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Hinode sumiu? Descubra o que aconteceu com a marca bilionária que conquistou milhares de vendedores e depois virou alvo de polêmicas

Escrito por Felipe Alves da Silva
Publicado em 08/08/2025 às 12:08
Fachada abandonada da Hinode com bandeira do Brasil e frascos de cosméticos acumulados na calçada
Imagem: IA
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Com trajetória marcada por ascensão meteórica, polêmicas e reestruturação, a empresa brasileira de marketing multinível luta para reconquistar a confiança dos vendedores e retomar seu espaço no mercado

Hinode, empresa nacional de marketing multinível, viveu um dos maiores ciclos de expansão da última década no Brasil, chegando a reunir mais de 850 mil vendedores ativos em seu auge entre 2014 e 2018. No entanto, acusações de pirâmide financeira, investigações do Ministério Público e queda no faturamento derrubaram a gigante, que agora busca recuperação por meio de reformulação estrutural e investimentos em tecnologia.

Fundada em 1988 por Francisco e Adelaide Rodrigues, a marca começou com a produção de perfumes na garagem de casa, mas só ganhou notoriedade a partir de 2008, quando o filho do casal, Sandro Rodrigues, apostou no modelo de marketing multinível. A decisão levou a empresa a crescer rapidamente, impulsionada pela promessa de ganhos elevados para quem entrasse como revendedor.

A partir de 2011, a Hinode passou a adotar estratégias agressivas de expansão, incluindo eventos com celebridades, convenções em estádios e programas de reconhecimento para os vendedores que mais se destacavam. Em 2018, a empresa atingiu seu pico com R$ 2,7 bilhões de faturamento e uma rede robusta de franquias e consultores espalhados por todo o país.

Polêmicas abalaram a confiança de vendedores e consumidores

Contudo, o modelo que até então era celebrado começou a ser questionado. Diversos ex-vendedores alegaram que o foco deixou de ser a revenda de produtos e passou a ser a captação de novos revendedores, característica típica de esquemas considerados pirâmide financeira. Essa mudança de enfoque resultou em investigações do Ministério Público, impactando diretamente a reputação da marca.

Apesar das acusações, a empresa sempre sustentou que opera dentro da legalidade e que sua estrutura é baseada em marketing multinível legítimo, com ganhos originados da venda de produtos e comissões sobre equipes formadas. Mesmo assim, a marca enfrentou forte retração, com queda no número de vendedores e redução do portfólio de produtos, de mais de 600 para 345 itens em 2020.

Em paralelo às críticas, a Hinode iniciou uma série de ajustes internos, como automação de processos, redução de funcionários e modernização da gestão. Com essas medidas, a empresa tentou mostrar compromisso com a sustentabilidade do negócio e com o aprimoramento da atuação dos seus consultores.

Nova fase aposta na geração Z e na expansão internacional

Em busca de reaproximação com o público, a empresa passou a investir em comunicação voltada para jovens consumidores, especialmente da geração Z. Um dos marcos dessa nova fase foi o lançamento da linha de perfumes Vibes, em 2024, com estratégias voltadas para redes como TikTok.

Além disso, a Hinode também tem apostado na expansão internacional, atuando sob o nome Hinode Group em países como México, Colômbia, Peru e Chile. A meta é utilizar a expertise construída no Brasil para alcançar novos mercados na América Latina e ampliar a base de vendedores internacionais.

Mesmo com os esforços, os números revelam que os desafios ainda são grandes. O número de revendedores caiu para cerca de 600 mil em 2023, e a receita, que já foi bilionária, foi estimada em R$ 750 milhões no mesmo ano. Ainda assim, a marca permanece entre os principais nomes do setor de vendas diretas no Brasil.

Reconhecimento institucional e defesa do modelo de negócio

Hinode reforça que possui produtos reais e de qualidade, o que a distancia dos modelos de pirâmide financeira que não envolvem vendas concretas. Segundo a empresa, o investimento inicial de um novo consultor se dá por meio da aquisição de produtos para revenda, e não por taxas de entrada ou promessas vagas de retorno financeiro.

Além disso, órgãos como a ABPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) já reconheceram a marca em diversas ocasiões, inclusive como empresa do ano em 2016, o que contribui para legitimar sua atuação no setor.

A informação foi divulgada pelo canal Conhecimento Disruptivo, que publicou um extenso vídeo resgatando a trajetória da empresa, incluindo dados históricos, faturamento, depoimentos e as transformações enfrentadas ao longo dos anos.

Mesmo com as adversidades, a Hinode segue operando e tentando se reinventar, mantendo-se ativa com centenas de franquias, milhares de vendedores e um catálogo que agora prioriza os itens de maior rentabilidade. A empresa acredita que a reestruturação, aliada à transparência e inovação, será essencial para recuperar a confiança do mercado e de seus consultores.

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Felipe Alves da Silva

Profissional com formação militar pelo Exército Brasileiro e experiência em gestão administrativa e logística no setor industrial. Escreve sobre defesa, segurança, geopolítica, indústria automotiva, ciência e tecnologia. Sugestões de pauta: fa06279@gmail.com

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