De acordo com pesquisadores da Embrapa, o condutor também é flexível e quase transparente
O grafeno é um material quase transparente, leve, flexível, e um excelente condutor de calor e eletricidade. Cerca de 200 vezes mais forte que o aço, o grafeno é considerado um material capaz de impulsionar uma revolução tecnológica na indústria de eletrônicos, de acordo com os pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Entretanto, existem alguns desafios para o seu desenvolvimento e aplicações, como a sua produção a partir de fontes renováveis. Segundo a revista Forbes, os pesquisadores afirmam que isso pode ser resolvido por meio da tecnologia de grafeno verde induzido por laser (gLIG). Esse material foi foco de um estudo publicado na revista Applied Physics Reviews, assinado por cientistas brasileiros e portugueses.
O grafeno verde possibilita a produção simples e econômica de eletrônicos
Pedro Ivo Cunha Claro, engenheiro de materiais e um dos autores do artigo escrito durante a sua pós-graduação pela UFSCar e pela UNL, diz que “o grafeno induzido por laser (LIG) abre a possibilidade para a produção simples, econômica e escalável de componentes tecnológicos”. O pesquisador lembra que nos últimos anos houve pesquisas cada vez mais detalhadas sobre o novo condutor para integração em várias aplicações eletrônicas, como supercapacitores, sensores, eletrocatalisadores e nanogeradores triboelétricos.
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De acordo com Claro, o grafeno verde foi proposto para formulação de tinta ou incorporação em matrizes de polímeros, para expandir ainda mais seu uso para substratos não baseados em carbono ou aplicações para as quais o LIG original não pode ser usado diretamente. “Suas propriedades mecânicas e físico-químicas, como alta capacidade de resistência mecânica e condutividade elétrica, o tornam um material com potencial de aplicabilidade tecnológica enorme em diversas áreas”, explica o engenheiro.
Novo condutor é capaz de reduzir a produção de lixo eletrônico
Um dos pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP) que assinaram o artigo, Luiz Henrique Capparelli Mattoso, diz: “é possível aplicar gLIG em diversos substratos, visando o surgimento de materiais eletrônicos vestíveis e comestíveis”. “O gLIG pode ser extraído de resíduos de madeira, folhas, cortiça e carvão, e de outras fontes naturais, permitindo o desenvolvimento de plataformas flexíveis e sustentáveis como alternativa às tecnologias convencionais.”
Conforme divulgado pela Forbes, Mattoso é também responsável por introduzir a nanotecnologia e estudos com novos materiais no agro brasileiro. Ele explica que a cortiça, que são cascas de árvores, é um substrato que tem despertado muito interesse e é considerada uma fonte promissora de grafeno verde, já que pode ser um material híbrido que garante flexibilidade e leveza que contribui para a redução do lixo eletrônico.