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O avanço da inteligência artificial e a necessidade de energia renovável moldam o futuro dos data centers
Vivenciamos uma corrida acirrada pela introdução de novas soluções tecnológicas na sociedade, impulsionada por diversos fatores como o avanço da ciência, a crescente demanda por inovação e a necessidade de responder a desafios globais, como as mudanças climáticas e a desigualdade social.
É fácil dizer que 2023 foi o ano da inteligência artificial (IA), especialmente a IA generativa. Ajustar-se às suas demandas e explorar o seu potencial serão grandes tarefas para a indústria de data centers em 2024, juntamente com o tratamento de questões relacionadas à escassez de energia.
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As empresas continuam a adotar a computação em nuvem, recalibrar implementações e se envolver na transformação digital. Contudo, o principal impulsionador da demanda por data centers nos próximos anos será a IA. Projeções indicam que, para cada novo data center padrão, haverá três data centers adicionais de IA, enfrentando desafios como densidades de servidor mais altas.
Impacto da IA na indústria de data centers
A IA não impactará apenas a demanda por data centers. Ferramentas impulsionadas por IA fornecerão mais inteligência para o controle de energia de utilidade, backup e refrigeração, além de otimização operacional, design e construção de data centers, manutenção, robótica e muito mais.
No entanto, a necessidade de maior capacidade é urgente. Não há muitos imóveis construídos sob medida para data centers disponíveis. Em 2024, veremos mais construções sob medida em todos os setores, não apenas para gigantes da internet. A infraestrutura modular de um data center é uma resposta viável, com a economia atual suportando as eficiências da modularidade e dando ênfase às entregas futuras garantidas.
Sustentabilidade e energia renovável
Como alimentar esses novos data centers e atender às metas de neutralidade de carbono? Obter aprovação para uma licença requer fornecimento de energia renovável e a compreensão de que o sistema de backup poderia transformá-lo em uma usina geradora de energia. Nem todas as jurisdições estão confortáveis com essa ideia, mas este ano veremos a indústria tornar isso em algo positivo.
Grandes sistemas de armazenamento de bateria alimentados por energias renováveis podem beneficiar a rede regional e a população local. A ideia é que, além de usar a capacidade excedente armazenada durante períodos de demanda excessiva, os operadores podem colaborar com concessionárias e vender energia durante períodos de demanda elevada.
Tendências emergentes: diesel verde, refrigeração líquida e computação quântica
Vale destacar outras três tendências emergentes: alternativas ao diesel, opções de refrigeração líquida e computação quântica.
Diesel verde e hidrogênio: A redução da energia hidrelétrica e os implantes eólicos e solares mais lentos do que o esperado levaram à instabilidade energética no ano passado. O diesel é a resposta rápida para operadores de data centers em tais circunstâncias, mas isso vai contra compromissos de sustentabilidade. Diesel verde (renovável) e hidrogênio verde são opções. A disponibilidade limitada de matéria-prima para o primeiro e um ciclo de vida intensivo em energia para o segundo os tornam subótimos atualmente, mas isso pode mudar.
Refrigeração líquida: A carga constante de IA aquece os servidores, motivando a evolução da refrigeração a ar para a líquida, que se torna uma resposta para clusters de IA que excedem 20 kW/rack. A refrigeração líquida ainda não alcançou seu “planalto de produtividade”, mas é essencial trabalhá-la em novos designs, embora a modernização seja complicada e arriscada. Em 2024, veremos mais experimentações e testes.
Computação quântica: Será este o ano em que a computação quântica sai do laboratório e entra em um data center típico? Provavelmente não. Contudo, não é cedo demais para pensar em proteger sua infraestrutura contra computadores quânticos capazes de comprometer a segurança cibernética existente. Em 2024, ouviremos mais sobre a integração de elementos seguros em servidores e software usando algoritmos resistentes à quântica.
O avanço da IA impactou fortemente o ecossistema de tecnologia da informação (TI). Com a chegada coincidente de medos e contratempos regulatórios, estamos em um período de “ressaca”. Antecipando um crescimento acentuado, a indústria enfrenta oportunidades e desafios econômicos, de cadeia de suprimentos e de energia relacionados.
Aproveitar os recursos extensivos que a tecnologia oferece é uma maneira segura de obter clareza diante do tsunami de IA, da escassez de data centers, dos desafios da rede elétrica e muito mais.
Davi Lopes é diretor de Distribuição, Inside Sales e Transformação Digital da Schneider Electric
Fonte: Gustavo Fritz .
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