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Impacto do novo preço do gás na indústria ceramista do Paraná: possíveis demissões e impactos na economia estadual.

Escrito por Corporativo
Publicado em 31/07/2024 às 15:21
combustível, gás natural
Nova reestruturação tarifária de gás para a indústria ceramista no Paraná pode levar a demissões e prejudicar a economia estadual’. – FOTO: ©2024|Glaucia Ferreira/b>

Compagas propõe reestruturação tarifária do gás no Paraná, extinguindo a tarifa ceramista e ameaçando o número de empregos gerados pelas indústrias cerâmicas locais.

A nova premissa de tarifação do gás, direcionada à indústria ceramista no Paraná, afetará diretamente a estabilidade de empregos e a receita fiscal do estado.

Segundo a Roca Brasil Cerámica, a modificação tarifária sugerida pela Compagas, aplicável a partir de 1º de agosto, ameaça a manutenção das atividades industriais ceramistas no Paraná. Este ajuste pode prejudicar ainda mais as operações, particularmente devido ao aumento dos custos com gás natural. Essa mudança tarifária poderá resultar em consequências severas para a economia regional.

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Campo Largo, 31 de julho de 2024 – Presente há 72 anos no Paraná, a Roca Brasil Cerámica, empresa que faz parte do grupo mexicano LAMOSA e lidera as marcas Roca Cerámica e Incepa, vê com grande preocupação a proposta de reestruturação tarifária da Companhia Paranaense de Gás (Compagas). A nova estrutura tarifária trará inúmeros danos tanto para a indústria ceramista do estado quanto para a economia regional, afetando significativamente o número de empregos gerados por essas empresas.

Impacto da Reestruturação Tarifária

Essa análise é decorrente da proposta da Companhia Paranaense de Gás (Compagas), empresa privada que faz a distribuição de gás no Paraná. A medida proposta elimina a tabela de preços específica para o segmento cerâmico, tratando-o da mesma forma que outros setores industriais. Segundo Sergio Wuaden, managing director da Roca Brasil Cerámica, essa decisão resultará em demissões e na consequente redução da renda dos trabalhadores paranaenses. Ele enfatiza que ‘oferecer o mesmo tratamento para a operação ceramista e setores completamente distintos será um golpe mortal para a viabilidade das atividades no Paraná‘.

Wuaden também destaca que os altos preços historicamente praticados pela Compagas têm gerado muitos impasses na definição de uma política tarifária eficiente para a indústria paranaense.

Altos Custos e Competitividade

Nos últimos anos, os valores tarifários acima da média nacional já afetavam a competitividade da indústria paranaense tanto no mercado local quanto nas exportações, desestimulando investimentos em atualização tecnológica e expansão da capacidade produtiva. Contudo, ao propor a extinção da tarifa ceramista, atualmente sob análise da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná (Agepar), a Compagas ignora o histórico de negociações e elimina a chance de recuperar parte da competitividade perdida ao longo dos anos.

Para a produção cerâmica, o gás natural representa aproximadamente 30% do custo total, enquanto para outros setores esse percentual é muito menor. Caso a reestruturação tarifária seja aprovada pela Agepar, a Roca Brasil Cerámica e outras indústrias do setor no Paraná enfrentarão um aumento de cerca de 7% nos valores de gás aplicados. Além disso, a parcela da margem destinada à distribuidora de gás aumentou em 22,3%. ‘Claramente, há espaço para reduzir essa margem em até 35%’, avalia Wuaden.

De acordo com ele, a postura da Compagas revela uma visão estratégica limitada, que não reconhece a importância do gás para o desenvolvimento da indústria estadual, resultando na eliminação de empregos diretos e na desestruturação econômica das comunidades locais que dependem dessa renda.

Dificuldades Históricas

O histórico de relacionamento entre a Roca Brasil Cerámica e a Compagas é marcado por sucessivos desacordos em reconhecer a importância do setor cerâmico para a economia do Paraná. No final dos anos 90, a conversão da matriz energética dos ceramistas de Campo Largo para o gás natural foi crucial para viabilizar operações da Compagas. Porém, com o passar dos anos, essas contribuições foram esquecidas, assim como as recentes negociações entre a distribuidora e a Roca Brasil Cerámica.

Em 2021, quando a empresa anunciou a ampliação do parque fabril localizado em Campo Largo, a Compagas concordou em antecipar os benefícios decorrentes da renovação do contrato de concessão, resultando em uma redução tarifária para apoiar os investimentos que fortaleceram a economia regional e a arrecadação estadual. Contudo, ao suprimir o preço destinado aos ceramistas, essa condição foi eliminada. ‘Sabemos que estados como Bahia e Santa Catarina continuam oferecendo essas condições especiais para indústrias locais, enquanto no Paraná estamos em risco de perder essas vantagens e agravar a situação do nosso setor’, analisa Wuaden.

Monopólio e Regulação

Wuaden também expressa preocupação com o crescente monopólio na distribuição de gás por poucas empresas privadas. ‘Esse é um risco iminente que necessita de regulação forte e efetiva para controlar o apetite dessas empresas por margens de lucro excessivas‘, adverte ele, acrescentando que sem políticas adequadas, altas tarifas impactarão negativamente o desenvolvimento industrial do Brasil e a geração de emprego e renda.

Sobre a Roca Brasil Cerámica

A Roca Brasil Cerámica, que lidera as marcas de revestimentos Roca e Incepa, faz parte do Grupo LAMOSA, uma empresa mexicana com atuação global na fabricação e comercialização de revestimentos cerâmicos e adesivos. Após sua aquisição em 2021, a empresa passou a integrar uma história de mais de 130 anos no setor de construção, com operações em 9 países e 33 centros de produção nas Américas e Europa.

Inovação e Sustentabilidade

O Grupo LAMOSA é líder de mercado e o segundo maior fabricante mundial de revestimentos cerâmicos, com uma capacidade instalada anual de mais de 280 milhões de m². Inovação, tecnologia de ponta e alta qualidade são os pilares que guiam a Roca Brasil Cerámica, consolidando sua posição como uma das maiores fabricantes de revestimentos cerâmicos do mundo.

O constante investimento em tecnologia permite à empresa oferecer um portfólio robusto que segue as tendências da arquitetura e construção, mantendo-se totalmente em conformidade com os padrões técnicos. Em 2016, a Roca Brasil Cerámica se tornou a primeira empresa das Américas a adquirir a supercompactadora Contínua+. Em 2018, lançou o mercado de Superformatos com revestimentos de grandes dimensões, revolucionando a indústria cerâmica e o mercado de arquitetura e construção.

Responsabilidade Ambiental

Em 2019, a empresa foi pioneira na análise do ciclo de vida de seus produtos, monitorando os impactos ambientais de sua produção. Entre as melhorias alcançadas entre 2021 e 2022, inclui-se a redução de 3% no consumo de água e de 5% no consumo de energia por m² produzido, destinação de 95% dos resíduos para reuso ou reciclagem, e a substituição do coque de petróleo por biomassa, um combustível renovável.

Essas ações refletem o compromisso da Roca Brasil Cerámica com a sustentabilidade, colocando-a como uma referência no setor cerâmico mundial.

Fonte: © Glaucia Ferreira

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