Obras em famosa BR prometem grandes melhorias, mas também trazem um impacto significativo no bolso dos motoristas, com um custo de até R$ 155 bilhões. Estudo revela os desafios e sugere alternativas como pedágio variável e free flow para minimizar os custos.
Prepare-se: as obras na BR-101 prometem não só modernizar a rodovia, mas também impactar diretamente o bolso de quem a utiliza.
A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) encomendou um estudo alarmante que revelou o potencial de gastos astronômicos para os motoristas que trafegam pela BR-101, no norte do estado.
Mas o que está em jogo? Obras de infraestrutura que, embora prometam melhorias, podem resultar em custos surpreendentes para quem utiliza a via até 2047.
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A Fiesc apresentou uma proposta ao Ministério dos Transportes que inclui novas melhorias para a BR-101. Segundo a entidade, o atual plano de obras poderá gerar um custo acumulado de R$ 155,7 bilhões para os motoristas entre 2033 e 2047.
Esses valores incluem despesas com combustível, manutenção dos veículos, perda de tempo em congestionamentos e, claro, os danos provocados por acidentes na rodovia.
O impacto das obras no seu bolso
De acordo com o estudo, além do custo financeiro, as obras previstas poderão não ser suficientes para lidar com o crescente fluxo de veículos até 2048.
Simulações mostraram que diversos trechos da BR-101 atingirão o nível “F” na escala HCM (Highway Capacity Manual), que é o pior possível.
Isso significa que a rodovia enfrentará congestionamentos crônicos, onde a demanda de veículos excederá a capacidade da via, tornando a experiência de viajar pela BR-101 uma verdadeira provação para os motoristas.
Além disso, as obras terão um impacto ambiental significativo. Segundo o engenheiro de tráfego Lucas Trindade, o projeto prevê um aumento de mais de 40% nas emissões de poluentes.
Seriam 8 trilhões de toneladas adicionais de CO2, NOx, PM e VOC lançados na atmosfera, contribuindo de maneira expressiva para a degradação ambiental.
Medidas sugeridas pela Fiesc para aliviar o problema
Apesar de apoiar a renovação do contrato de concessão da BR-101, a Fiesc ressaltou que as obras e melhorias propostas são insuficientes.
Mario Cezar de Aguiar, presidente da federação, destacou a necessidade de incorporar medidas adicionais para aumentar a segurança e melhorar os níveis de serviço na rodovia.
Entre as melhorias sugeridas, destacam-se a construção de terceiras faixas, vias laterais e obras nos entroncamentos.
Essas intervenções poderiam mitigar os gargalos existentes e melhorar a fluidez do tráfego, porém, também elevariam os custos para os motoristas.
Pedágio e novas tecnologias: o que vem por aí?
Um dos pontos mais polêmicos discutidos no estudo é a implementação do pedágio por quilômetro rodado, conhecido como “free flow”.
Essa modalidade de cobrança visa uma tarifa mais justa, onde o usuário paga de acordo com a distância percorrida.
Egídio Martorano, presidente da Câmara de Transporte e Logística da Fiesc, defendeu a adoção do modelo como uma forma de aumentar as receitas e garantir que mais obras possam ser realizadas.
Além disso, o estudo propôs a implantação de tecnologias inteligentes de tráfego e conectividade para aumentar a segurança na BR-101.
Essas inovações permitiriam uma comunicação mais ágil em situações de emergência e ajudariam as transportadoras a otimizar suas operações, monitorando o consumo de combustível e a localização de frotas em tempo real.
A polêmica do pedágio variável
Outro ponto de destaque é a proposta do pedágio variável, que ajustaria a tarifa de acordo com o horário.
Durante os horários de pico, a taxa aumentaria, incentivando os motoristas a viajarem em horários alternativos e ajudando a diluir o tráfego ao longo do dia.
Mas será que essa medida realmente traria benefícios? Para os motoristas que não têm flexibilidade no horário de viagem, o pedágio variável pode se tornar mais um peso financeiro.
Inovações de segurança e sustentabilidade
A fim de melhorar o atendimento em casos de acidente, o estudo propõe a adoção das “motolâncias”, motos equipadas para o atendimento rápido a vítimas de acidentes rodoviários.
Essas unidades ajudariam a reduzir o tempo de resposta a emergências e, consequentemente, diminuiriam o tempo de congestionamento causado pelos acidentes.
Outra proposta inovadora é o bloqueador de visão de acidentes, uma tecnologia que ajudaria a evitar que os curiosos diminuam a velocidade para observar os sinistros, o que agrava os congestionamentos.
Obras paralelas e novos desafios
A Fiesc também voltou a defender a construção de uma rodovia paralela à BR-101, que atenderia ao crescimento de demanda nas próximas décadas.
Segundo o engenheiro Ricardo Saporiti, essa alternativa desafogaria o tráfego em diversos trechos críticos.
No entanto, o maior obstáculo é a falta de licitação para o projeto de engenharia, especialmente no trecho que ligaria a nova rodovia ao contorno viário da Grande Florianópolis.
O prazo otimista para a conclusão dessas obras, caso o projeto seja aprovado, seria de quatro anos, com a finalização estimada para 2031.
Mas será que essa nova rodovia realmente resolveria o problema ou apenas o deslocaria para outras áreas?
O futuro da BR-101: um custo que vale a pena?
A renovação do contrato de concessão da BR-101 e a implementação de novas tecnologias e obras são medidas urgentes para evitar que a rodovia entre em colapso nos próximos anos.
Porém, esses avanços virão a um custo elevado, tanto para o governo quanto para os usuários. A pergunta que fica é: você está disposto a pagar essa conta?