Rodovia é leiloada por R$ 8 bilhões e terá pedágios elevados, que ultrapassarão R$ 55 após a instalação de novas praças. Concessionária promete duplicar e modernizar a via, mas os altos custos preocupam os motoristas.
Com um leilão que movimentou bilhões de reais, uma das principais rodovias do Brasil, conhecida como Rota do Zebu, agora está sob nova concessão, e os motoristas terão uma surpresa nos pedágios.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) realizou o leilão da BR-262, que liga Betim, em Minas Gerais, a Uberaba, no Triângulo Mineiro, e a partir de agora, quem atravessar o trajeto enfrentará tarifas mais altas e algumas mudanças na estrutura da via.
No evento de concessão, a empresa Rotas do Brasil levou o contrato de 30 anos para operar e manter a rodovia, arrematando a concessão ao oferecer uma redução de 15,3% sobre o valor inicial do pedágio proposto.
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Ainda assim, o valor final não sai barato: os motoristas vão pagar mais de R$ 55,49 para atravessar o trecho, uma alta considerável em relação aos R$ 30,40 atuais.
Nova concessão prevê mudanças no pedágio e aumento no valor
De acordo com o edital, seis praças de pedágio vão compor o trajeto entre Betim e Uberaba, quatro delas já em funcionamento e duas ainda em fase de construção nas cidades de Nova Serrana e Araxá.
Até que essas novas praças sejam concluídas, a tarifa passará de R$ 30,40 para R$ 38,39, um aumento de 26,28% sobre o valor atual.
Depois, com as praças adicionais, o custo subirá para R$ 55,49, uma alta de 82,53% no total.
A praça de pedágio na cidade de Luz, no centro-oeste mineiro, será a mais cara do trecho, e a ANTT também indicou que os usuários frequentes poderão contar com um desconto progressivo para viagens repetidas no mesmo mês, além de descontos para quem utiliza pagamentos automáticos por TAGs.
Conforme informou a ANTT, a intenção é aliviar um pouco o impacto para os motoristas locais, mas a economia para quem utiliza o trajeto esporadicamente será limitada.
Leilão teve disputa e desconto no pedágio
Durante o leilão, a disputa para assumir a BR-262 foi acirrada entre a Rotas do Brasil e o BTG Pactual, ambos oferecendo cortes no valor do pedágio estipulado pela ANTT.
A Rotas do Brasil venceu com uma proposta de desconto de 15,3%, derrubando o preço de R$ 65,54 para aproximadamente R$ 55,49.
Esse corte foi determinante para que a empresa saísse vitoriosa, levando o contrato de concessão com a promessa de investimentos bilionários na rodovia.
A Rotas do Brasil, que agora assume a administração, é uma parceria entre o fundo de investimento Kinea e o Grupo Way Brasil, uma empresa já experiente em projetos de infraestrutura rodoviária.
A concessão traz grandes responsabilidades e exige investimentos massivos em melhorias e manutenção da via.
Investimentos bilionários e melhorias na rodovia
Conforme o novo contrato, a concessionária deverá investir mais de R$ 8,54 bilhões em obras e manutenção da BR-262 ao longo dos 30 anos de concessão.
O investimento será distribuído entre R$ 4,39 bilhões em projetos de infraestrutura de longo prazo e R$ 4,14 bilhões destinados a operações e manutenção contínua da rodovia.
Entre as obrigações da concessionária estão a duplicação de 44,3 quilômetros de pista e a construção de 169 quilômetros de faixas adicionais, oferecendo mais segurança e fluidez ao tráfego na região.
O plano inclui ainda outras estruturas de suporte: 3,6 quilômetros de vias marginais, a construção de um Ponto de Parada e Descanso (PPD), 17 passarelas de pedestres, 100 pontos de ônibus e três passagens de fauna, visando minimizar o impacto ambiental nas áreas de preservação próximas à rodovia.
Concessão estratégica para a exportação de pecuária no Brasil
A Rota do Zebu, apelidada assim por atravessar uma importante região para a pecuária brasileira, é estratégica para o transporte de produtos e mercadorias, ligando o interior de Minas Gerais a regiões exportadoras.
Com a renovação da concessão, o governo brasileiro espera modernizar a infraestrutura da BR-262, atraindo mais investimentos e fortalecendo o setor de exportação agropecuária.
A concessão da Rota do Zebu integra um conjunto de projetos que o governo brasileiro vem realizando para modernizar e privatizar estradas antigas, muitas das quais apresentavam problemas de manutenção e segurança.
De acordo com especialistas, essa reestruturação do modelo de gestão das rodovias brasileiras faz parte de uma política de longo prazo para atrair mais investimentos privados e aumentar a competitividade do transporte terrestre no Brasil.
Embora os investimentos tragam expectativas de melhorias, o novo valor dos pedágios representa um peso maior para quem trafega regularmente na região.
A concessão reforça a presença de empresas privadas na infraestrutura viária brasileira, uma tendência que vem sendo incentivada nos últimos anos com o objetivo de promover melhorias e reduzir os problemas que afetam a malha rodoviária do país.
Com o reajuste de preços, fica a pergunta: será que o valor dos pedágios realmente se justifica? Qual sua opinião sobre os aumentos, e como você vê o impacto dessas concessões privadas na qualidade das rodovias brasileiras?