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Hidrogênio verde mais barato que o tradicional no Brasil? H2Brazil garante que sim e revela os planos

Escrito por Carla Teles
Publicado em 29/05/2025 às 16:33
Hidrogênio verde mais barato que o tradicional no Brasil? H2Brazil garante que sim e revela os planos
H2Brazil vai produzir hidrogênio verde mais barato que o cinza no Brasil. Conheça os projetos bilionários e a estratégia baseada em energia renovável.
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Promessa da empresa se baseia na vasta oferta de energia renovável de baixo custo e na infraestrutura já existente, principalmente no Sudeste, com projetos bilionários em Minas Gerais e Rio de Janeiro.

A H2Brazil anunciou planos ambiciosos para a produção de hidrogênio verde no país. A empresa visa custos inferiores aos do hidrogênio cinza, tradicionalmente obtido do gás natural. A COO da H2Brazil, Nathália Ervedosa, revelou a intenção de desenvolver dois grandes projetos. Um deles será em Minas Gerais e outro no Rio de Janeiro. A estratégia se apoia na energia renovável barata e na infraestrutura disponível.

H2Brazil anuncia investimentos bilionários em hidrogênio verde

Com executivos experientes em financiamento de projetos na Europa e Brasil, a H2Brazil revelou seus planos. Na última quinta-feira (22/5), a empresa anunciou a intenção de iniciar dois grandes empreendimentos de hidrogênio verde e derivados. Nathália Ervedosa, COO da H2Brazil, afirmou que a produção mineira de hidrogênio verde será mais barata que a do hidrogênio cinza. “Conseguimos chegar a um hidrogênio verde a um custo menor que o hidrogênio cinza”, disse Ervedosa. Esta vantagem competitiva se ancora na abundante oferta de energia renovável barata e na infraestrutura disponível.

O vale do hidrogênio verde em Uberaba

Um dos projetos centrais é uma planta de R$ 7,8 bilhões. Ela será instalada na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Uberaba, Minas Gerais. O objetivo é atender um cluster de indústrias locais. A unidade também produzirá e-metanol e amônia verde. Parte da produção será para a indústria local. O excedente será exportado via Porto do Açu.

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O projeto mineiro terá capacidade instalada de até 820 MW até 2030. O financiamento virá de fundos da União Europeia e do governo de Portugal. Haverá também recursos de fundos de venture capital. A H2Brazil espera iniciar a produção das primeiras moléculas já em 2027. Este projeto se soma ao da Atlas Agro, que produzirá fertilizantes verdes também em Uberaba. Isso posiciona o município como um potencial polo nacional de hidrogênio verde.

A proximidade com o agronegócio é um diferencial. A boa logística rodoviária e a abundância hídrica e de geração renovável também são estratégicas. “Queremos não apenas exportar commodities, mas agregar valor localmente”, afirmou Ervedosa. Ela mencionou o atendimento a indústrias cimenteiras, de aço, mineradoras e agronegócio, além da geração de empregos locais. A Cemig será parceira, garantindo energia renovável a baixo custo e estudos técnicos para acesso à rede de transmissão. Ervedosa adianta que “já existe a capacidade para conexão” em Uberaba, evitando entraves vistos no Nordeste.

Corredor estratégico para exportação e descarbonização marítima

No litoral norte do Rio de Janeiro, a H2Brazil desenvolverá uma planta de e-metanol no Porto do Açu. O foco é a demanda por combustíveis sintéticos da União Europeia. O porto é um “corredor verde” logístico entre o Brasil e hubs europeus como Hamburgo, Roterdã e Antuérpia. A H2Brazil ocupará a primeira área de 1 milhão de metros quadrados dedicada a projetos de baixo carbono no complexo.

Mauro Andrade, diretor da Prumo Logística, controladora do porto, destacou a urgência de uma regulamentação clara. Ela deve estar alinhada com critérios internacionais, como os do programa RED III da UE. “Não podemos esperar mais dois anos por uma regulamentação. Isso inviabilizaria o FID [decisão final de investimento] de vários projetos”, alertou Andrade. Ele também considera insuficiente o montante de subsídios previstos na lei para a quantidade de projetos de hidrogênio no Brasil.

No Açu, a H2Brazil focará em combustíveis sintéticos para descarbonizar o setor marítimo. A empresa avalia rotas tecnológicas como uso de CO2 biogênico, etanol de milho e hidrogênio verde. Considera-se transportar os produtos em navios abastecidos com o mesmo combustível sustentável.

Experiência internacional e alinhamento com padrões europeus impulsionam projetos

A ambição da H2Brazil é reforçada pela experiência de seu CEO, Pedro Caçorino. Ele liderou o projeto HEVO-Sines em Portugal. Este foi um dos 33 selecionados pela Comissão Europeia no programa IPCEI Hy2Infra. O projeto de € 650 milhões e 630 MW foi o primeiro de larga escala em Portugal. A produção anual estimada é de 62 mil toneladas de hidrogênio renovável. Parte abastecerá a indústria portuguesa e outra será exportada para Roterdã. Este modelo se assemelha ao planejado entre Uberaba, Açu e a Europa.

Segundo Ervedosa, a H2Brazil deverá participar do leilão global H2Global. Este é promovido com recursos da Alemanha e Países Baixos e possui um bloco para América do Sul e Austrália. “Somos elegíveis para o H2Global e o Global Gateway, e seguimos estritamente os critérios do RED III”, reforçou a diretora. Nathália Ervedosa também foi uma das responsáveis por atrair o projeto de hidrogênio verde Green Energy Park (GEP) para o Piauí. Em 2024, a presidente da Comissão Europeia confirmou um aporte de 2 bilhões de euros para financiar o GEP. Adicionalmente, o projeto da Green Energy Park com a Vale para um hub de HBI “verde” foi incluído na lista prioritária do programa Global Gateway da UE.

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Carla Teles

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