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Homem usa brecha na lei e se aposenta com apenas 23 anos após 24 meses de trabalho

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 24/10/2025 às 21:00
Jovem russo usa brecha na lei marcial e se aposenta aos 23 anos após 24 meses de trabalho, batendo recorde de aposentadoria precoce.
Jovem russo usa brecha na lei marcial e se aposenta aos 23 anos após 24 meses de trabalho, batendo recorde de aposentadoria precoce.
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Jovem russo se torna o mais novo aposentado do país após aproveitar regra excepcional criada durante a lei marcial, que multiplicou o tempo de serviço e permitiu a concessão do benefício em tempo recorde.

Um jovem russo de 23 anos obteve aposentadoria por tempo de serviço após somente dois anos de atividade formal.

Identificado como Pavel Stepchenko, ele reuniu o tempo necessário graças a uma regra aplicada em cenário de lei marcial, que permitiu o cômputo acelerado do período de serviço.

Na prática, cada mês em área de conflito foi contado como três, encurtando drasticamente o caminho até o benefício.

Como a regra excepcional encurtou o caminho até a pensão

A legislação aplicada no leste da Ucrânia, sob administração russa, prevê contagem especial de tempo para integrantes do sistema de assuntos internos.

Em contexto de operações militares, há multiplicação do tempo de serviço: o que seria alcançado em anos pode ser obtido em meses.

Foi essa combinação que viabilizou a aposentadoria precoce de Stepchenko com apenas 24 meses de trabalho efetivo.

Pelo relato divulgado por órgãos e veículos locais, o jovem iniciou a formação ligada ao Ministério do Interior aos 16 anos.

Após o período escolar, atuou por cerca de dois anos em Donetsk, dentro da estrutura de assuntos internos.

Jovem russo usa brecha na lei marcial e se aposenta aos 23 anos após 24 meses de trabalho, batendo recorde de aposentadoria precoce.
Jovem russo usa brecha na lei marcial e se aposenta aos 23 anos após 24 meses de trabalho, batendo recorde de aposentadoria precoce.

Com a regra de “um por três” válida em áreas de hostilidade, o tempo computável para a chamada pensão por longevidade de serviço cresceu rapidamente, permitindo que o pedido fosse apresentado e aceito ainda aos 23 anos.

A contagem diferenciada de tempo não é regra geral da previdência russa; trata-se de um regime especial relacionado a funções de segurança e serviço público em condições específicas.

Em períodos de lei marcial e participação direta em tarefas em zonas de conflito, o cômputo pode ser majorado, atingindo a proporção de um mês equivalente a três meses de serviço.

Essa forma de cálculo é aplicada para o benefício de “aposentadoria por tempo de serviço” de certas carreiras, distinta da aposentadoria por idade paga à população em geral.

Segundo as normas em vigor, a aposentadoria comum na Rússia foi elevada nos últimos anos e, hoje, a idade mínima de referência é 65 anos para homens e 60 para mulheres, com transições e exceções previstas para categorias específicas.

O caso de Stepchenko não altera essas idades; ele se encaixa numa pensão setorial por tempo de serviço sob regras extraordinárias, previstas para momentos e locais determinados.

Reconhecimento público e repercussão do caso

O feito de Stepchenko ganhou visibilidade internacional e foi publicamente reconhecido por entidades que registram marcos inusitados.

De acordo com o registro divulgado, ele foi apontado como o pensionista mais jovem da Rússia, com 23 anos e 339 dias na data de concessão do benefício.

O reconhecimento citado foi realizado pela Interrecord, agência que cataloga recordes em países do espaço pós-soviético.

Esse enquadramento reforça o caráter excepcional do episódio sem alterar a natureza técnica do benefício: trata-se de pensão por tempo de serviço acelerado por norma de guerra, e não de aposentadoria por idade.

Impacto para os demais trabalhadores

Ainda que chame atenção, o caso não cria precedente automático para a população em geral.

A regra não se estende a trabalhadores fora das carreiras elegíveis nem a regiões sem status de lei marcial.

Para a maioria dos cidadãos, continuam valendo os requisitos de idade e de contribuição previstos para a aposentadoria ordinária.

Na prática, apenas quem atua em funções específicas de Estado e cumpre requisitos de elegibilidade pode usufruir do cômputo acelerado.

Mesmo nesses casos, o acesso depende de comprovação formal de atividade em condições previstas pela norma, além da tramitação administrativa para reconhecimento do direito.

Comparações internacionais e regimes de risco

Sistemas previdenciários ao redor do mundo preveem contagens diferenciadas para profissões de alto risco ou em condições insalubres.

Em alguns países europeus, policiais, militares e mineiros têm regras de tempo especial para fins de aposentadoria por serviço.

Em outros, há abono de permanência ou aposentadoria híbrida que combina contribuição e idade com pesos diferentes.

A diversidade de modelos mostra que carreiras de Estado e contextos de conflito costumam ser tratados com exceções, embora as fórmulas variem bastante.

O caso russo chama atenção pela magnitude da multiplicação do tempo sob lei marcial.

Enquanto muitas legislações aplicam acréscimos de 20% a 40% no cômputo para atividades de risco, a proporção “um mês por três” representa um atalho incomum.

O desenho, no entanto, está circunscrito a uma realidade de guerra e a funções específicas, o que limita sua replicação em contextos civis.

O que muda na vida de Pavel Stepchenko

Relatos locais indicam que Stepchenko não pretende se afastar completamente do mercado de trabalho.

Com a pensão garantida dentro das regras do seu regime, ele manifestou intenção de prosseguir os estudos e desenvolver atividades privadas, como treinamento físico.

A existência de renda contínua por tempo de serviço não impede novas ocupações, desde que compatíveis com a legislação aplicável ao benefício.

Para as contas públicas, casos isolados como esse têm impacto marginal.

O custo agregado depende do número de beneficiários enquadrados na mesma regra, da duração do conflito e do perfil remuneratório de cada carreira.

Em cenários pós-conflito, é comum que normas excepcionais sejam revistas ou revogadas, com retorno às fórmulas previdenciárias usuais.

Debate sobre flexibilidade previdenciária em tempos de guerra

A aposentadoria aos 23 anos acendeu discussões sobre equidade entre regimes.

De um lado, a defesa de proteções reforçadas a quem atua em risco extremo e em regiões sob lei marcial.

De outro, o alerta para distorções que podem surgir quando regras emergenciais se prolongam e criam incentivos desalinhados.

Especialistas ressaltam que decisões assim exigem balanço entre reconhecimento ao serviço prestado e sustentabilidade atuarial dos sistemas.

Enquanto a Rússia mantém idades mínimas mais altas na aposentadoria comum, a coexistência de regimentos especiais para segurança pública e defesa não é rara internacionalmente.

A singularidade aqui está na celeridade da contagem em cenário de guerra, que permitiu a um servidor chegar a um marco inédito ainda na juventude.

Por fim, a história de Stepchenko evidencia um ponto central do debate previdenciário: até onde normas excepcionais, criadas para momentos críticos, devem encurtar o tempo de serviço exigido para benefícios permanentes?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas e também editor do portal CPG. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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