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Imagens inéditas de uma misteriosa rede de metrô que atravessa Moscou — Construção secreta iniciada durante o governo de Stalin na década de 1950!

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 19/10/2024 às 09:58
misteriosa rede de metrô que atravessa Moscou
Foto: Reprodução

Durante o governo de Stalin, na década de 1950, uma rede de metrô misteriosa começou a ser construída em Moscou

O metrô de Moscou é famoso por suas belas e luxuosas estações, consideradas verdadeiras obras de arte. No entanto, poucos sabem da possível existência de uma rede paralela e secreta de metrô, envolta em mistério e especulações. Essa linha subterrânea, codinome D-6, foi supostamente construída na época de Stalin, durante a Guerra Fria, e continua sendo um enigma para muitos.

A origem do D-6: Uma rede de metrô secreta da era Stalinista

metrô

A construção da rede de metrô secreta teria começado na década de 1950, quando Joseph Stalin governava a União Soviética com punhos de ferro. O contexto da Guerra Fria e a necessidade de proteger a liderança soviética em caso de ataque nuclear podem ter motivado a criação desse projeto.

O nome “Metro-2” também é usado para se referir a esse sistema, e especula-se que ele esteja localizado entre 50 e 200 metros abaixo da superfície.

Ao longo dos anos, a existência do D-6 foi amplamente considerada uma lenda urbana, desmentida por muitos. Porém, em 1991, um relatório do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, intitulado “Forças Militares em Transição“, mencionou a rede secreta, trazendo novas luzes à questão.

“Os soviéticos construíram um subterrâneo profundo tanto na área urbana de Moscou quanto fora da cidade. Essas instalações são interconectadas por uma rede de linhas de metrô profundas interconectadas que fornecem um meio rápido e seguro de evacuação para a liderança. 

A liderança pode se mover de seus escritórios em tempos de paz por entradas ocultas em alojamentos de proteção abaixo da cidade. Existem importantes postos de comando subterrâneos profundos na área de Moscou, um localizado no Kremlin. 

A imprensa soviética notou a presença de um enorme bunker subterrâneo de liderança adjacente à Universidade Estadual de Moscou. Essas instalações são destinadas à autoridade de comando nacional em tempos de guerra. Estima-se que tenham entre 200 m (660 pés) e 300 m (980 pés) de profundidade e podem acomodar cerca de 10.000 pessoas.”

O documento apontava que a URSS havia construído um complexo subterrâneo profundo, interligado por uma linha de metrô, que permitiria à liderança soviética se deslocar em segurança durante tempos de guerra.

Evidências oficiais e relatos de autoridades russas

A primeira confirmação pública sobre a rede D-6 não veio de fontes russas, mas sim desse documento norte-americano. Segundo o relatório, a rede conectava o Kremlin a postos de comando subterrâneos profundos, alguns com capacidade para acomodar até 10.000 pessoas.

Havia também a possibilidade de evacuação da liderança por meio de entradas ocultas, diretamente ligadas aos escritórios em Moscou.

Entretanto, as primeiras informações oficiais russas sobre o Metro-2 surgiram apenas em 2004, quando Vladimir Shevchenko, ex-assessor de Gorbachev, Yeltsin e Putin, reconheceu a existência da linha subterrânea.

No entanto, ele minimizou sua importância, afirmando que as comunicações subterrâneas foram amplamente exageradas. Segundo Shevchenko, havia, de fato, uma linha ferroviária de via única que conectava o Kremlin a uma dacha de Stalin em Volynskoye, mas que já não estava em uso.

Em 2007, a agência de notícias russa Tass mencionou brevemente a rede D-6, confirmando que ela estava sob o controle do FSB, o serviço de inteligência russo.

O então diretor do Metrô de Moscou, Dmitry Gaev, chegou a sugerir que os túneis poderiam ser utilizados para aliviar o sistema de transporte da cidade. No entanto, a decisão caberia às autoridades responsáveis pela segurança nacional.

As especificações do D-6: Equipamentos e estrutura

Outra imagem de uma suposta estação da rede secreta D-6 do metrô de Moscou, fotografada em 26 de agosto de 2001 (Fonte: 
nashtransport.ru ).

Pouco se sabe sobre o que, de fato, existe dentro dessa misteriosa rede. Algumas fotos supostamente ligadas ao D-6 foram divulgadas em 2012 no site nashtransport.ru, especializado em transporte russo.

As imagens mostram túneis e portões blindados, que serviriam para proteger os acessos e seções dos túneis, transformando-os em abrigos nucleares durante emergências.

O material circulante utilizado na rede D-6 também foi detalhado por especialistas. Entre os veículos, destacam-se locomotivas elétricas a bateria e vagões de metrô Ezh6, fabricados pela empresa Metrowagonmash.

Segundo relatos, em 2003, o governo russo encomendou trens a diesel especialmente para essa linha, com motores localizados sob o piso e compatíveis com as normas Euro-3.

O futuro do D-6: Utilização ou abandono?

Um dos túneis da rede secreta do metrô D-6 em Moscou. Assim como as fotos anteriores, esta foi tirada em 26 de agosto de 2001 (Fonte: 
nashtransport.ru ).

Atualmente, pouco se sabe sobre o estado operacional do D-6. Em entrevistas de ex-funcionários do governo russo, como Mikhail Poltoranin, ex-ministro de Boris Yeltsin, a linha secreta é descrita como uma rede de túneis extensa, criada para proteger as forças nucleares do país e abrigar a liderança soviética em caso de guerra.

Poltoranin afirmou que a rede possui ramificações que se estendem até os arredores de Moscou, permitindo que o comando soviético se distanciasse do epicentro de um ataque nuclear.

Além disso, Svetlana Razina, porta-voz do metrô de Moscou, declarou em 2008 que motoristas foram recrutados para operar rotas secretas da rede subterrânea, embora poucos tenham sido selecionados.

Ela também mencionou que esses túneis eram usados por trens curtos, compostos por locomotivas elétricas a bateria e um único carro de passageiros.

Um mistério que continua

Outra escotilha de proteção hermética no D-6. Não há dados sobre a data em que a foto foi tirada (Fonte: 
nashtransport.ru ).

O Metro-2, ou D-6, permanece um dos maiores mistérios relacionados à infraestrutura da Rússia. Embora algumas autoridades tenham reconhecido sua existência, a rede continua envolta em segredos e especulações. A ausência de mapas oficiais e a restrição de acesso a esses túneis tornam quase impossível para o público saber com precisão onde eles estão localizados e qual é sua real extensão.

Fotos publicadas em sites especializados sugerem que a rede é composta por portões herméticos, semelhantes aos encontrados em outras redes de metrô construídas durante a era soviética. Esses portões são projetados para criar seções estanques, capazes de resistir a ataques nucleares e abrigar milhares de pessoas em caso de necessidade.

Embora alguns especialistas defendam a utilização desses túneis para aliviar o sistema de transporte de Moscou, a decisão final permanece nas mãos das autoridades de segurança do país. Entretanto, com o avanço das tecnologias de defesa e as mudanças no cenário geopolítico, o D-6 pode acabar se tornando apenas uma relíquia da Guerra Fria.

A história do D-6 e sua possível utilidade futura é um tema que desperta o interesse de muitos. Se você quer saber mais sobre a infraestrutura subterrânea de Moscou ou sobre outros mistérios relacionados à Rússia, continue acompanhando nossas reportagens! Afinal, segredos como o do Metro-2 podem nos revelar muito sobre o passado e o futuro da segurança global.

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Fabio Lucas Carvalho

Sou jornalista atuante desde 2015, especializado em uma ampla gama de temas, incluindo política, economia, empregos e tecnologia. Ao longo dos anos, publiquei mais de 10 artigos em portais de renome, trazendo análises aprofundadas e informações relevantes para os leitores. Além da minha carreira no jornalismo, sou formado em Gestão em Tecnologia da Informação pela Facape, o que me permite integrar uma visão técnica em muitas das minhas publicações. Caso tenha dúvidas, sugestões de pauta ou queira reportar algum erro, sinta-se à vontade para me contatar através do e-mail flclucas@hotmail.com. Por gentileza, note que não aceitamos currículos.

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