Ponte de 300 metros ligará Mato Grosso e Mato Grosso do Sul sobre o rio São Lourenço, no Pantanal, com investimento estimado entre R$ 50 e R$ 60 milhões. A obra deve impulsionar turismo, economia e integração regional.
Uma ponte de 300 metros sobre o rio São Lourenço, no coração do Pantanal, será a primeira ligação física entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Com investimento estimado entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões, a estrutura vai conectar a Estrada Transpantaneira (MT) à MS-214 (MS), criando um novo eixo de integração regional com impacto esperado no turismo e na economia local.
A iniciativa é resultado de uma cooperação entre os dois governos estaduais.
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Pelo acordo, os custos serão divididos igualmente, e Mato Grosso ficará responsável pela elaboração do projeto executivo.
O traçado foi definido após visitas técnicas conjuntas, que identificaram a rota mais curta e viável para cruzar o rio São Lourenço.
Traçado e engenharia: ligação direta entre Transpantaneira e MS-214
Equipes das secretarias de infraestrutura de ambos os estados analisaram alternativas de percurso e concluíram que o traçado ideal liga o fim da Transpantaneira, em Mato Grosso, diretamente à MS-214, em Mato Grosso do Sul.
O diretor de Projetos e Orçamentos da Agesul, Magno Mendes, afirmou que o caminho escolhido reduz distâncias e facilita o acesso de moradores e turistas que circulam na região.
O projeto prevê uma ponte de concreto de cerca de 300 metros, dimensionada para resistir ao regime de cheias e às variações sazonais do Pantanal.
Segundo engenheiros envolvidos, o modelo adotado deverá permitir a passagem da fauna sob a estrutura, evitando interferências significativas na dinâmica natural do rio.
Responsabilidades de cada estado e andamento das obras
O termo de cooperação estabelece que Mato Grosso executará o projeto técnico e Mato Grosso do Sul continuará as intervenções na MS-214, estrada que ligará a BR-163 até o ponto da ponte.
Dados oficiais da Agesul indicam que cerca de 60 quilômetros do trecho já receberam obras de implantação e revestimento primário, com 70,63% de avanço físico registrado até o momento.
A rodovia é considerada estratégica para escoar o fluxo turístico e melhorar o acesso à região pantaneira.
Autoridades locais avaliam que a ligação física entre os dois estados poderá reduzir o tempo de deslocamento e ampliar as rotas de circulação durante o ano.
Ecoturismo e movimentação econômica no Pantanal
A área onde será construída a ponte está próxima de Porto Jofre (Poconé, MT), reconhecida por abrigar um dos maiores polos de avistamento de onças-pintadas do país.
Segundo o gerente da Pousada Porto Jofre Pantanal, Eduardo Blanco, o turismo local movimenta dezenas de propriedades, com 10 barcos grandes, 60 lanchas e cerca de 200 piloteiros atuando na região.
A maioria dos visitantes chega por Cuiabá e percorre os 150 quilômetros de estrada de terra da Transpantaneira até o rio.
De acordo com operadores do setor, a construção da ponte deve melhorar o acesso para turistas vindos de Mato Grosso do Sul e ampliar a oferta de roteiros integrados entre os dois estados.
O projeto também pode aumentar o tempo de permanência dos visitantes e favorecer a economia regional.
Corredor ecológico e cuidados ambientais
Especialistas em meio ambiente avaliam que a ligação poderá fortalecer a integração entre os dois lados do Pantanal e criar um corredor ecológico entre as áreas de conservação.
O diretor de Infraestrutura Rodoviária da Seilog, Rudi Fiorese, afirmou que o empreendimento será um marco de conectividade entre os estados, desde que siga critérios técnicos e ambientais adequados.
A secretária-adjunta de Obras Rodoviárias de Mato Grosso, Nivia Calzolari, informou que o projeto está sendo desenvolvido com base em princípios de sustentabilidade e que o licenciamento ambiental será conduzido conforme as exigências do bioma pantaneiro.
De acordo com ela, a ligação atende a uma demanda antiga do setor turístico e deve contribuir para o desenvolvimento regional sustentável, dentro dos limites ambientais estabelecidos pelos órgãos competentes.
Mobilidade e impacto social na região
O projeto é visto por gestores estaduais como uma medida para melhorar a mobilidade e integrar comunidades ribeirinhas que vivem em áreas de difícil acesso.
A nova ponte encurtará o trajeto entre Corumbá (MS) e Porto Jofre (MT), facilitando o deslocamento de moradores e visitantes.
O investimento também pode aumentar a segurança viária durante o período de cheias, quando estradas de terra ficam intransitáveis.
De acordo com técnicos das secretarias envolvidas, o investimento também pode gerar empregos temporários nas obras e impulsionar setores locais, como hospedagem, transporte e alimentação.
O comércio regional, segundo estimativas preliminares, deve se beneficiar da maior circulação de pessoas e mercadorias.
Desafios técnicos e próximos passos
A construção de uma ponte no Pantanal impõe desafios logísticos e ambientais.
Engenheiros responsáveis pelo planejamento destacam que o solo saturado e as variações no nível da água exigem técnicas específicas de fundação e cronogramas ajustados à estação seca, quando as condições de trabalho são mais favoráveis.
Segundo a Seilog e a Sinfra, o avanço do projeto depende da conclusão dos estudos ambientais, da aprovação do projeto executivo e da licitação da obra.
As duas gestões afirmam que a execução será coordenada para garantir compatibilidade entre as intervenções rodoviárias e a estrutura principal.
Perspectivas para o futuro do Pantanal
Com a conclusão da ponte e das obras de acesso, a expectativa é que o Pantanal se torne mais acessível ao turismo e à pesquisa científica, mantendo o compromisso com a conservação ambiental.
Gestores e pesquisadores apontam que o equilíbrio entre crescimento econômico e preservação será o principal desafio para os próximos anos.
A integração física entre os estados é considerada, por técnicos e ambientalistas, um passo importante para o planejamento conjunto de políticas públicas voltadas ao ecoturismo e à proteção do bioma.
A principal questão agora é: como garantir que o aumento da visitação turística ocorra de forma sustentável, sem comprometer a biodiversidade e as comunidades pantaneiras?

                        
                                                    
                        
                        
                        
                        

        
        
        
        
        
        
        
        
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