Ibama aprova embarcações da Petrobras para operação na Foz do Amazonas, mas perfuração só começa após simulação obrigatória de emergência ambiental.
A Petrobras recebeu a aprovação do Ibama para utilizar seis embarcações no Plano de Emergência Individual (PEI) da perfuração do bloco FZA-M-59, localizado na bacia da Foz do Amazonas. A autorização foi concedida no dia 29 de julho, após vistorias realizadas no início do mês. No entanto, a estatal ainda depende da licença ambiental definitiva para dar início à perfuração em águas profundas, o que tem gerado preocupação diante do cronograma apertado.
A liberação parcial representa um avanço importante, mas a etapa essencial para o início da operação — a Avaliação Pré-Operacional (APO), um simulado de emergência para vazamento de petróleo — ainda não tem data marcada.
A indefinição pode impactar diretamente os planos da Petrobras, que tenta evitar atrasos diante da proximidade do vencimento do contrato da sonda de perfuração.
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Ibama libera embarcações da Petrobras com recomendações técnicas
Após inspeções realizadas entre os dias 7 e 13 de julho, o Ibama autorizou o uso das embarcações C-Viking, C-Warrior, Corcovado, Ilha das Flechas, Mr. Sidney e Ms. Virgie. Apesar da aprovação, o relatório final do instituto ambiental trouxe sugestões de melhorias.
Entre as orientações, foi destacada a importância da manutenção contínua dos braços aspersores de dispersantes — equipamentos utilizados para conter possíveis vazamentos de óleo. Essa exigência busca reforçar a segurança e minimizar os riscos ambientais durante as atividades marítimas.
Petrobras tenta antecipar reunião, mas Ibama mantém cronograma
Com pressa para iniciar a operação, a Petrobras solicitou a antecipação da reunião sobre a APO, marcada para 12 de agosto. A estatal chegou a pedir, em 24 de julho, que o encontro fosse antecipado para o dia 4. No entanto, o Ibama negou o pedido no dia seguinte.
Essa tentativa refletiu a preocupação da empresa com o tempo disponível para executar a perfuração, considerando que o contrato de locação da sonda vence em outubro e cada poço pode levar de quatro a seis meses para ser perfurado.
Estrutura já mobilizada reforça preparo da Petrobras
Mesmo antes da liberação final, a Petrobras já posicionou parte de sua estrutura logística. A empresa mobilizou o navio-sonda NS-42, da Foresea, que está na costa do Pará, além de três helicópteros, seis embarcações de emergência e seis embarcações voltadas ao atendimento da fauna em caso de incidente.
Também foram preparados dois Centros de Atendimento à Fauna — um em Oiapoque (AP) e outro em Belém (PA) —, com equipes especializadas para atuar em situações de emergência ambiental.
Licença ambiental ainda é o principal entrave para início da perfuração
Embora a aprovação das embarcações represente um passo positivo, o início da perfuração depende exclusivamente da licença ambiental emitida pelo Ibama, que só será concedida após a realização bem-sucedida da APO.
De acordo com a Superintendência de Exploração da Petrobras, a campanha prevê a perfuração de, no mínimo, oito poços no bloco FZA-M-59. A expectativa é que a simulação ocorra ainda em agosto, mas sem uma data confirmada, o cenário segue indefinido.