As sanções do Ocidente impulsionaram o crescimento econômico da Rússia. No Fórum Empresarial de Energia Rússia-China, Sechin afirmou que a reestruturação das rotas para os mercados da Ásia-Pacífico e as exportações de hidrocarbonetos fortaleceram a estabilidade econômica russa.
As sanções impostas pelo Ocidente tiveram um efeito surpreendente na economia russa. Segundo o CEO da Rosneft, uma das principais petroleiras da Rússia, essas medidas não enfraqueceram o país como esperado, mas sim impulsionaram a economia de formas inesperadas.
No recente Fórum Empresarial de Energia Rússia-China, Sechin destacou que a reorganização dos canais de exportação para os mercados da Ásia-Pacífico e o incremento nas vendas de hidrocarbonetos promoveram um significativo crescimento econômico no país. Ele acredita que essa reestruturação contribuiu para a estabilidade econômica russa, solidificando a presença da Rússia como um importante player global no setor energético. A adaptação rápida das estratégias comerciais russas surpreendeu muitos analistas internacionais.
Eficácia da Pressão Econômica do Ocidente
Igor Sechin, CEO da gigante petrolífera russa Rosneft, fez uma análise acentuada sobre a abordagem das potências ocidentais em relação à economia da Rússia e da China. Segundo Sechin, essas potências superestimaram significativamente o impacto da pressão financeira que exerceram sobre esses países, o que acabou causando o efeito contrário e promovendo o crescimento nas economias e no comércio bilateral entre Rússia e China.
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‘Gostaria de ressaltar que o Ocidente, desde o início, exagerou a eficácia de suas medidas de pressão sobre as potências econômicas que são a Rússia e a China. Por exemplo, no último ano, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou suas previsões para o crescimento do PIB da Rússia quatro vezes, subindo a estimativa em cada ocasião’, afirmou Sechin.
Surpreendente Crescimento do PIB
Segundo Sechin, no final do ano, o PIB da Rússia cresceu em quase 6 pontos percentuais além das expectativas originais. Esta revelação foi feita durante seu discurso na abertura do VI Fórum Empresarial de Energia Rússia-China, onde enfatizou a cooperação entre Rússia e China, mesmo ‘sob uma pressão sem precedentes’ das potências ocidentais.
‘Apesar de todos os esforços para conter o crescimento econômico de nossos países, os resultados foram exatamente o oposto. Os índices de crescimento do PIB da China (5,2% em 2023) e da Rússia (3,6% em 2023) superam consideravelmente os dos países ocidentais e a média global’, afirmou Sechin durante sua intervenção em Moscou.
Sechin incluiu ainda uma análise sobre a economia chinesa. ‘Embora observadores ocidentais frequentemente prevejam uma desaceleração inevitável, o FMI estima que a China contribuirá com 21% para o crescimento econômico mundial nos próximos cinco anos, superando a contribuição combinada de todos os países do G7 (20%)’.
Estabilidade Econômica e Desafios Externos
Ainda nesse contexto, Sechin destacou que a estabilidade econômica da Rússia foi fortalecida pelo contínuo fornecimento de hidrocarbonetos e pela reestruturação das rotas de exportação para os mercados da Ásia-Pacífico. Ele enfatizou que a economia russa conseguiu superar com sucesso os desafios externos e demonstrou uma alta capacidade de adaptação frente às sanções sem precedentes impostas pelo Ocidente.
‘O crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2024 atingiu 5,4% em comparação com o ano anterior, enquanto o índice de produção industrial cresceu 5,6%. Sem dúvida, o ajuste das rotas logísticas para os mercados da Ásia-Pacífico e a estabilidade nas exportações de petróleo foram fundamentais para assegurar a sustentabilidade da economia russa’, apontou Sechin.
Mercados Asiáticos e Energias Limpas
Para Sechin, os líderes ocidentais estão atentos aos sucessos da Rússia e da China e buscam deter seu desenvolvimento. Ele citou como exemplo as barreiras impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia sobre bens e componentes no campo das energias limpas vindos da China.
Ele também comentou que o crescimento econômico da China está alinhado com uma crescente demanda por fornecimentos energéticos confiáveis e seguros, que a Rússia é capaz de suprir. ‘A Agência Internacional de Energia (AIE) projeta que o consumo chinês de hidrocarbonetos líquidos aumentará 9% até 2030′, adicionou Sechin.
Comércio Energético e Cooperação Russo-Chinesa
Sechin destacou ainda que a cooperação entre Rússia e China no setor energético é facilitada pela posição geográfica de ambos os países e seu papel significativo no mapa energético global. A Rússia é responsável por 11% da produção mundial de hidrocarbonetos líquidos, enquanto a China consome 16% do total global.
Nos primeiros seis meses deste ano, as exportações russas de energia para a China chegaram a cerca de 46 bilhões de dólares, um aumento anual de 4%. A participação da Rússia nas importações de energia da China, em termos de valor, alcançou 20%, subindo de 13% em 2021.
Declínio do Dólar e Comércio em Moedas Nacionais
O CEO da Rosneft também mencionou uma mudança significativa na moeda utilizada no comércio internacional. ‘Temos visto um declínio no papel do dólar americano no comércio global, evidenciado pela recente adoção do yuan pela China. Em setembro do ano passado, o yuan ultrapassou o euro pela primeira vez nas liquidações comerciais via SWIFT’.
Sechin prosseguiu, destacando que o yuan também superou pela primeira vez o dólar americano nas liquidações internacionais da China, atingindo uma participação de 53%. Rússia e China avançaram rapidamente para liquidações em moedas nacionais, com essa prática representando mais de 90% até o fim de 2023.
Fonte: João Manuel