Huawei surpreende ao registrar bateria de estado sólido com sulfeto e autonomia teórica de 2.900 km, agitando o mercado de veículos elétricos.
A gigante chinesa Huawei surpreendeu o setor automotivo com o registro de uma nova patente de bateria de estado sólido à base de sulfeto.
O destaque está na promessa teórica de autonomia: até 2.900 km por carga. A tecnologia também prevê carregamento ultrarrápido, de 10% a 80% em menos de cinco minutos.
Patente detalha inovação com sulfeto dopado com nitrogênio
A nova bateria de estado sólido utiliza um método de dopagem de eletrólitos de sulfeto com nitrogênio. Segundo o pedido de patente, esse processo visa reduzir reações colaterais na interface de lítio, um desafio comum em baterias avançadas.
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A densidade energética prevista varia entre 180 e 225 Wh/lb — cerca de duas a três vezes maior que a de baterias convencionais usadas atualmente em veículos elétricos.
Apesar da divulgação do registro, a Huawei mantém os principais detalhes em segredo.
A movimentação ocorre em um cenário de forte competição global pela produção segura e em larga escala de baterias de estado sólido. A tecnologia é considerada o próximo grande salto da mobilidade elétrica.
Huawei não fabrica carros, mas colabora com montadoras
A Huawei não fabrica veículos com sua própria marca, mas vem atuando em parceria com diversas montadoras.
A empresa tem se concentrado no fornecimento de tecnologias avançadas, como sistemas inteligentes e, agora, soluções de armazenamento de energia.
A entrada da Huawei no campo das baterias chamou atenção global. Empresas como BMW, Mercedes-Benz, Volkswagen e BYD também disputam o avanço nessa área. A promessa de baterias mais leves, seguras e rápidas de carregar pode transformar o setor de veículos elétricos.
Especialistas pedem cautela com números teóricos
Apesar do entusiasmo inicial, analistas do setor lembram que os dados apresentados ainda são teóricos.
Para que a bateria alcance a autonomia prometida e o tempo de recarga divulgado, será necessário o desenvolvimento de uma infraestrutura de carregamento adequada, ainda inexistente comercialmente.
Mesmo assim, o anúncio elevou o nível de atenção em relação à Huawei.
A empresa já havia demonstrado interesse em materiais para baterias e, no início de 2025, registrou outra patente envolvendo a produção de eletrólitos de sulfeto.
Esse componente é considerado chave para baterias de estado sólido, embora seu custo seja alto — em alguns casos, mais caro que o ouro.
China lidera corrida global por baterias sólidas
O anúncio também fortalece o protagonismo da China no setor de veículos elétricos.
O país é líder em registro de patentes de baterias de estado sólido, com cerca de 7.600 novos registros por ano. Isso representa 36,7% da atividade global nesse campo.
A CATL, com sede na China, planeja iniciar a produção piloto de baterias híbridas de estado sólido até 2027. Entretanto, especialistas apontam que os prazos podem ser mais longos. Enquanto isso, empresas japonesas como Toyota, Panasonic e Samsung continuam investindo em soluções próprias.
A última aposta da Toyota foi um protótipo com autonomia de 1.200 km e carregamento em 10 minutos, previsto para chegar ao mercado nos próximos cinco anos.
Com a nova patente, a Huawei mostra que pretende ocupar um papel importante na próxima geração da mobilidade elétrica. Mesmo sem fabricar carros, a empresa está se posicionando entre os líderes no desenvolvimento de tecnologias que poderão redefinir o futuro do setor.