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Governo Trump paralisa projetos de energia eólica nos EUA

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 25/08/2025 às 07:57
Bandeira dos Estados Unidos ao vento com turbinas eólicas ao fundo sob um céu parcialmente nublado.
Bandeira americana tremulando ao lado de turbinas eólicas em operação, representando a transição energética no país.
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Descubra como a paralisação de projetos impacta a energia eólica nos EUA, afetando investimentos, empregos e o avanço da geração limpa.

A energia eólica nos EUA vem ganhando espaço nas últimas décadas; contudo, enfrenta desafios significativos, especialmente quando decisões políticas interferem em projetos estratégicos.

Um exemplo recente ocorreu com a paralisação do parque eólico offshore “Revolution Wind” no estado de Rhode Island, ordenada pelo ex-presidente Donald Trump.

Portanto, esse empreendimento, que estava em fase final de construção, simboliza o crescimento da geração limpa nos Estados Unidos.

Ele mostra como o setor ainda depende de estabilidade política para se consolidar.

Historicamente, a energia eólica nos EUA começou a se desenvolver de forma mais consistente nas décadas de 1970 e 1980, impulsionada pela crise do petróleo e pela necessidade de diversificar a matriz energética.

Assim, pequenas turbinas surgiram em áreas rurais, especialmente no Meio-Oeste, onde os ventos são mais constantes.

Entretanto, só no início do século XXI o setor ganhou dimensão industrial, com grandes parques eólicos em terra e, mais recentemente, no mar.

Por exemplo, estados como Texas, Iowa e Kansas se tornaram referências nacionais, graças ao potencial de geração e à redução de custos de produção.

O parque eólico Revolution Wind representa um marco nesse contexto.

Com 80% da construção concluída, o projeto abastecerá cerca de 350 mil residências nos estados de Rhode Island e Connecticut.

Além disso, a iniciativa amplia a energia renovável e gera investimentos significativos em tecnologia, empregos e desenvolvimento econômico local.

A gigante dinamarquesa Orsted investiu milhões e planejava concluir o projeto até 2026.

Porém, a decisão de Trump de interromper as obras trouxe incerteza sobre o futuro do projeto e do setor como um todo.

Vale destacar que a expansão da energia eólica também diversifica a matriz energética americana, diminuindo a dependência de combustíveis fósseis importados.

Dessa forma, a estratégia reduz emissões de carbono e aumenta a segurança energética do país, especialmente em um cenário global de volatilidade nos preços do petróleo e do gás natural.

Impactos da paralisação sobre investimentos e regulamentação

O governo Trump alegou que precisava revisar aspectos relacionados à segurança nacional dos Estados Unidos.

Entretanto, documentos e declarações públicas não detalharam quais riscos concretos existiam.

Dessa maneira, essa postura mostra a tendência do ex-presidente de priorizar interesses estratégicos e econômicos imediatos em detrimento do avanço de fontes limpas, especialmente quando comparadas à energia fóssil tradicional.

Além disso, a paralisação contrasta com a política da administração anterior, de Joe Biden, que concedeu todas as permissões necessárias para o projeto.

Consequentemente, reforçou a percepção de instabilidade regulatória no setor.

A indústria reagiu rapidamente.

Por exemplo, a Associação Nacional das Indústrias de Energia Oceânica alertou que interromper obras de um projeto quase concluído coloca em risco empregos e investimentos; além disso, prejudica a competitividade americana na área de energias renováveis.

O Financial Times registrou que, nos últimos meses, projetos em construção no país enfrentaram perdas estimadas em quase US$20 bilhões devido a decisões similares da Casa Branca.

Portanto, para especialistas em energia, essas ações geram um efeito cascata: não prejudicam apenas o projeto imediato, mas desestimulam novos investimentos, atrasam pesquisas e limitam a geração de energia limpa em nível nacional.

Além disso, a paralisação de projetos eólicos enfraquece a confiança do setor financeiro.

Por isso, bancos e investidores institucionais avaliam riscos políticos e regulatórios antes de aplicar recursos.

Mudanças abruptas de política podem levar à retração de financiamentos essenciais para novos empreendimentos.

Assim, a interrupção do “Revolution Wind” afeta diretamente a sustentabilidade financeira do setor.

O impacto da paralisação também se estende à dimensão ambiental.

A energia eólica nos EUA ajuda a reduzir emissões de gases de efeito estufa.

Dessa forma, cada parque que deixa de entrar em operação aumenta a dependência de combustíveis fósseis, como carvão e gás natural.

Isso polui mais e atrasa metas climáticas.

Segundo Kit Kennedy, diretor-gerente da divisão de energia do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, decisões como essa fazem com que “todos os americanos paguem o preço por escolhas equivocadas”.

Considerando que as mudanças climáticas não respeitam fronteiras, a população mundial também sente os impactos dessas medidas.

Desafios regulatórios e cooperação internacional

Além de fatores ambientais e econômicos, a paralisação evidencia desafios regulatórios e institucionais.

A energia eólica nos EUA depende de licenças complexas, avaliações de impacto ambiental, aprovações federais e estaduais, além de negociações com comunidades locais.

Portanto, projetos offshore, em especial, enfrentam questões de uso do espaço marítimo, impactos sobre a fauna marinha e integração com a rede elétrica.

Qualquer mudança abrupta na condução dessas análises pode atrasar anos de planejamento e investimento, gerando insegurança para empresas e investidores.

O caso do Revolution Wind também mostra a importância da cooperação internacional.

Por exemplo, empresas estrangeiras, como a Orsted, trouxeram tecnologia avançada e experiência consolidada em parques eólicos offshore na Europa.

Consequentemente, a interrupção desses projetos prejudica não apenas o mercado interno dos EUA, mas também a confiança de parceiros internacionais em investir em energia limpa no país.

Historicamente, a experiência europeia mostrou que a energia eólica offshore exige compromisso político e estabilidade regulatória para alcançar resultados significativos.

Sem esse ambiente, os Estados Unidos correm o risco de ficar atrás em inovação e competitividade global.

Outro ponto relevante é a capacitação profissional.

A energia eólica exige técnicos especializados, engenheiros e pesquisadores para instalação, manutenção e operação dos parques.

Assim, com a paralisação de projetos, oportunidades de treinamento e desenvolvimento de mão de obra qualificada ficam comprometidas.

Isso atrasa o crescimento de um setor que poderia gerar milhares de empregos.

Perspectivas futuras da energia eólica nos EUA

Ao longo das últimas décadas, o setor de energia eólica nos EUA apresentou uma trajetória de crescimento constante, mas sensível a políticas públicas.

Entre os anos 2000 e 2020, a capacidade instalada passou de alguns megawatts para dezenas de gigawatts, com redução de custos e aumento da eficiência tecnológica.

Portanto, incentivos fiscais, créditos e subsídios viabilizaram a expansão, especialmente em regiões com ventos favoráveis.

Porém, decisões políticas que interrompem projetos maduros podem reverter décadas de progresso, afetando metas de descarbonização e planejamento energético nacional.

Em termos de emprego e economia local, a energia eólica cria oportunidades em diversas frentes: fabricação de turbinas, construção de parques, manutenção e operação, além de serviços indiretos em logística e pesquisa.

Assim, projetos como o Revolution Wind geram emprego e renda, principalmente em estados costeiros.

Consequentemente, a paralisação compromete não apenas a geração elétrica, mas também o desenvolvimento econômico de comunidades diretamente ligadas ao setor.

Por fim, é importante refletir sobre a perspectiva futura da energia eólica nos EUA.

Apesar de obstáculos como a paralisação de Trump, a tendência de crescimento da energia limpa permanece sólida.

Dessa forma, mudanças climáticas, demandas por eletricidade limpa, inovação tecnológica e interesse público em reduzir a dependência de combustíveis fósseis sustentam o setor.

A história mostra que, mesmo diante de desafios políticos, investimentos em energia eólica conseguem se recuperar e se expandir, desde que haja planejamento estratégico, diálogo entre governo e indústria e compromisso com metas ambientais de longo prazo.

Em resumo, a paralisação do parque eólico “Revolution Wind” pelo governo Trump evidencia os desafios enfrentados pela energia eólica nos EUA, entre decisões políticas, impactos ambientais e econômicos e cooperação internacional.

Portanto, o setor, apesar de resiliente, precisa de estabilidade regulatória e política para continuar crescendo.

A história da energia eólica americana mostra que o potencial é enorme, mas o sucesso depende de continuidade de investimentos e políticas consistentes.

Isso garante que o país avance rumo a uma matriz energética limpa, sustentável e competitiva.

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Trump chama fontes renováveis de ‘golpe do século’ e promete barrar projetos | Padilha – UOL

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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