Um enigmático desenho humano de 3,5 km surgiu no deserto da Austrália em 1998. Saiba tudo sobre sua história, teorias de autoria e restauração.
Em junho de 1998, pilotos que sobrevoavam o árido deserto do sul da Austrália se depararam com algo inesperado: um desenho humano gigante, riscado no solo avermelhado, visível apenas do alto.
A figura retratava um homem nu segurando o que parecia ser um bastão ou bumerangue, com impressionantes 3,5 km de comprimento e 28 km de perímetro.
Desde sua descoberta, o Homem de Marree, também chamado de Gigante de Stuart, tornou-se um dos maiores geoglifos do planeta.
-
Vai receber o 13º salário 2025? Descubra agora quando cai, o que muda neste ano
-
A aposentada que fez do oceano sua casa: há mais de 10 anos vivendo em um navio e gastando quase R$ 1 milhão por ano para não ter vizinhos nem rotina
-
O edifício que parece abandonado, mas abriga mais de mil moradores
-
O homem que atravessou a África correndo: britânico corre por 352 dias, 16.000 km e visita 16 países a pé, sobrevive a assaltos, envenenamento e calor extremo para cumprir a travessia mais perigosa do mundo
Localizado no planalto de Finniss Springs, a cerca de 60 km da pequena cidade de Marree, o geoglifo surgiu misteriosamente entre 27 de maio e 12 de junho.
Poucos dias após seu aparecimento, hotéis da região receberam um fax anônimo com a localização exata do desenho, escrito com gírias americanas, o que levantou suspeitas sobre uma possível autoria estrangeira.
Técnicas utilizadas e dificuldade de criação
A magnitude do desenho humano levanta questões sobre como ele foi criado. Segundo o Observatório da Terra da Nasa, máquinas de terraplenagem guiadas por GPS primitivo teriam sido utilizadas — um feito tecnológico notável para o final da década de 1990.
Essa técnica sugere planejamento detalhado e conhecimento de geolocalização, algo incomum para uma obra artística em uma área remota do deserto.
Apesar das análises, ninguém conseguiu identificar com precisão quem foi o responsável pela criação.
A falta de registros ou testemunhas diretas mantém o geoglifo envolto em mistério.
Possíveis autores do Homem de Marree
Diversas teorias surgiram ao longo dos anos sobre a autoria do desenho humano. Uma das hipóteses aponta para o artista Bardius Goldberg, de Adelaide, que teria confidenciado a amigos ser o criador antes de morrer em 2002.
Outra linha de investigação sugere a participação de militares americanos ligados a uma base da Força Aérea Real Australiana.
Próximo à cabeça do gigante, uma pequena placa com a bandeira dos EUA reforça essa possibilidade.
Em 2018, o explorador australiano Dick Smith ofereceu 5 mil dólares australianos — cerca de R$ 17,5 mil — para quem apresentasse provas concretas da autoria. Nenhum interessado se apresentou, mantendo o mistério intacto.
Restauração e preservação do geoglifo
Com o passar do tempo, o vento e a erosão começaram a apagar o contorno do desenho humano.
Para preservar a figura, moradores locais decidiram restaurá-la em 2016, utilizando escavadeiras e sistemas modernos de GPS.
O novo traçado incluiu sulcos projetados para reter água, favorecendo o crescimento da vegetação e garantindo que o desenho continue visível mesmo décadas após sua criação.
Essa intervenção transformou o Homem de Marree em um marco que pode ser visto até do espaço, consolidando sua importância cultural e turística na região.
Um símbolo cultural e científico no deserto
Mais do que uma obra misteriosa, o desenho humano no deserto da Austrália se tornou parte da identidade local. Cientistas, curiosos e turistas são atraídos pelo gigante que mistura arte, técnica e mistério.
Sua escala impressionante e a forma precisa como foi traçado despertam perguntas sobre planejamento, intenção e criatividade humana.
O Homem de Marree representa também a relação entre homem e ambiente.
No deserto, onde a vida é escassa e o clima rigoroso, um traço tão gigantesco evidencia a capacidade humana de interagir com o espaço, deixando marcas visíveis até do céu.
Fonte: Revista Galileu



-
Uma pessoa reagiu a isso.