A Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa comemorou, recentemente, o segundo aniversário da Horta Solar, um projeto agrovoltaico pioneiro que une agricultura urbana e geração de energia solar.
Desde março de 2023, a iniciativa tem demonstrado, de forma clara, que é possível integrar tecnologia fotovoltaica com cultivo de alimentos, promovendo uma solução sustentável e adaptável ao ambiente urbano.
Além de integrar o Campus Solar e o Laboratório Vivo para a Sustentabilidade, a Horta Solar exemplifica como a natureza e a inovação tecnológica podem coexistir de maneira harmônica.
Assim, o projeto permite estudar, simultaneamente, o impacto do sombreamento dos painéis solares nas culturas agrícolas e o efeito das plantas na eficiência energética dos módulos solares.
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Tecnologia e natureza: uma relação de benefícios mútuos
Conforme observações realizadas ao longo dos dois anos de operação, o microclima gerado pelas plantas contribui para o resfriamento natural dos painéis, o que, consequentemente, aumenta a sua eficiência fotovoltaica.
Por outro lado, espécies como o feijão e a alfarroba apresentam um desempenho superior sob a sombra dos módulos. Enquanto isso, culturas como o milho se desenvolvem melhor em áreas mais expostas à luz direta.
Desse modo, a Horta Solar serve como campo experimental para avaliar quais culturas se adaptam melhor às diferentes condições de sombreamento.
Com base nesses dados, os pesquisadores posicionam as plantas de forma estratégica, otimizando tanto a produção agrícola quanto a geração de energia.
Eficiência hídrica e adaptação urbana
Além da integração com a produção de energia, o projeto também testa soluções inovadoras de eficiência hídrica.
Devido ao sombreamento gerado pelos painéis, a retenção de humidade no solo aumenta, o que, por sua vez, reduz a necessidade de irrigação constante.
Portanto, o modelo agrovoltaico representa uma alternativa viável para enfrentar a escassez hídrica em cidades e regiões áridas.
Simultaneamente, a Horta Solar oferece uma plataforma de estudo sobre a adaptação da agricultura às particularidades do ambiente urbano.
Isso inclui fatores como a reflexão de radiação solar por edifícios, a qualidade do solo e os níveis de poluição atmosférica.
Em todos esses aspectos, o projeto busca soluções práticas que possam ser replicadas em outras zonas urbanas.
Educação, ciência e permacultura no centro do projeto
Ao mesmo tempo em que promove inovação, a Horta Solar também funciona como um laboratório vivo de aprendizagem e investigação científica.
Desde a sua criação, o espaço tem envolvido alunos, professores e investigadores de diferentes áreas do conhecimento.
Por esse motivo, disciplinas como Sustentabilidade, Energia Solar e Permacultura tornaram-se parte integrante das atividades práticas realizadas na horta.
Além disso, a colaboração contínua com a equipa da Horta FCUL e do Permalab tem sido fundamental para a implementação de técnicas de agricultura regenerativa.
Assim, o projeto une tecnologia, ciência e ação comunitária para transformar a forma como se pensa e pratica a sustentabilidade nas universidades.
Participação da comunidade e impacto social
Enquanto promove conhecimento científico, a Horta Solar também abre suas portas à comunidade.
A cada ano, mais de 600 pessoas visitam o espaço, entre alunos, investigadores, professores e cidadãos interessados em soluções sustentáveis.
Dessa forma, o projeto transcende os muros da universidade e influencia positivamente a cultura urbana.
Além disso, a horta integra o projeto DOMUS, dedicado ao monitoramento da biodiversidade no campus.
Como resultado, o espaço torna-se um exemplo prático de como produzir energia e alimentos em harmonia com o meio ambiente.
Mais do que isso, a iniciativa reforça o papel das universidades na construção de uma sociedade mais resiliente, consciente e sustentável.
Perspectivas para o futuro
Agora que completa dois anos, a Horta Solar consolida-se como um exemplo inspirador de inovação climática.
A expectativa é que o projeto continue a crescer, gerando conhecimento, incentivando novas parcerias e formando profissionais preparados para enfrentar os desafios ambientais que se intensificam a cada dia.
Por meio da combinação entre ciência, educação e tecnologia, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa prova que é possível transformar o futuro com soluções inteligentes, acessíveis e sustentáveis.
Portanto, iniciativas como essa mostram que a transição ecológica urbana depende, acima de tudo, de integração, colaboração e ação contínua.