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Grave! Fábrica da BYD no Brasil é palco de AGRESSÕES contra chineses, que trabalham de madrugada e sem descanso, diz denúncia! Chutes, pontapés, alojamentos sujos e aglomerados; o lado negro do local que um dia foi uma fábrica de sucesso da Ford

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 28/11/2024 às 18:05
Atualizado em 29/11/2024 às 15:46
Denúncias de agressões e condições degradantes em fábrica da BYD chocam o Brasil. O MPT investiga violações trabalhistas graves.
Denúncias de agressões e condições degradantes em fábrica da BYD chocam o Brasil. O MPT investiga violações trabalhistas graves.

Sob promessas de progresso, a fábrica da BYD na Bahia revela seu lado mais sombrio: trabalhadores enfrentam maus-tratos, agressões e condições sub-humanas. Com investigações em andamento, o caso levanta dúvidas sobre o custo real do avanço tecnológico.

O ambicioso projeto da BYD, montadora chinesa que assumiu o espaço deixado pela Ford em Camaçari, Bahia, enfrenta polêmica após denúncias sobre o tratamento dispensado a trabalhadores na construção da nova fábrica.

Uma publicação do jornalista André Uzêda, do portal Agência Pública, mostra alegações de agressões físicas, condições insalubres e jornadas exaustivas imposta a chineses que vivem por aqui colocam em xeque a execução da obra, que promete ser um marco para a transição do Brasil para veículos elétricos.

Embora a BYD tenha negado envolvimento direto com as irregularidades, transferindo a responsabilidade para suas empreiteiras contratadas, as acusações chamaram a atenção de órgãos de fiscalização e reacenderam o debate sobre as condições de trabalho em grandes projetos de infraestrutura no país.

Denúncias de agressões e condições degradantes em fábrica da BYD chocam o Brasil. O MPT investiga violações trabalhistas graves. (Imagem: reprodução Agência Pública)
Denúncias de agressões e condições degradantes em fábrica da BYD chocam o Brasil. O MPT investiga violações trabalhistas graves. (Imagem: reprodução Agência Pública)

Promessa de desenvolvimento versus realidade no canteiro de obras

Desde que anunciou sua chegada ao Brasil, a BYD prometeu revolucionar o mercado nacional de veículos elétricos, com um investimento inicial de R$ 5,5 bilhões e a geração de até 20 mil empregos diretos e indiretos.

A planta industrial de Camaçari, localizada em um terreno de 4,6 milhões de metros quadrados cedido pelo governo estadual, é vista como um ponto-chave para consolidar a montadora no mercado brasileiro.

De acordo com André Uzêda, a construção, no entanto, esbarra em relatos de abusos. Imagens que circularam nas redes sociais mostram trabalhadores chineses consumindo água de poças devido à ausência de fornecimento adequado no local.

Além disso, vídeos registrados no canteiro de obras exibem momentos de violência física, como socos e chutes aplicados por supervisores, que aparentemente utilizavam a força como método de disciplina.

Esses fatos geraram questionamentos sobre o cumprimento de normas de segurança do trabalho e de direitos trabalhistas previstos na legislação brasileira.

De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), todos os empregados, sejam nacionais ou estrangeiros, devem ter acesso a condições seguras, jornadas regulamentadas e pausas adequadas.

Denúncias de agressões e condições degradantes em fábrica da BYD chocam o Brasil. O MPT investiga violações trabalhistas graves. (Imagem: reprodução Agência Pública)
Denúncias de agressões e condições degradantes em fábrica da BYD chocam o Brasil. O MPT investiga violações trabalhistas graves. (Imagem: reprodução Agência Pública)

Contratos terceirizados: quem é o responsável?

As acusações recaem, em grande parte, sobre as empreiteiras contratadas pela BYD para a execução da obra.

A Jinjiang Group, responsável pelas atividades de terraplanagem e construção, foi apontada como principal foco das denúncias.

Segundo documentos revelados pela Agência Pública, os trabalhadores chineses, que somam cerca de 470, foram alocados em condições precárias, com jornadas de trabalho superiores a 12 horas diárias e sem as devidas pausas para alimentação ou descanso.

A montadora BYD, em nota, afirmou que a responsabilidade pelo cumprimento de normas trabalhistas é das empresas contratadas e que acompanha o andamento das investigações conduzidas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

Ainda assim, ativistas e especialistas em direitos trabalhistas questionam a falta de supervisão direta da empresa sobre as condições no local.

Para André Uzêda, jornalista que trouxe à tona as denúncias, a situação expõe um problema estrutural nas cadeias produtivas globais: “Empresas multinacionais muitas vezes terceirizam responsabilidades a contratadas, dificultando a identificação de culpados diretos em casos de abuso.”

Denúncias de agressões e condições degradantes em fábrica da BYD chocam o Brasil. O MPT investiga violações trabalhistas graves. (Imagem: reprodução Agência Pública)
Denúncias de agressões e condições degradantes em fábrica da BYD chocam o Brasil. O MPT investiga violações trabalhistas graves. (Imagem: reprodução Agência Pública)

Ação do Ministério Público do Trabalho

Após a repercussão das denúncias, o Ministério Público do Trabalho iniciou uma investigação no canteiro de obras da fábrica.

Segundo André Uzêda, um uma vistoria recente, fiscais identificaram irregularidades pontuais, mas não realizaram uma avaliação completa de todos os espaços e alojamentos.

O inquérito permanece aberto, e as conclusões podem levar a multas, interdições ou até mesmo à responsabilização da BYD caso seja comprovada negligência na fiscalização das atividades de suas contratadas.

Para especialistas, é essencial que o caso seja tratado com rigor, pois pode estabelecer um precedente importante para empresas estrangeiras em operação no Brasil.

Impactos para o projeto e para a reputação da BYD

A fábrica da BYD em Camaçari é considerada um dos principais projetos da empresa fora da China, especialmente devido ao potencial do mercado brasileiro para veículos elétricos.

A produção na unidade incluirá desde automóveis até baterias e componentes, com foco na exportação para outros países da América Latina.

No entanto, a polêmica gerada pelas denúncias pode afetar tanto o cronograma quanto a imagem da empresa.

A primeira fase da obra, inicialmente prevista para ser concluída em dezembro de 2024, foi adiada para janeiro de 2025.

Além disso, as condições relatadas podem afastar futuros investidores ou até mesmo consumidores, que esperam padrões éticos elevados de marcas associadas à sustentabilidade.

Direitos dos trabalhadores estrangeiros no Brasil

A legislação brasileira é clara quanto à proteção dos direitos de trabalhadores estrangeiros. Eles têm os mesmos direitos que os nacionais, incluindo remuneração justa, jornadas regulamentadas e condições dignas de trabalho.

Além disso, convenções internacionais assinadas pelo Brasil garantem a segurança e o bem-estar de trabalhadores migrantes, impondo responsabilidades adicionais às empresas empregadoras.

Entretanto, na prática, os operários chineses enfrentam barreiras culturais e linguísticas que dificultam a formalização de denúncias.

A ausência de intérpretes ou mediadores no local contribui para o isolamento desses trabalhadores, que muitas vezes dependem exclusivamente de seus empregadores para resolver conflitos ou lidar com questões burocráticas.

O governo estadual e a fiscalização

A participação do governo da Bahia, que cedeu o terreno da antiga fábrica da Ford à BYD, também foi alvo de críticas.

Para alguns analistas, o entusiasmo com o projeto pode ter ofuscado a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa.

O governador Jerônimo Rodrigues, presente na cerimônia de assinatura do contrato, ainda não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias.

Perspectivas e lições para o futuro

Embora as denúncias contra a BYD sejam graves, elas não são um caso isolado.

No Brasil, projetos de grande porte frequentemente enfrentam críticas semelhantes, seja pela falta de cumprimento das normas trabalhistas ou pela negligência em garantir condições dignas para os trabalhadores.

A situação da fábrica em Camaçari ressalta a importância de uma fiscalização mais rigorosa e de uma maior responsabilização das empresas contratantes.

Para especialistas, a transparência e o compromisso com os direitos humanos devem ser pilares fundamentais de qualquer empreendimento, especialmente em setores de alta visibilidade como o de veículos elétricos.

Enquanto as investigações prosseguem, resta saber se a BYD conseguirá superar o impacto dessas denúncias e reafirmar seu compromisso com os valores de sustentabilidade e inovação que tanto promove.

O que você acha desse suposto tratamento diferente com funcionários da China na fábrica do Brasil, leitor? Deixe sua opinião nos comentários!

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Ri ardo
Ri ardo
28/11/2024 22:00

A china sendo china,

Jair Barbosa
Jair Barbosa
28/11/2024 22:51

Esse é o padrão chinês, seja aqui como em qq outro lugar. Já relato de coisas semelhantes acontecendo na África, os nativos sendo assim maltratados

Marcos oliveira
Marcos oliveira
29/11/2024 11:00

Seria interessante algum video para evidenciar, uma vez que os carros da BYD está vendendo igual água e os concorrentes com carros ruins, ultrapassados e com os IMPOSTOS do amor, fora que pagamos muito para uma Lata velha sem qualidade alguma e ainda utilizamos combustível fóssil…..Não esqueçamos! BAHIA terra de Gal, Gil e Caetano tudo deles, tudo deles a tiurma da carreta furacão que está nos levando como um foguete a ser um país de 1º mundo.

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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