O governo Trump corta US$ 427 milhões de terminal eólico na Califórnia e amplia sua política anti-renováveis, impactando projetos, empregos e o futuro da energia eólica nos Estados Unidos.
O governo Trump voltou a mirar diretamente na energia eólica com um corte de US$ 427 milhões destinados à construção de um terminal em Humboldt Bay, na Califórnia, conforme noticiado nesta terça, 30. A medida, anunciada em setembro de 2025, compromete a execução do projeto e levanta sérias dúvidas sobre o futuro da infraestrutura eólica no estado.
Greg Dale, comissário do Humboldt Bay Harbor District, destacou a gravidade da situação. Segundo ele, sem os recursos federais, a obra corre o risco de ser paralisada, especialmente após as recentes declarações da administração Trump contra o crescimento das energias renováveis.
Agenda anti-renováveis e impacto direto no setor
Desde o início de seu mandato, Donald Trump tem mantido uma postura hostil em relação às fontes limpas. A agenda anti-eólica já havia imposto moratórias em novos projetos, dificultando o avanço da matriz energética sustentável nos Estados Unidos.
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Agora, além do terminal na Califórnia, outros 12 projetos portuários também perderam verbas federais. O impacto vai além do atraso nas obras: compromete a instalação de turbinas em alto-mar e reduz a capacidade de geração futura, enfraquecendo a competitividade da energia eólica no país.
Disputas judiciais e resistência dos estados
A ofensiva contra as energias renováveis desencadeou uma série de ações judiciais em diferentes estados norte-americanos. Governadores e autoridades locais questionam na Justiça os bloqueios a novos projetos e a criação de entraves burocráticos.
Em paralelo, o Departamento de Energia confirmou que pretende reduzir ainda mais os subsídios voltados a iniciativas de energia limpa. No entanto, não foram detalhados quais programas sofrerão os próximos cortes, o que aumenta a insegurança no setor e gera incertezas para investidores.
Apesar da pressão federal, especialistas mantêm a confiança na recuperação do setor. Mark Jacobson, cientista da Stanford University, afirma: “A energia eólica irá voltar, pois é financeiramente viável e essencial para reduzir emissões de carbono”.
Na avaliação de analistas, o futuro da energia eólica na Califórnia dependerá da capacidade de adaptação das empresas e de possíveis mudanças no cenário político. Projetos como o de Humboldt Bay podem ser retomados caso haja alteração nas diretrizes federais ou fortalecimento do apoio local e estadual.
Assim, ainda que o setor atravesse um período turbulento, a viabilidade econômica e os benefícios ambientais mantêm a energia eólica como peça-chave na transição energética dos Estados Unidos.