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Incrível! Japão lança o primeiro satélite de madeira do mundo e revoluciona a indústria espacial

Escrito por Lucas Carvalho
Publicado em 09/09/2024 às 11:36
satélite de madeira, industria espacial, Japão
Foto: U Kyoto

Surpreendente avanço: Japão constrói o primeiro satélite de madeira da história, marcando uma revolução sustentável na exploração espacial. Veja por que isso é um grande negócio!

O Japão, em parceria com a Universidade de Kyoto e a empresa Sumimoto Forestry, acaba de realizar um feito inédito na exploração espacial: a construção do primeiro satélite de madeira do mundo, o LignoSat.

O satélite será lançado em setembro a bordo de um foguete SpaceX a partir do Centro Espacial Kennedy, com destino à Estação Espacial Internacional (ISS). A novidade promete revolucionar a maneira como satélites são fabricados, trazendo benefícios significativos para o meio ambiente e a indústria aeroespacial.

Uma solução sustentável no espaço

A colaboração entre uma empresa florestal e uma universidade de renome no Japão não é algo comum no setor aeroespacial, mas pode marcar o início de uma nova era. O satélite de madeira, que levou quatro anos para ser desenvolvido, mede 10 centímetros em todas as direções sendo feito de magnólia, uma madeira escolhida após extensivos testes com diferentes tipos de madeira.

A ideia de usar madeira em satélites pode parecer estranha à primeira vista, mas há uma lógica por trás dessa escolha. De acordo com o astronauta e professor da Universidade de Kyoto, Takao Doi, “satélites que não são feitos de metal devem se tornar comuns“.

O material não apenas se mostrou resistente em condições espaciais, como também oferece uma solução ecológica para um problema crescente: o acúmulo de detritos espaciais.

Benefícios dos satélites de madeira no Espaço

Ao contrário dos satélites convencionais feitos de metal, o LignoSat oferece uma série de vantagens ao ser construído com madeira. Uma das principais é a sustentabilidade.

Quando satélites de madeira reentrarem na atmosfera terrestre, eles queimarão completamente, sem deixar resíduos prejudiciais, como é o caso dos satélites metálicos. Isso pode reduzir significativamente a quantidade de detritos espaciais que acabam poluindo o ambiente da Terra.

Outro benefício importante é que a madeira é transparente para muitos comprimentos de onda, o que significa que as antenas podem ser alojadas dentro da estrutura do satélite sem a necessidade de dispositivos externos.

Nos satélites metálicos, antenas externas são essenciais e precisam ser implantadas após o lançamento, um processo que pode falhar. O uso de madeira, portanto, simplifica o projeto dos satélites, tornando-os mais baratos e confiáveis.

O problema dos detritos espaciais

Com o crescimento exponencial no número de satélites lançados nos últimos anos, a questão dos detritos espaciais tem se tornado cada vez mais preocupante. Atualmente, há milhares de satélites orbitando a Terra, e muitos deles já estão inativos.

A falta de um sistema eficiente de descomissionamento significa que muitos desses satélites permanecem em órbita, contribuindo para o aumento da poluição espacial.

Os detritos espaciais representam um risco real para missões tripuladas e para a Estação Espacial Internacional (ISS). Mesmo pequenos pedaços de metal podem causar danos severos se colidirem com veículos espaciais ou a própria estação.

Além disso, esses detritos interferem nas observações astronômicas, gerando poluição luminosa que afeta telescópios terrestres e pesquisas científicas.

Com o uso de satélites de madeira, esse problema pode ser mitigado. Quando o LignoSat e outros satélites semelhantes completarem sua missão e forem desorbitados, eles se desintegrarão completamente na reentrada, eliminando o risco de poluição espacial e terrestre.

Testes e expectativas para o futuro

Antes de chegar ao espaço, o LignoSat passará por uma série de testes rigorosos para garantir sua resistência e durabilidade. Após seu lançamento, ele será monitorado na ISS, onde cientistas poderão verificar se o satélite suporta as grandes variações de temperatura e outras condições extremas do espaço.

A Sumimoto Forestry, empresa parceira do projeto, afirmou que dados serão enviados do satélite para pesquisadores, permitindo o monitoramento constante de sua performance.

Essa não é a primeira vez que a madeira é testada em condições espaciais. Dois anos atrás, os pesquisadores da Universidade de Kyoto expuseram três tipos de madeira ao ambiente externo da ISS por 10 meses. Os resultados foram promissores, pavimentando o caminho para a criação do LignoSat.

Se os testes forem bem-sucedidos, a expectativa é que, em poucos anos, satélites de madeira se tornem uma solução viável e amplamente utilizada. “Gostaríamos de criar um satélite, incluindo a parte do substrato eletrônico, inteiramente feito de madeira no futuro”, disse Takao Doi, ressaltando o potencial de inovação da tecnologia.

Um marco para a sustentabilidade espacial

O lançamento do LignoSat é um marco para a exploração espacial e para a sustentabilidade. À medida que o número de satélites em órbita continua a crescer, soluções como essa se tornam cada vez mais importantes para garantir que o espaço não se torne um depósito de lixo.

Ao utilizar materiais naturais e sustentáveis como a madeira, a indústria aeroespacial pode ajudar a proteger não apenas o espaço, mas também o meio ambiente terrestre.

Com o sucesso do satélite de madeira, o Japão prova mais uma vez que inovação e sustentabilidade podem andar de mãos dadas, mesmo nas fronteiras do espaço.

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Lucas Carvalho

Jornalista experiente com ampla atuação na cobertura de temas relacionados a petróleo, gás e energia renovável. Especialista em análises aprofundadas e tendências do setor, com enfoque em inovações tecnológicas e impacto ambiental. Autor de artigos relevantes na área.

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