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Hidrelétrica gigante da China está mudando a rotação da Terra e um segundo ‘bissexto negativo’ pode ser criado! Descubra como essa obra está afetando até o tempo dos nossos dias

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 02/10/2024 às 01:48
A maior hidrelétrica do mundo não só gera energia colossal, mas também afeta a rotação da Terra! Descubra o impacto dessa obra na humanidade.
A maior hidrelétrica do mundo não só gera energia colossal, mas também afeta a rotação da Terra! Descubra o impacto dessa obra na humanidade.

Maior hidrelétrica da China está desacelerando a rotação da Terra. Saiba como essa gigantesca obra de engenharia está afetando o nosso planeta.

Não é novidade que a China impressiona o mundo com suas gigantescas obras de infraestrutura. No entanto, uma dessas construções está literalmente mexendo com o planeta de formas inesperadas.

A Usina Hidrelétrica das Três Gargantas, a maior do mundo, não é apenas uma obra-prima da engenharia, mas também um fenômeno que está afetando a rotação da Terra, ainda que de forma sutil.

Inaugurada em 2012, após 18 anos de trabalho no rio Yangtzé, na província de Hubei, essa hidrelétrica já era reconhecida pelo seu gigantesco potencial energético.

Com uma capacidade instalada de 22.500 megawatts (MW) e capacidade de armazenamento de mais de 39 bilhões de metros cúbicos de água, essa barragem se destacou rapidamente como a maior hidrelétrica em operação no mundo.

Mas o que poucos imaginavam era que ela teria um impacto direto sobre a própria rotação da Terra, algo que estudos científicos vêm comprovando ao longo dos anos.

Segundo o portal IFLScience, essa construção massiva está alterando, mesmo que minimamente, a forma como o planeta gira.

Como uma hidrelétrica pode mudar a rotação do planeta?

Parece uma ideia absurda, mas a barragem das Três Gargantas está, de fato, influenciando a inércia da Terra.

De acordo com os estudos, o volume de água que é deslocado e retido pela barragem afeta diretamente a distribuição de massa no planeta.

Esse fenômeno lembra o que ocorre com uma patinadora ao aproximar os braços do corpo durante um giro, resultando em uma aceleração ou desaceleração.

No caso da hidrelétrica, o efeito é uma leve desaceleração da rotação da Terra.

Mas quão significativo é esse impacto? As pesquisas indicam que a alteração é de apenas 0,06 microssegundos no tempo de rotação diária.

Para nós, esse valor parece irrelevante, mas segundo o cientista C. Nilsson, no artigo “Reservoirs”, publicado no Reference Module in Earth Systems and Environmental Sciences, é uma mudança real e mensurável.

Essa pequena variação pode até não afetar diretamente o cotidiano das pessoas, mas ela tem implicações científicas que ainda estão sendo investigadas.

Outras consequências inesperadas devido à usina Três Gargantas

Além de alterar a rotação, essa redistribuição de massa também provoca uma mudança no eixo da Terra.

De acordo com as estimativas, o polo da Terra foi deslocado em cerca de dois centímetros desde a construção da barragem.

Mais uma vez, essa variação pode parecer pequena, mas tem relevância em estudos sobre o comportamento do planeta.

A precisão de dispositivos como os relógios atômicos, que medem o tempo de maneira extremamente exata, pode ser levemente comprometida por essas mudanças.

Alguns especialistas acreditam que no futuro será necessário realizar ajustes nos padrões globais de tempo.

Uma das soluções cogitadas por conta da obra na China é a introdução de um “segundo bissexto negativo” nas próximas décadas, para compensar essa pequena, mas importante alteração.

O papel das atividades humanas no planeta

As ações humanas não afetam o planeta apenas com grandes construções. A mudança climática também desempenha um papel fundamental na redistribuição da massa terrestre.

O derretimento das calotas polares e o aumento dos níveis dos oceanos nas regiões tropicais estão contribuindo para uma leve desaceleração da rotação da Terra.

Essa redistribuição acontece porque a massa de gelo que estava concentrada nas regiões polares está migrando em direção ao equador, alterando a dinâmica do planeta.

Embora essas mudanças sejam sutis, elas trazem à tona questões importantes sobre o impacto das atividades humanas no planeta.

A Usina das Três Gargantas é um dos maiores exemplos de como a arquitetura e a engenharia moderna têm o poder de moldar o ambiente em que vivemos.

Mas, ao mesmo tempo, também serve como um lembrete das responsabilidades que esse poder impõe.

Usina Três Gargantas: um poder que exige responsabilidade

A construção dessa imensa barragem e sua capacidade de modificar fenômenos naturais, como a rotação da Terra, devem nos levar a uma reflexão profunda.

Conforme o portal IFLScience, apesar de essas alterações serem imperceptíveis no cotidiano, elas demonstram que as ações humanas podem ter consequências globais que vão muito além do que imaginamos.

Esse caso evidencia como é importante pensar nas consequências ambientais e naturais de nossos grandes projetos de infraestrutura.

Por mais que os números possam parecer insignificantes, o impacto acumulado dessas ações ao longo do tempo pode gerar mudanças significativas.

A hidrelétrica das Três Gargantas destaca, de forma clara, o equilíbrio delicado que precisa ser mantido entre o desenvolvimento tecnológico e o cuidado com o planeta.

Ao pensar em todas essas transformações, surge uma pergunta crucial: será que nossas atividades podem, algum dia, provocar mudanças ainda mais severas no planeta?

A Usina das Três Gargantas na China é apenas um exemplo entre muitos projetos gigantescos que estamos desenvolvendo ao redor do mundo. Será que estamos subestimando o impacto que eles podem ter no futuro da Terra?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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