Estudo da gestora Atlantico revela cenário positivo com capital, talentos e regulação favorável, projetando uma valorização recorde para empresas de tecnologia na próxima década.
O ecossistema de inovação na América Latina vive um momento de recuperação e grande otimismo para 2025. Após um período de instabilidade, fatores como capital financeiro, talentos e um ambiente regulatório favorável voltam a impulsionar o crescimento. A projeção é de um avanço significativo, com enorme potencial de geração de valor.
O retorno do capital para a América Latina
Depois de anos voláteis, a América Latina voltou a atrair mais capital. O cenário para 2025 é muito positivo, aponta o estudo “Latin America Digital Transformation 2025”. Um exemplo claro é o Brasil, que hoje possui cerca de US$ 3 bilhões em dry powder – recursos já captados por fundos, mas que ainda aguardam investimento. Este é quase um nível recorde.
Embora alguns empreendedores sintam que o ritmo de investimento diminuiu, a razão não é a falta de dinheiro. A alocação de capital tornou-se mais lenta e seletiva. O ponto principal é que o capital existe e está em um nível saudável para o sistema crescer. O desempenho da região também se destaca: 20% dos fundos de venture capital da América Latina com retorno já gerado estão no top 5 global. Para o futuro, a projeção é de gerar algo entre US$ 300 bilhões e US$ 1,5 trilhão apenas com empresas de tecnologia nos próximos 10 anos.
-
A partir de 2026, os clientes da Uber poderão pedir voos em táxis aéreos elétricos e silenciosos da Joby Aviation direto no aplicativo
-
iPhone 17 chega ao Brasil, mas Xiaomi 14T surpreende com câmeras de cinema e preço acessível
-
Deixar notebook sempre na tomada não estraga a bateria, mas calor, ciclos de carga e uso inadequado podem reduzir vida útil em até 3 anos
-
Sucesso global: Samsung Galaxy A16 5G, versão 256GB + 8GB RAM com tela Super AMOLED, disponível no Brasil por R$ 1.259
Capital humano: o fator tempo e o ponto de inflexão
Muitos investidores perguntam o que falta para a região atingir seu pleno potencial. A resposta é tempo. O capital financeiro vai e vem, mas o desenvolvimento do capital humano é um ciclo mais longo. Um engenheiro de software, por exemplo, precisa de 10 a 15 anos para ganhar experiência, atingir a senioridade e, talvez, abrir sua própria empresa.
A boa notícia é que a América Latina está em um “ponto de inflexão”. O ciclo de formação de talentos de tecnologia começa a apresentar resultados. Isso cria um ciclo virtuoso: o capital humano atrai o capital financeiro, que por sua vez atrai mais capital humano, fomentando todo o ecossistema.
Adoção de inteligência artificial e o salto de produtividade
A adoção de Inteligência Artificial (IA) cresce na América Latina, mas de forma desigual. A tecnologia é muito presente na programação, mas menos utilizada em setores como vendas e recursos humanos. No entanto, o impacto da IA na produtividade é imenso, mesmo com uma adoção parcial, gerando um ganho muito maior em economias emergentes como o Brasil.
O estudo revela que 30% das startups da região se definem como nativas em IA (AI-native). Outras 41% são aprimoradas pela tecnologia (AI-enhanced), enquanto 22% são assistidas por IA.
Regulação como acelerador: o papel de destaque do Brasil
O ambiente regulatório é outro fator que acelera a inovação, com o Brasil sendo um protagonista. Projetos como Pix, Open Finance e o Drex (a moeda digital do Banco Central) têm feito a diferença.
O Brasil se posiciona como o primeiro país do mundo a desenvolver uma CBDC (Moeda Digital do Banco Central) que funciona como uma infraestrutura para transformar o sistema financeiro. Embora o Drex ainda enfrente desafios, o país está na vanguarda dessa corrida. Enquanto isso, empresas inovam e impulsionam a tokenização da economia.