Após quase 15 anos de operação, o satélite NEOWISE se incinerou na atmosfera, mas deixou um legado que impulsionará a próxima missão da NASA na caça a asteroides.
A NASA anunciou o fim de uma era na última sexta-feira (1), quando o satélite NEOWISE, também conhecido como o “caçador de asteroides”, realizou sua reentrada na atmosfera terrestre, sendo incinerado como planejado. Após quase 15 anos de operação e mais de 3 mil asteroides detectados, o legado desta missão da NASA continua a impactar a ciência.
Conheça o satélite NEOWISE, que foi de explorador do universo a caçador de asteroides
Lançado em dezembro de 2009 como WISE (Explorador de Pesquisa de Infravermelho de Campo Amplo), o satélite começou sua jornada em um foguete Delta II, da United Launch Alliance. Inicialmente, sua missão era observar o cosmos em comprimentos de onda infravermelhos, revelando segredos que o olho humano não pode enxergar. Durante mais de um ano, o WISE nos presenteou com descobertas impressionantes: galáxias super luminosas, milhões de buracos negros ocultos e estrelas extremamente frias.
Mas, em fevereiro de 2011, com o fim do suprimento de refrigeração necessário para seu funcionamento, o satélite foi colocado em hibernação. No entanto, a história estava longe de acabar. Em 2013, ele foi reativado com uma nova missão: localizar objetos próximos à Terra (NEOs). Assim, nasceu o NEOWISE, um verdadeiro caçador de asteroides.
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O sucesso do caçador de asteroides da NASA
Desde a sua reativação, o caçador de asteroides provou ser uma ferramenta crucial na detecção de asteroides. De acordo com Amy Mainzer, investigadora principal da missão, a sonda se destacou pela eficiência na identificação desses corpos celestes. Em entrevista ao Space.com, ela ressaltou a importância dos dados coletados pelo satélite.
Joseph Hunt, o último gerente de projeto do NEOWISE, afirmou que a missão excedeu todas as expectativas iniciais. Os dados obtidos continuarão a ser uma fonte valiosa de pesquisa para a comunidade científica por décadas. “A missão foi uma das mais bem-sucedidas da NASA no que se refere à detecção de asteroides”, declarou Hunt.
O que levou a ‘morte’ NEOWISE?
O fim do NEOWISE não foi causado por falha técnica ou desatualização. Na verdade, a causa foi a própria natureza: o ciclo solar. Durante o máximo solar, que ocorre a cada 11 anos, o Sol atinge um pico de atividade, resultando em erupções solares e ejeções de massa coronal (CME). Esse aumento de atividade aquece e expande a atmosfera terrestre.
Com isso, o satélite, que estava em uma órbita baixa e não possuía sistema de propulsão, acabou sucumbindo à resistência atmosférica aumentada. A NASA confirmou que o fim da missão foi planejado, e o caçador de asteroides cumpriu seu papel até o último momento.
Um novo caçador de asteroides
Embora o NEOWISE tenha se despedido, a missão da NASA de proteger a Terra de asteroides está longe de terminar. A agência já está de olho no futuro com o desenvolvimento do NEO Surveyor, o primeiro telescópio espacial projetado especificamente para buscar objetos próximos à Terra em comprimentos de onda infravermelhos.
O NEO Surveyor, programado para ser lançado em 2027, promete elevar o nível da defesa planetária. Ele será capaz de detectar asteroides com maior precisão e alcance, ajudando a NASA a identificar potenciais ameaças com mais antecedência. Essa nova ferramenta vai auxiliar na missão da NASA para monitorar o espaço e proteger nosso planeta.
Por que a detecção de asteroides é tão importante?
Detectar asteroides não é apenas uma questão de curiosidade científica. Esses corpos celestes, embora fascinantes, podem representar um risco real para a Terra. Eventos como o impacto que causou a extinção dos dinossauros mostram o poder destrutivo que um asteroide pode ter.
Por isso, a NASA investe em missões como o NEOWISE e o futuro NEO Surveyor. Identificar e rastrear asteroides permite que cientistas desenvolvam estratégias para desviar ou minimizar o impacto desses objetos, caso algum deles entre em rota de colisão com a Terra.
O fim do caçador de asteroides NEOWISE marca o encerramento de uma missão histórica, mas seu legado permanece. Ao longo de quase 15 anos, o satélite não apenas localizou milhares de asteroides, mas também contribuiu para o entendimento do Universo em um nível mais amplo. Os dados que ele coletou continuarão a ser analisados e utilizados por cientistas em todo o mundo.