para a transição do país mais populoso do mundo rumo à energia sustentável.
Índia percorre um longo caminho até a usina eólica e solar
A cerca de 200 km do deserto onde a usina híbrida será instalada, na cidade industrial de Mundra, o Grupo Adani está produzindo as peças para a usina eólica e solar. É um dos poucos lugares na Índia onde a grande parte dos componentes de energia solar são produzidos a partir do zero.
Algumas das fábricas funcionam como laboratórios, com equipamentos de proteção, máscaras faciais e capacetes, para evitar as partículas de poeira que podem danificar as células solares.
A fábrica vizinha, de energia eólica, planeja produzir 300 turbinas por ano, com cada pá medindo aproximadamente 79 metros e pesando 22 toneladas. Cada turbina eólica tem capacidade de produzir 5,2 MW de energia limpa. Essas serão as maiores da Índia.