Avibras e Akaer. A união promete movimentar US$ 1 bilhão em faturamento e criar milhares de novos empregos no setor de defesa.
A Avibras, empresa privada brasileira da área de defesa em recuperação judicial desde 2022, está passando por um plano de salvamento que envolve capital privado nacional, com o objetivo de evitar sua falência ou a venda para estrangeiros. O governo e as Forças Armadas estão envolvidos na busca por uma solução, incluindo a possibilidade de fusão da Avibras e Akaer Engenharia Espacial, por meio de um grupo de investidores nacionais.
Avibras acumulou dívida milionária
Criada em 1961, a Avibras foi uma das pioneiras brasileiras no desenvolvimento de equipamentos militares, mas atualmente acumula uma dívida de R$ 600 milhões, resultando na demissão de 420 funcionários. A Avibras está em recuperação judicial e conta atualmente com 900 colaboradores, mas as atividades de linha de produção estão paralisadas por falta de capital.
Tentativas de compra por empresas estrangeiras, como a australiana DefendTex e a chinesa Norinco, causaram preocupação no governo brasileiro, levando à mobilização do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para encontrar uma solução nacional, tendo em vista que a Avibras produz o armamento mais potente do Exército Brasileiro.
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Trata-se do lançador de mísseis e foguetes de saturação de área, Astros 2020, e está em fase final de desenvolvimento do míssil tático de cruzeiro AV-MTC-300, cuja propriedade intelectual é do Exército Brasileiro, que financiou em maior parte o desenvolvimento do armamento altamente estratégico, que poucas nações do mundo tem tecnologia para produzir.
Uma venda de parte majoritária da Avibras para a australiana DefendTex, tornaria a empresa brasileira em uma empresa estrangeira, que poderia transferir suas plantas fabris para a Austrália, causando ainda mais desemprego e desindustrialização no Brasil, enfraquecendo a defesa nacional, e levando a tecnologia nacional para ser usada na guerra da Ucrânia, o que o governo brasileiro também é contra.
Saiba mais sobre a Akaer
Já a venda de 49% da empresa para a chinesa Norinco, embora não a tornasse uma empresa estrangeira, também não era vista com bons olhos pelo governo brasileiro, e neste caso, haveria sanções norte-americanas contra a Avibras, o que inviabilizaria o uso de tecnologias dos EUA atualmente utilizadas em alguns dos armamentos da empresa, e o pior, o completo fechamento do mercado ocidental de armas para a companhia brasileira, assim como para países aliados dos Estados Unidos no oriente médio.
E isso tudo levou o governo brasileiro a mobilizar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para encontrar uma solução nacional. E a solução que o governo busca é a fusão da Avibras e Akaer, com financiamento estatal e privado.
A Akaer é uma das empresas de defesa brasileiras com maior avanço tecnológico na área de projetos militares, já tendo contribuído com sucesso nos projetos de desenvolvimento das aeronaves brasileiras Embraer Super Tucano e Embraer KC-390, da aeronave sueca F-39 Gripen E/F, e da aeronave turca Hurjet.
Impactos da fusão da Avibras e Akaer
A fusão da Avibras e Akaer busca criar a maior empresa de defesa do Brasil, e traria sinergias importantes, como a adaptação de tecnologias da Akaer para os lançadores de mísseis do projeto Astros.
Essa fusão teria o potencial de faturar US$ 1 bilhão até 2034 e empregar mais de 6 mil pessoas, em um mercado internacional de defesa que apresenta uma oportunidade de crescimento, impulsionado pela escassez de armamentos decorrente dos conflitos na Ucrânia.
A demanda por equipamentos militares cresceu, principalmente na Europa e na Ásia, levando os países a reforçarem suas defesas e aumentarem os investimentos no setor de defesa, com destaque para membros da OTAN e países como Japão e Filipinas.
A viabilidade do projeto de fusão da Avibras e Akaer depende da captação de investidores nacionais e da conversão de créditos por parte de instituições financeiras, com o BNDES desempenhando um papel importante no financiamento.