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Hotel muda de nome para COP30, eleva diárias de R$ 70 para R$ 5.670, ‘assusta’ clientes e continua sem reservas para o evento de novembro que reunirá o mundo em Belém

Publicado em 09/09/2025 às 10:23
Hotel COP30, COP30, Belém, Preços
Reprodução / redes sociais
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Escalada nos preços da hospedagem para a COP30 em Belém provoca tensão entre governo, hotéis e delegações, ameaçando a participação ampla no evento

Simples, mas aconchegante, o Hotel COP30 de Belém ainda não fechou reservas para novembro. Seus donos querem alugar o prédio inteiro a uma delegação estrangeira, mas os preços afastaram interessados. A conferência deve atrair 50 mil pessoas em 12 dias, pressionando a já limitada rede hoteleira da cidade.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) imaginou a COP30 em Belém para valorizar a Amazônia. Em 2023, brincou que os delegados negociariam “sob a copa de uma árvore”. Porém, a realidade mostrou outra cena: escassez de acomodações e tarifas fora da realidade.

Escalada nos preços por conta da COP30

Para aliviar a pressão, o governo marcou a cúpula de chefes de Estado entre 6 e 7 de novembro, antes do evento principal, que ocorre de 10 a 21. Mesmo assim, os custos seguem altos.

Em agosto, reportagem do GLOBO revelou que o antigo Hotel Nota 10 passou a cobrar 80 vezes mais. A diária saltou de R$ 70 para R$ 5.670.

Países chegaram a sugerir a mudança da sede em julho. A ONU pediu subsídios ao Brasil, mas o governo recusou.

Até agora, 68 dos 198 países garantiram suas reservas. “Isso nunca aconteceu”, disse Marcio Astrini, do Observatório do Clima. Segundo ele, normalmente todos já têm hospedagem confirmada meses antes.

Realidade local

O Hotel COP30 funciona em um prédio que já foi motel. Reformado em 2024, agora oferece 40 vagas. O gerente, Alcides Moura, admite que os preços “ficaram desordenados”.

O hotel chegou a testar diárias de R$ 6,3 mil, mas recuou. Hoje cobra no máximo US$ 350 (R$ 1.910).

Belém, que tem 57% da população em favelas, vive contraste. Para muitos, a COP30 virou chance de lucro.

O aposentado Ronaldo França, de 65 anos, vai alugar sua casa de fim de semana por US$ 370 a diária. “Eu não vou cobrar absurdo, mas tem gente explorando muito”, afirma.

Resposta do governo

Em agosto, o Brasil criou um grupo de trabalho para negociar melhores condições. O governador Helder Barbalho garante que “a oferta de leitos está garantida”, mas admite abusos.

Para ele, a experiência amazônica deve pesar mais que o luxo. Delegações, no entanto, pedem quartos individuais para todos os membros.

O governo investiu R$ 4 bilhões em obras ligadas à COP. O destaque é o Parque da Cidade, centro de convenções arborizado que receberá a conferência.

Ainda assim, a logística preocupa. Autoridades estimam que 60% dos visitantes ficarão em imóveis particulares.

Debate sobre abusos de preços na COP30

Toni Santiago, da associação de hotéis do Pará, afirma que os estabelecimentos estão quase cheios. Ele rejeita a ideia de preços controlados, proposta pelo governo: “Isso não existe em nenhum grande evento no mundo”. O discurso busca afastar a imagem de desorganização.

Para reforçar a rede, dois navios privados oferecerão 6 mil leitos, embora a 20 quilômetros do centro de convenções.

O Airbnb anunciou queda de 22% nos preços médios desde fevereiro. Mesmo assim, ainda é raro encontrar tarifas próximas a US$ 100, patamar considerado adequado pela ONU para delegações de baixo orçamento.

Risco de exclusão

O Observatório do Clima alerta que a COP30 pode ser a menos inclusiva da história. Os altos custos podem limitar a participação da sociedade civil.

Para Marcio Astrini, o debate sobre hospedagem acabou ofuscando o essencial: “metas climáticas, combustíveis fósseis, financiamento climático”.

Portanto, enquanto delegações, governo e hotéis negociam, o desafio vai além do conforto dos visitantes.

A imagem do Brasil como anfitrião de um dos principais encontros ambientais do mundo também está em jogo.

Com informações de O Globo.

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Romário Pereira de Carvalho

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