O governo brasileiro está considerando a volta do horário de verão. Entenda os motivos por trás dessa possível mudança no fuso-horário
O governo brasileiro está analisando a possibilidade da volta do horário de verão como uma medida para enfrentar a atual crise energética causada pela seca severa.
Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, essa medida está sendo discutida como forma de aliviar o setor elétrico, que está enfrentando grandes desafios devido ao calor intenso e ao elevado consumo de energia nos horários de pico.
A volta do horário de verão é vista como uma possível solução, ainda que não tenha sido tomada uma decisão final, pois depende das condições climáticas, como o índice pluviométrico.
-
Eletrobras acelera desinvestimentos e mira se desfazer de hotel e até de um cinema herdados de hidrelétricas
-
Banco do Brasil liga sinal de alerta após tombo no lucro e retração no crédito
-
Cidade brasileira vai cobrar diária para turistas, com taxa de até R$ 143 por veículo e isenção só para quem ficar menos de 2 horas
-
UnionPay, o cartão da China, está no Brasil e agora pode ser usado em caixas Banco24Horas: concorrente da Visa e Mastercard mira turistas e já negocia com bancos brasileiros
Silveira destaca que o horário de verão pode contribuir positivamente para a economia e ajudar a mitigar os impactos da crise energética. Ele explicou que, durante o horário de pico, muitas pessoas chegam em casa e utilizam eletrodomésticos como ar-condicionado, ventiladores e chuveiros, o que gera uma grande demanda por energia.
Além disso, é o momento em que as fontes intermitentes de energia estão menos disponíveis, o que agrava a situação. A volta do horário de verão pode aliviar essa pressão sobre o sistema elétrico, ajudando o Operador Nacional do Sistema (ONS) a garantir o fornecimento de energia em horários críticos.
Bolsonaro foi quem acabou com a mudança
O horário de verão foi extinto em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, mas durante muitos anos teve como principal objetivo reduzir o consumo de energia entre o final da tarde e o início da noite, aproveitando melhor a luz natural.
A ideia era que, ao adiar o horário em uma hora, o consumo no pico noturno seria menor, aliviando o sistema e evitando o uso de fontes de energia mais caras.
Entretanto, quando o retorno do horário de verão foi estudado anteriormente, como na crise hídrica de 2021, os resultados indicaram que os ganhos em economia de energia não eram tão expressivos. O que se observava era que, embora houvesse uma redução no consumo durante o pico da noite, isso era compensado pelo aumento do uso de energia em outros horários.
Além disso, não havia impacto significativo no atendimento à demanda de potência, o que levou o governo a descartar o retorno da medida naquela ocasião.
Apesar desses estudos, a atual situação de seca e o forte calor podem levar a um novo cenário. O vice-presidente Geraldo Alckmin também se pronunciou sobre o tema, afirmando que a volta do horário de verão pode ser uma “boa alternativa” para o Brasil enfrentar a crise energética e evitar problemas de abastecimento.
Ele enfatizou a importância de uma campanha de conscientização para que a população colabore economizando energia, evitando desperdícios e adotando práticas de uso mais eficiente dos recursos elétricos.
Embora ainda não haja uma decisão definitiva, o debate sobre a volta do horário de verão segue em andamento, com o governo avaliando as condições e os impactos que essa medida pode trazer tanto para o setor elétrico quanto para a economia do país.
A proposta visa reduzir o consumo de energia em momentos críticos, o que pode ser essencial diante da atual crise hídrica e dos desafios que o Brasil enfrenta em relação à produção e distribuição de energia elétrica.