O clássico cupê retorna em versão híbrida, combinando tecnologia do Civic, simulação de câmbio manual e ajustes de chassi inspirados no Type-R, com foco em conforto e eficiência, mas mirando rivais como Toyota GR86 e Subaru BRZ.
A Honda oficializou o retorno do Prelude com proposta de grand tourer, combinando o sistema híbrido e-HEV do Civic a um recurso que simula trocas manuais, além de ajustes de chassi inspirados no Type-R.
O cupê de duas portas chega para disputar espaço com esportivos compactos como Toyota GR86 e Subaru BRZ, mas sem buscar performance extrema. A prioridade é conforto em viagens e eficiência.
O lançamento está previsto para 2026, com dados de desempenho e preço ainda não divulgados.
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Perfil de grand tourer, não de esportivo
Apresentado originalmente em 2023 como a retomada de um nome clássico, o novo Prelude foi desenvolvido para entregar condução estável e confortável em longos trechos.
A própria marca o posiciona como um grand tourer, evitando rótulos de esportivo puro.
Assim, decisões de engenharia privilegiaram suavidade e consumo, embora haja temperos de dinamismo herdados do Type-R.
Trem de força e-HEV com “câmbio” simulado
O conjunto motriz repete a arquitetura e-HEV do Civic.
O motor a combustão é um quatro-cilindros 2.0 de 142 cv e 18,55 kgfm, que atua majoritariamente como gerador para a bateria em cenários urbanos e de baixa a média velocidade.
Em condições específicas — exigência de potência ou velocidade de cruzeiro mais alta — ele acopla as rodas para tração direta.
A tração cotidiana fica a cargo do motor elétrico dianteiro, responsável por mover o carro com 183 cv e 32,12 kgfm disponíveis de imediato.
No total, o sistema entrega 202 cv e os mesmos 32,12 kgfm de torque.
Como a maior parte do tempo o e-HEV trabalha sem engrenagens convencionais, o Prelude dispensa uma transmissão tradicional.
Ainda assim, a Honda criou o S+ Shift, solução que simula um câmbio manual para intensificar a sensação de controle.
O recurso habilita as borboletas atrás do volante e reproduz inclusive o efeito de punta-taco nas reduções, coordenando giro do motor e freio-motor para respostas mais envolventes.
A ideia é oferecer experiência dinâmica sem abrir mão da lógica híbrida de eficiência.
Acerto de chassi com toques do Type-R
Embora a fabricante reforce que o novo Prelude não é um esportivo, parte do hardware do Civic Type-R foi aproveitada.
O cupê utiliza uma configuração de suspensão derivada do hot hatch, com bitolas dianteira e traseira mais largas para ampliar a estabilidade em curvas.
O sistema de freios também evolui: na frente, discos de 13,8 polegadas com pinças de quatro pistões; atrás, discos de 12,0 polegadas.
Os amortecedores adaptativos vieram do Type-R, porém recalibrados para privilegiar conforto, oferecendo variações de rigidez que se ajustam ao piso e ao modo de condução.
Para reforçar essa proposta, os pneus são 235/40 R19, medida mais contida que a do Civic esportivo, reduzindo ruído de rolagem e transmitindo menos aspereza ao habitáculo.
Dimensões, capacidade e espaço para quem vai atrás
Em relação ao Civic Híbrido, o Prelude é um pouco menor por fora, mas não sacrifica o uso cotidiano.
O cupê mede 4,53 m de comprimento e tem 2,60 m de entre-eixos, dimensões cerca de 15 cm e 13 cm inferiores às do sedã, respectivamente.
Apesar do porte mais contido, a Honda informa que o porta-malas pode alcançar 428 litros com o rebatimento dos encostos traseiros divididos em 60/40, superando a capacidade do Civic nessa configuração.
O espaço para quem viaja atrás foi tratado como prioridade para um cupê 2+2.
Segundo a marca, há 81 cm de área para as pernas, valor que busca acomodar dois passageiros sem transformar a segunda fila em mero apoio eventual.
Essa solução tenta equilibrar design de perfil baixo com usabilidade real em deslocamentos de fim de semana.
Bancos dianteiros assimétricos e ergonomia
Um detalhe de projeto chama atenção no interior: os bancos dianteiros assimétricos.
O assento do passageiro é mais largo e tem perfil mais relaxado, pensado para o dia a dia e trechos longos.
Já o do motorista privilegia a posição de dirigir, com acolchoamento mais firme e suporte reforçado para a região inferior das coxas, melhorando a sustentação em curvas e a sensação de conexão com o carro.
Cabine e conectividade herdadas do Civic
O painel bebe na fonte do Civic, com volante de base plana e disposição horizontal dos elementos.
A central multimídia tem 9 polegadas, com Apple CarPlay e Android Auto sem fio.
O quadro de instrumentos é digital de 10,2 polegadas, exibindo informações do fluxo de energia do sistema híbrido e do S+ Shift.
O sistema de som de série é um Bose Centerpoint com oito alto-falantes, calibrado para o ambiente do cupê.
Assistência ao motorista e segurança ativa
O pacote Honda Sensing integra os principais assistentes de condução.
Entre os recursos disponíveis estão frenagem autônoma de emergência, monitor de tráfego cruzado traseiro, alerta de fadiga e sensor de ponto cego, além de outros auxílios usuais da suíte da marca.
A integração com o conjunto híbrido permite atuações mais suaves dos assistentes, preservando a proposta de conforto.
O que falta saber até o lançamento
Nesta etapa de apresentação, a empresa ainda não divulgou números de aceleração de 0 a 100 km/h, médias de consumo e preços.
Esses dados serão detalhados mais perto da estreia comercial, prevista para 2026.
Até lá, a expectativa é entender como o Prelude se posicionará frente a esportivos de tração traseira como GR86 e BRZ, apostando em torque imediato do motor elétrico, freios dimensionados e acerto de suspensão de origem Type-R, mas com foco declarado em conforto e eficiência.
A proposta de grand tourer híbrido com “câmbio” simulado é suficiente para convencer quem procura diversão sem abrir mão de consumo e usabilidade no dia a dia?