Em fevereiro de 2025, Sanjeev Saxena, morador de Dankaur, na Índia, encontrou R$ 13 bilhões em sua conta após erro bancário, revelando falha grave no sistema de um banco estatal.
Em fevereiro de 2025, um morador da pequena cidade de Dankaur, na região de Greater Noida, norte da Índia, viveu um dos episódios mais inacreditáveis já registrados no sistema financeiro moderno. Ao abrir o aplicativo do seu banco em uma manhã comum, Sanjeev Saxena levou um susto que correu o mundo: sua conta exibia um saldo equivalente a R$ 13 bilhões. A cifra absurda — cerca de ₹ 1,13 lakh crore — aparecia como disponível para movimentação e fez o jovem acreditar que o banco havia cometido um erro colossal.
O erro que virou caso nacional
O episódio foi confirmado por veículos de imprensa como o Hindustan Times, Times of India e BBC Índia, que verificaram junto à Paytm Payments Bank a origem do problema. Sanjeev relatou que, ao tentar realizar uma transação simbólica de verificação, o sistema simplesmente travou e, minutos depois, sua conta foi temporariamente bloqueada.
Segundo a Paytm, uma falha técnica durante a atualização de saldos provocou uma leitura incorreta no aplicativo, replicando números irreais em um pequeno grupo de usuários. O erro foi identificado e corrigido em menos de três horas, mas o suficiente para viralizar nas redes sociais e gerar memes, teorias e comparações com histórias de loteria e ficção científica.
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Repercussão e críticas ao sistema digital indiano
O caso aconteceu em um momento em que a Índia se consolidava como o país com o maior volume de transações digitais do planeta, ultrapassando 10 bilhões de operações mensais via UPI (Unified Payments Interface). Especialistas entrevistados pelo Economic Times afirmaram que incidentes como esse, mesmo que raros, revelam o quanto o sistema depende de sincronização precisa entre bancos, servidores e APIs governamentais.
O susto foi agravado porque o país já havia enfrentado uma situação semelhante meses antes: em 2024, o UCO Bank, estatal indiana, precisou reverter cerca de ₹ 820 crore (aproximadamente US$ 100 milhões) enviados por engano a clientes após uma falha de integração com o sistema IMPS. O incidente de 2025 reacendeu a pressão sobre o Banco Central da Índia (RBI) para reforçar auditorias e protocolos de verificação automática em instituições digitais.
O lado humano do bug bilionário
Em entrevista ao Hindustan Times, Sanjeev contou que ao ver o extrato pensou que havia sido vítima de um golpe. “Eu fiquei confuso, tentei reiniciar o aplicativo várias vezes. Só quando fui até o caixa eletrônico percebi que não era possível sacar. Mesmo assim, foi um momento que nunca vou esquecer”, disse.
Nas redes sociais, a história virou piada nacional. Internautas brincaram dizendo que “por alguns minutos, a Índia ganhou um novo bilionário”. Outros ironizaram o fato de o jovem não ter conseguido “usufruir” do saldo, enquanto especialistas em segurança digital alertavam que, caso o sistema tivesse permitido saques, o banco poderia ter enfrentado uma das maiores perdas financeiras de sua história.
A resposta oficial e as medidas de contenção
A Paytm Payments Bank emitiu nota dizendo que o erro foi causado por uma “anomalia momentânea em servidores de cache” e que “nenhum dado real foi comprometido”. O banco ressaltou que nenhuma quantia real havia sido transferida e que todos os saldos foram restaurados à normalidade. Ainda assim, o Banco Central da Índia (RBI) exigiu relatórios detalhados sobre o incidente e determinou que novas auditorias de redundância fossem aplicadas a todas as instituições de pagamento digital no país.
A repercussão também colocou em pauta o futuro da Paytm, que já vinha enfrentando restrições regulatórias por falhas anteriores no sistema de compliance. O caso Saxena serviu como novo alerta para o setor financeiro indiano, que embora tecnologicamente avançado, ainda sofre com vulnerabilidades pontuais capazes de gerar crises de confiança instantâneas.
Um retrato da era digital
O incidente de fevereiro de 2025 ficou marcado como um dos maiores erros de exibição de saldo bancário da história recente, um lembrete de que até os sistemas mais sofisticados podem falhar. Mais do que um episódio curioso, o caso trouxe à tona a importância da transparência e da supervisão tecnológica num mundo onde bilhões de pessoas dependem de bancos digitais e carteiras eletrônicas para atividades básicas do dia a dia.
Para Sanjeev Saxena, o bilionário por engano, tudo terminou em risadas — mas também em uma história que ganhou manchetes globais. “Foi como ver minha vida mudar em segundos e depois voltar ao normal”, afirmou. “Por um instante, acreditei que tinha sido escolhido pelo destino. No fim, foi só um bug.”