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Greve de trabalhadores da construção civil em Belém ameaça obras da COP30 e protestos estão ganhando força

Escrito por Hilton Libório
Publicado em 15/09/2025 às 16:26
Obra paralisada com guindastes e sinalização de alerta sob céu nublado, representando a greve na construção civil em Belém antes da COP30.
Greve de trabalhadores da construção civil impacta obras da COP30 em Belém/ Imagem ilustrativa
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Greve na construção civil em Belém ameaça obras da COP30 e levanta alerta sobre atrasos, reivindicações salariais e impactos na preparação do evento climático internacional

A cidade de Belém, no Pará, enfrenta uma paralisação significativa com a deflagração da greve de trabalhadores da construção civil, anunciada nesta segunda-feira, 15 de setembro de 2025.

A mobilização ocorre em um momento crítico, a menos de dois meses da realização da COP30 — a conferência global sobre mudanças climáticas da ONU — e ameaça diretamente o andamento das obras essenciais para o evento.

Centenas de operários tomaram as ruas da capital paraense em protesto por melhores condições salariais e benefícios, intensificando a pressão sobre empresários e autoridades locais.

Obras da COP30 em risco com a greve de trabalhadores

A greve de trabalhadores da construção civil em Belém tem como alvo principal as obras de infraestrutura voltadas à COP30. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém, cerca de 8 mil operários atuam na construção civil e muitos deles estão diretamente envolvidos em projetos como hotéis, pavilhões e imóveis destinados ao evento.

Entre os empreendimentos afetados estão o Vila Galé, no Porto Futuro 2, e o Tivoli, além de outros estabelecimentos que compõem a rede de hospedagem e recepção da conferência.

Até agosto, apenas um terço dos pavilhões previstos para a COP30 estavam montados, conforme dados do governo federal. A paralisação representa um risco real à conclusão das obras dentro do prazo estipulado, podendo comprometer a logística e a imagem internacional do Brasil como anfitrião do evento.

Reivindicações dos trabalhadores da construção civil

Os operários reivindicam um reajuste de 9,5% no piso salarial, aumento de 30% na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e a elevação do valor da cesta básica de R$ 110 para R$ 270.

Em contrapartida, a proposta patronal oferece apenas 5,5% de reajuste salarial, 3% na PLR e um acréscimo de R$ 10 na cesta básica — valores considerados insuficientes pelos representantes da categoria.

Aurinor Gama, coordenador geral do sindicato, afirmou que os empresários ignoraram as tentativas de negociação, inclusive enviando propostas por e-mail sem comparecer às reuniões presenciais. Gama, durante a manifestação, declarou que foi decidido deflagrar greve a partir de amanhã por tempo indeterminado.

Mobilização sindical em Belém ganha força

A manifestação contou com a presença de agentes do Batalhão de Choque da Polícia Militar, que acompanharam o protesto pelas ruas do centro de Belém. Os sindicalistas também estiveram nas frentes de obras, interditando os espaços e convidando os trabalhadores a aderirem ao movimento.

A caminhada seguiu até o Sinduscon (Sindicato das Indústrias da Construção) do Pará, com o objetivo de pressionar os empresários a retomarem as negociações.

Além dos operários da capital, trabalhadores dos municípios vizinhos de Ananindeua e Marituba também aderiram à greve. Embora atuem em obras públicas sob outro sindicato, há expectativa de que parte desses profissionais se juntem ao movimento, ampliando o impacto da paralisação.

COP30 em Belém: importância estratégica e desafios logísticos

A COP30 será realizada em novembro de 2025 e deve atrair milhares de visitantes, incluindo chefes de Estado, cientistas, ativistas e jornalistas. A escolha de Belém como sede do evento foi celebrada como um reconhecimento da importância da Amazônia no debate climático global.

Para receber o evento, a cidade passou por um plano de reestruturação urbana, com investimentos em mobilidade, hospedagem e infraestrutura. As obras da construção civil são, portanto, fundamentais para garantir a logística e o conforto dos participantes. A greve coloca em xeque a capacidade da cidade de cumprir os compromissos assumidos internacionalmente.

Construção civil em Belém: crescimento sem valorização

O setor da construção civil em Belém tem sido impulsionado pelos investimentos federais destinados à COP30. No entanto, os trabalhadores denunciam que esse crescimento não tem se refletido em melhores condições de trabalho. Segundo o sindicato, há uma precarização dos empregos, com salários defasados e benefícios insuficientes.

A greve de trabalhadores revela um paradoxo: enquanto a cidade se prepara para sediar um dos eventos mais importantes do planeta, os profissionais responsáveis por essa transformação enfrentam dificuldades para garantir dignidade e reconhecimento.

Repercussão política e institucional da greve

Até o momento, o Sinduscon não se pronunciou oficialmente sobre a greve. A ausência de diálogo tem sido criticada pelos representantes dos trabalhadores, que apontam a falta de compromisso dos empresários diante da importância estratégica das obras para a COP30.

A prefeitura de Belém e o governo estadual também foram cobrados por maior envolvimento na mediação do conflito. A pressão popular e a visibilidade internacional da COP30 podem acelerar esse processo, mas ainda não há previsão de retomada das negociações.

Especialistas alertam que, caso a paralisação se estenda por semanas, o cronograma das obras será comprometido, afetando diretamente a imagem do Brasil perante a comunidade internacional. A busca por uma solução equilibrada é urgente e exige responsabilidade de todas as partes envolvidas.

Greve de trabalhadores expõe fragilidades na preparação para a COP30

A greve de trabalhadores da construção civil em Belém não é apenas um impasse trabalhista. Ela escancara fragilidades na gestão dos projetos voltados à COP30 e levanta questionamentos sobre a capacidade de articulação entre setor público, iniciativa privada e sociedade civil.

A COP30 deveria ser um marco de progresso e sustentabilidade, mas corre o risco de ser lembrada por atrasos e conflitos. A valorização da mão de obra local é essencial para garantir que os investimentos realizados tenham impacto positivo duradouro na cidade.

Caminhos possíveis para evitar o colapso das obras

A resolução do impasse passa pela retomada do diálogo entre empresários e trabalhadores. A mediação por parte do poder público pode ser decisiva para encontrar um ponto de equilíbrio que atenda às reivindicações da categoria sem comprometer os prazos das obras.

Além disso, é necessário repensar a forma como grandes eventos são planejados no Brasil, garantindo que os trabalhadores envolvidos sejam tratados com respeito e tenham suas demandas atendidas desde o início. A construção civil é um dos pilares da economia nacional, e sua força de trabalho precisa ser valorizada.

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O que está em jogo para Belém e para o Brasil com a greve

Mais do que a conclusão das obras da COP30, o que está em jogo é a imagem de Belém como cidade anfitriã de um evento global e a reputação do Brasil como articulador de soluções climáticas. A greve de trabalhadores da construção civil é um alerta sobre a importância de se investir não apenas em infraestrutura, mas também em relações trabalhistas justas e sustentáveis.

A mobilização dos operários mostra que não há sustentabilidade sem justiça social. Para que a COP30 seja um sucesso, é fundamental que todos os envolvidos — empresários, governo e sociedade — reconheçam o papel central dos trabalhadores na construção de um futuro melhor.

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Hilton Libório

Hilton Fonseca Liborio é redator, com experiência em produção de conteúdo digital e habilidade em SEO. Atua na criação de textos otimizados para diferentes públicos e plataformas, buscando unir qualidade, relevância e resultados. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras, Energias Renováveis, Mineração e outros temas. Contato e sugestões de pauta: hiltonliborio44@gmail.com

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