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O asteroide que vale impressionantes US$ 10 mil quadrilhões está passando por uma transformação inesperada. Imagens recentes do telescópio JWST mostram que ele está enferrujando no espaço.
O espaço sempre nos reserva surpresas fascinantes, e uma delas é o asteroide (16) Psyche, que tem chamado a atenção não apenas da NASA, mas também de economistas e curiosos do mundo inteiro. Avaliado em impressionantes 10 mil quadrilhões, Psyche foi inicialmente estimado com um valor tão astronômico porque se acredita que ele seja composto majoritariamente por metais preciosos, como ferro, níquel e até mesmo ouro.
Essa composição metálica, muito diferente da maioria dos asteroides compostos por rocha e gelo, o torna uma verdadeira mina flutuante no espaço.
Com tamanha riqueza de recursos, uma fração dos metais de Psyche poderia, em teoria, revolucionar a economia global, injetando uma quantidade gigantesca de metais valiosos no mercado.
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No entanto, um novo dado sobre o asteroide vem surpreendendo os cientistas: o Psyche parece estar enferrujando, como mostram as mais recentes imagens captadas pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST).
O valor científico de Psyche para a NASA
Embora o valor monetário do asteroide seja alucinante, a NASA está mais interessada no que Psyche pode revelar sobre a história do nosso sistema solar.
Acredita-se que o asteroide seja, na verdade, o núcleo exposto de um protoplaneta, oferecendo uma oportunidade única de estudar um núcleo planetário de perto. Essa descoberta pode fornecer informações preciosas sobre os primeiros dias do sistema solar e como os planetas terrestres, como a Terra, se formaram.
Ao estudar Psyche, a NASA espera entender melhor os blocos de construção planetários. Essencialmente, a composição metálica de Psyche pode ser um espelho dos núcleos de planetas como o nosso, tornando-o uma verdadeira janela para o passado da formação planetária. Mas há um enigma: o asteroide parece ser muito mais complexo do que se imaginava inicialmente.
Novos dados e surpresas: Psyche não é tão metálico assim?
Até pouco tempo, a densidade de Psyche era estimada como extremamente alta, sugerindo que ele era rico em metais. No entanto, observações mais recentes revelam que sua densidade foi revisada para baixo. Isso indica que a composição de Psyche pode não ser tão metálica quanto se pensava, e que ele contém uma quantidade significativa de silicatos, minerais mais comuns em asteroides rochosos.
Além disso, os dados mais recentes do JWST trouxeram uma revelação ainda mais intrigante: a presença de hidroxila (OH) e possivelmente água (H2O) na superfície do asteroide.
Essas moléculas parecem estar reagindo com os metais do asteroide, levando à formação de ferrugem. A descoberta é surpreendente, porque não se esperava encontrar água em Psyche, o que levanta novas perguntas sobre sua história e origem.
Como a ferrugem está se formando em Psyche?
A chave para essa descoberta está nos diferentes comprimentos de onda de luz absorvidos pelas moléculas presentes em Psyche. Usando instrumentos avançados como o Near Infrared Spectrograph (NIRSpec) e o Mid-Infrared Instrument (MIRI) do JWST, os cientistas foram capazes de observar o asteroide em detalhes.
O resultado foi a detecção de uma característica de absorção de 3 micrômetros, que está tipicamente associada a moléculas de OH e H2O. Isso sugere que a superfície de Psyche não é puramente metálica, como se pensava.
Mas de onde vem essa água? Uma das hipóteses mais aceitas é que Psyche pode ter se formado além da linha de neve do sistema solar, uma região onde era frio o suficiente para que a água se condensasse em gelo.
Se essa hipótese for verdadeira, o asteroide pode ter migrado para sua posição atual no cinturão de asteroides, trazendo consigo vestígios de água. Outra possibilidade é que essa hidratação seja o resultado de impactos de outros asteroides ricos em água que colidiram com Psyche.
O futuro da exploração de Psyche
Embora as observações do JWST tenham revelado novas informações sobre Psyche, há ainda muitas perguntas sem resposta.
Para entender melhor esse enigmático asteroide, a NASA lançou, em outubro de 2023, uma espaçonave com destino a Psyche. A missão deverá chegar ao asteroide em meados de 2029 e promete fornecer um exame mais detalhado de sua superfície, composição e estrutura interna.
Com a ajuda de instrumentos de alta precisão, a missão da NASA poderá confirmar ou refutar muitas das hipóteses levantadas até o momento.
A mineração do asteroide, por enquanto, permanece apenas no campo da especulação, mas os dados científicos que Psyche pode fornecer prometem ser revolucionários, tanto para a ciência quanto para o futuro da exploração espacial.
