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Impulsionado pela guerra da Ucrânia, que vem afetando diversos setores, projeto que reduz as tributações do frete marítimo é discutido pelo governo

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 13/03/2022 às 21:43
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Foto: Reprodução Google Imagens (via Agência CNI de Notícias)

Projeto de redução das alíquotas do frete marítimo ganha destaque no Congresso, mesmo diante da oposição do líder do governo, o presidente Jair Bolsonaro

Tem se fortalecido no Congresso o plano de redução de encargos no frete marítimo em razão da alta do preço dos combustíveis e da instabilidade no setor de fertilizantes. O plano conta com um corte no Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), cobrança sobre o transporte aquático nos portos brasileiros desenvolvida para abastecer o Fundo da Marinha Mercante (FMM). Porém, o governo tem se mostrado contra essa medida.

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De acordo com a matéria original do Broadcast, a iniciativa de corte desse imposto sobre o frete marítimo deve diminuir os custos de importação, com impactos nos insumos presentes no agronegócio nacional. Ela conta com duas frentes: em uma, o governo planeja divulgar decreto para diminuir em aproximadamente 30% as alíquotas do encargo; já na outra, há uma movimentação para alterar a interdição do presidente Bolsonaro, que vetou o corte já aprovado dentro do projeto de estímulo à cabotagem, o BR do Mar.

Nesse sentido, o Planalto afirmou logo em janeiro que já não possuía orçamento suficiente para legalizar a diminuição nas alíquotas do AFRMM.

A previsão é que o Congresso avalie a decisão de Bolsonaro durante a semana. Assim, a Frente Nacional da Agropecuária (FPA), uma das bancadas mais influentes do Parlamento, irá se dedicar a derrubar o veto acerca do corte da cobrança sobre o frete marítimo.

Decisão do governo Bolsonaro de vetar o projeto

Quanto aos tributos no frete marítimo nacional, a questão mais crítica é a cobrança em cima da navegação de longo curso, que atualmente é de 25% e extremamente atacada pelo agronegócio. A partir da redução, essa alíquota chegaria a cerca de 16%. Já a proposta do BR do Mar é mais extrema: com ela, a cobrança seria de apenas 8%. Desse modo, a diferença entre as propostas pode abrir brecha para o veto do presidente continuar no foco de setores do Congresso.

A interdição da redução do AFRMM foi inesperada em janeiro, levando em conta que o resultado positivo das diminuições tinha sido ressaltado pelo Ministério da Economia pouco tempo antes, em declaração técnica da Secretaria de Política Econômica (SPE). Na nota, publicada em seguida à aprovação do BR do Mar pelo Congresso, o ministério ponderou que a contração poderia abater, no mínimo, 4% do preço dos produtos da cesta básica, favorecer a importação, reduzir custos na produção interna e afetar o PIB em até 0,2%.

Mobilização

Tendo em vista a pressão sobre os valores dos alimentos e fertilizantes, áreas atingidas pela tributação se mobilizam para recuperar a redução nas alíquotas. A ação tem apoio da FPA, que atuará pela derrubada do veto do governo, conforme informou ao jornal Estadão Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), deputado que integra a bancada. Ainda, a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) enfatizou que o corte na alíquota diminui o preço de fertilizantes, produto que sofreu muitos impactos com o conflito na Ucrânia e tem gerado tensão no meio agrícola do Brasil.

Entretanto, dentro do governo existe um grupo de técnicos que são favoráveis a uma redução imposta somente no frete marítimo da navegação de longo curso. Dessa forma, a irrigação do FMM não sofreria impactos bruscos, diminuindo objeções da indústria naval.

A decisão do governo acerca do veto no BR do Mar deve ser colocada em discussão durante reunião na segunda-feira, dia 14 de março, quando o Planalto deve estabelecer sua posição sobre as pautas necessárias para a próxima conferência do Congresso, estimada, inicialmente, para o dia 16 de março.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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