Montadora chinesa busca expansão com novos investimentos e disputa espaço no mercado nacional
A Great Wall Motor (GWM) inaugurou em 15 de agosto de 2025 sua primeira fábrica no Brasil, em Iracemápolis, São Paulo.
O evento contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do CEO Mu Feng.
Entretanto, a empresa já estuda instalar uma segunda unidade de produção no país, reforçando seus planos de investir R$ 10 bilhões até 2032.
Enquanto isso, estados como Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e o próprio São Paulo disputam a instalação, oferecendo benefícios fiscais e estruturais.
Primeira fábrica e metas de produção
A planta de Iracemápolis foi adquirida em 2021 da Daimler AG e iniciou operações com SUVs Haval H6 e H9, além da picape Power P30.
Apesar da capacidade inicial de 50 mil veículos ao ano, o CEO da GWM International, Parker Shi, destacou metas muito mais ambiciosas.
A empresa pretende alcançar de 250 mil a 300 mil unidades anuais, somando modelos fabricados no Brasil e importados.
Para isso, aposta na adaptação de veículos globais às condições locais e na produção de modelos com preços abaixo de R$ 200 mil.
Essa faixa concentra a maior parte da demanda no mercado interno, conforme dados de consultorias automotivas brasileiras.
Próximos investimentos e cronograma
Segundo Ricardo Bastos, diretor da GWM Brasil, a decisão sobre a nova unidade será definida a partir de 2026.
O plano inclui construir uma nova fábrica para lançar modelos estratégicos, como um SUV compacto e uma picape baseada em plataforma múltipla.
Até 2027, a empresa quer atingir 35% de nacionalização, exigência para exportações ao Mercosul.
A segunda fase prevê produção local de baterias e fortalecimento da cadeia de fornecedores.
Além disso, a GWM lançou um centro de P&D em agosto de 2025, focado em tecnologia flex e soluções elétricas para o Brasil.
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Disputa no mercado e concorrência chinesa
O movimento da GWM ocorre em meio à intensificação da presença chinesa no setor automotivo nacional.
Em julho de 2025, a BYD inaugurou a primeira fase de seu complexo industrial em Camaçari, na Bahia.
A fábrica terá capacidade inicial para 50 mil veículos e deve chegar a 150 mil unidades anuais em fases posteriores.
A BYD já investiu R$ 5 bilhões no Brasil, sendo R$ 1,4 bilhão na unidade baiana, que emprega quase mil pessoas.
Segundo o professor Antônio Jorge Martins, da Fundação Getulio Vargas, esse avanço reflete a necessidade das montadoras chinesas diante da forte concorrência em seu mercado interno.
A produção excedente tem sido destinada a países como o Brasil.
Paralelamente, o imposto de 35% sobre veículos elétricos importados entrará em vigor em 2026, estimulando a instalação de fábricas locais.
Perspectivas para o setor
Com marcas como GAC, Geely, Omoda e Jaecoo mirando o Brasil, a concorrência promete aquecer o setor nos próximos anos.
Em julho de 2025, as vendas de eletrificados somaram 23.509 unidades. Consequentemente, isso representou 10,7% do total de veículos comercializados no mês.
Por outro lado, houve alta de 56,3% em relação a julho de 2024, segundo a consultoria Bright.
Atualmente, os modelos chineses oferecem mais tecnologia e segurança. Enquanto isso, os primeiros veículos lançados no Brasil tinham menor atratividade.
Por fim, o Brasil virou um dos principais alvos de expansão para as montadoras da China.