O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que os preços dos alimentos devem recuar. No entanto, ele demonstrou preocupação com dois itens específicos que continuam em alta: o café e o ovo, essenciais na mesa dos brasileiros.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (21) que espera uma queda nos preços dos alimentos nos próximos meses. No entanto, demonstrou preocupação com dois itens específicos: o café e o ovo.
Durante entrevista ao podcast Inteligência Ltda., Haddad destacou que a demanda mundial por café tem crescido e isso pode pressionar os preços no Brasil. “Tem alguns itens que estão inspirando mais cuidado. Por exemplo, o aumento da demanda mundial por café inspira cuidado”, disse.
Possível especulação no mercado de ovos
O ministro também apontou possíveis distorções no mercado de ovos. Segundo ele, apesar do Brasil exportar pouco esse produto, o preço interno pode estar sendo afetado por outros fatores.
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“Ovo é outra preocupação… Exportamos pouco ovo. Nossa exportação de ovo é muito pequena, mas pode estar havendo concentração de mercado, pode estar tendo especulação com o preço”, afirmou.
Para entender melhor o cenário, Haddad disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já acionou o Ministério da Agricultura e o Ministério do Desenvolvimento Agrário.
A orientação é investigar os fatores que estão influenciando o aumento do preço do ovo no país.
Fatores que podem ajudar a reduzir os preços
Apesar das preocupações, Haddad manteve uma visão otimista sobre o cenário geral.
Ele mencionou dois pontos que devem ajudar a aliviar os preços: a atual colheita da safra agrícola e a valorização do real frente ao dólar.
Conforme o ministro, esses dois fatores tendem a melhorar a oferta de alimentos e a reduzir os custos de importação, colaborando para a queda nos preços ao consumidor.
Lula barrou imposto sobre compras internacionais de até US$ 50
No mesmo podcast, Haddad também revelou que tentou criar um imposto sobre compras internacionais de até US$ 50 por meio de uma portaria, mas foi impedido pelo presidente Lula.
“Esse imposto poderia ter sido cobrado por uma portaria minha, porque imposto de importação é regulatório. Não foi feito porque Lula não me deixou fazer. Estou sendo sincero, eu queria fazer. Fizemos uma reunião e ele disse: eu não quero. Já tem ICMS e eu não vou fazer isso”, afirmou.
Haddad explicou que o imposto de importação é regulatório e não exigiria aprovação do Congresso. Mesmo assim, Lula decidiu não avançar com a medida. Segundo o presidente, o ICMS já seria suficiente.
O ministro ainda lembrou que a cobrança do ICMS sobre essas compras foi iniciada pelos próprios governadores, inclusive os de oposição. “Quem cobrou imposto sobre as blusinhas? Foram os 27 governadores com ICMS”, concluiu.