A descoberta de uma enorme cratera de impacto na Austrália, possivelmente a maior já identificada, pode transformar profundamente o conhecimento sobre a história da geologia da Terra. A cratera, denominada MAPCIS (Massive Australian Precambrian-Cambrian Impact Structure), tem mais de 600 quilômetros de extensão e está localizada no coração da Austrália.
Ela foi encontrada por Daniel Connelly e Arif Sikder, pesquisadores da Virginia Commonwealth University, e pode reformular nossa compreensão das forças geológicas e biológicas que moldaram o planeta.
A descoberta foi baseada em evidências da geologia, como depósitos de brecha de pseudotaquilita, ou rocha derretida, encontrados perto do centro da cratera.
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Também foram identificados minerais chocados, como a lonsdaleíta, um tipo raro de diamante formado por impactos, além de quantidades significativas de irídio, um elemento químico comum em colisões cósmicas.
O impacto que formou a cratera ocorreu no final do período Ediacarano, na Era Neoproterozoica, há aproximadamente 538 milhões de anos.
Esta era é importante por marcar o surgimento de formas de vida complexas na Terra, e a colisão pode ter desempenhado um papel significativo na evolução geológica e biológica do planeta.
Connelly e Sikder acreditam que essa cratera não só é o dobro do tamanho da maior cratera conhecida até hoje, mas também pode fornecer novos insights sobre eventos de impacto na Terra e suas consequências. “A descoberta do MAPCIS é uma prova do poder da pesquisa colaborativa“, destacou Connelly, entusiasmado com os desdobramentos dessa nova etapa de estudo.
Um novo recorde pode ser quebrado
Atualmente, as maiores crateras já catalogadas no planeta incluem:
- Cratera Vredefort (África do Sul): Com um diâmetro de 300 km, é a maior cratera de impacto confirmada na Terra. Formada há cerca de 2 bilhões de anos, acredita-se que o meteorito responsável por sua formação tinha entre 10 e 15 km de diâmetro.
- Cratera Chicxulub (México): Localizada na Península de Yucatán, esta cratera tem cerca de 180 km de diâmetro e está associada à extinção dos dinossauros há 66 milhões de anos. O impacto foi tão violento que causou mudanças climáticas globais, contribuindo para o fim da Era Mesozoica.
- Cratera Sudbury (Canadá): Com 130 km de diâmetro, é uma das crateras mais bem preservadas. Formada há 1,85 bilhões de anos, acredita-se que tenha sido causada por um dos maiores meteoritos que já atingiram a Terra.
- Cratera Popigai (Rússia): Criada há cerca de 35 milhões de anos, esta cratera tem 100 km de diâmetro e é famosa pelos diamantes formados pelo impacto.
- Cratera Manicouagan (Canadá): Com aproximadamente 100 km de diâmetro, esta cratera tem 215 milhões de anos e é visível hoje como um grande lago anelar.
Essas estruturas são os vestígios deixados por eventos cósmicos que alteraram drasticamente o curso da história geológica da Terra.
O impacto da cratera Chicxulub, por exemplo, foi diretamente responsável pela extinção dos dinossauros, enquanto o evento que formou a cratera Vredefort pode ter moldado a superfície terrestre em uma escala global.
A possível descoberta do MAPCIS poderá não só redefinir os limites geográficos das crateras de impacto na Terra, mas também fornecer novos dados sobre os efeitos desses eventos no desenvolvimento da vida. Sikder, professor associado do Center for Environmental Studies da VCU Life Sciences, compartilha da empolgação de seu colega: “Os dados que coletamos oferecem um vislumbre único das forças que moldaram nosso planeta, e estou animado com a pesquisa futura que essa descoberta irá inspirar“.
Esta descoberta é mais um exemplo de como a ciência continua a revelar segredos do passado da Terra, trazendo à tona eventos cataclísmicos que, há milhões de anos, moldaram o destino do nosso planeta.