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Há coisas que parecem difíceis — menos para a China: vai gastar €9,3 bi e retirar 339 mi de m³ de terra para levar o mar ao interior e acelerar a indústria e economia

Publicado em 13/08/2025 às 15:35
Canal de Pinglu, China
(Xinhua/Zhang Ailin)
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Com 134 km e investimento de €9,3 bilhões, Canal de Pinglu ligará interior da China ao mar, impulsionando comércio e economia regional

A China segue acumulando recordes no setor de megaconstruções. O mais novo exemplo é o canal de Pinglu, iniciado em 2022, na região de Guangxi. A obra pretende criar uma nova saída para o mar, conectando o rio Yu ao Golfo de Tonkin.

O projeto faz parte de uma estratégia para ampliar rotas comerciais e reduzir custos logísticos. Quando concluído, encurtará em mais de 500 quilômetros um trajeto que hoje é feito por terra.

Dimensões e prazo da obra

O canal deve começar a operar no final de 2026. O investimento é estimado em 9,3 bilhões de euros. Com 134 quilômetros de extensão, será capaz de receber embarcações de até 5.000 toneladas.

Essas naves poderão ter 90 metros de comprimento, 15,8 metros de boca e cinco metros de calado.

Para permitir a passagem, serão instaladas duas eclusas de 300 metros de comprimento por 34 de largura.

O sistema foi projetado para abrir e fechar rapidamente, agilizando o transporte entre trechos de níveis diferentes de água.

Apesar do tamanho, apenas 6,5 quilômetros do canal são totalmente novos. O restante aproveita rios já existentes, que estão sendo adaptados para receber navios de grande porte.

Avanço das obras

Até agora, mais de 50 milhões de metros cúbicos de material já foram removidos. A previsão é que o total chegue a 339 milhões até o fim da construção — um volume três vezes superior ao da barragem das Três Gargantas.

Um dos diferenciais está nos materiais. O concreto usado foi desenvolvido para resistir à erosão da água do mar por mais de 100 anos. Isso deve reduzir custos de manutenção ao longo do tempo.

Controvérsias e impactos ambientais

Nem todos veem o canal de Pinglu apenas como uma conquista. A obra gera polêmica devido à quantidade de terra movimentada e ao impacto em áreas próximas aos rios.

Ambientalistas alertam para riscos ao ecossistema, já que parte dos trabalhos ocorre perto de manguezais.

Esses ambientes são habitat de várias espécies e funcionam como barreiras naturais contra tempestades. Alterações significativas podem trazer consequências difíceis de reverter.

Uma nova “Rota da Seda” marítima

O canal integra um plano maior da China para conectar o interior e o sudoeste do país aos mercados internacionais.

A meta é permitir que navios de grande porte saiam diretamente de regiões afastadas e alcancem portos marítimos, abrindo caminho para a Europa, Ásia e África.

Além da estratégia global, a obra deve trazer ganhos econômicos diretos. O transporte por navio é mais barato que por caminhão, trem ou avião. A estimativa é de uma economia anual de 725 milhões de dólares.

Benefícios regionais

O projeto também promete aliviar o tráfego nas zonas industriais de Guangxi. Outro ponto é a melhoria no gerenciamento da água para irrigação, essencial para a agricultura local.

Por fim, a estrutura ajudará no controle de enchentes, um problema recorrente na região. Para o governo chinês, o canal de Pinglu não é apenas uma obra de engenharia, mas uma peça estratégica no tabuleiro do comércio global.

Com informações de Xataka.

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Romário Pereira de Carvalho

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