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Proposta de proibir cultivo de tilápia acende alerta no agronegócio e ameaça milhares de empregos no Brasil

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 20/10/2025 às 14:18
Proposta do governo de proibir cultivo de tilápia gera revolta, ameaça produção, empregos e pode causar forte impacto na economia e alimentação
Proposta do governo de proibir cultivo de tilápia gera revolta, ameaça produção, empregos e pode causar forte impacto na economia e alimentação
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Setor produtivo reage com indignação à proposta do governo de classificar a tilápia como espécie invasora, o que pode proibir seu cultivo, paralisar exportações, gerar desemprego em massa e afetar diretamente a segurança alimentar dos brasileiros.

Uma proposta da Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio), vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), para incluir a tilápia na Lista Nacional de Espécies Exóticas Invasoras provocou forte reação no setor do agronegócio.

A medida, que na prática proibiria o cultivo da espécie, despertou profunda preocupação na Associação de Piscicultores em Águas Paulistas e da União (Peixe SP), que exige a imediata reconsideração da decisão.

A tilapicultura representa hoje o principal pilar da piscicultura nacional. Em 2024, o Brasil produziu 662.230 toneladas do peixe, o equivalente a 68% de toda a produção de peixes cultivados no país.

São Paulo ocupa a segunda posição entre os maiores produtores nacionais.

Insegurança jurídica e risco de colapso socioeconômico

A Peixe SP classifica a proposta como um “equívoco de graves consequências” e alerta que a classificação generalizada da tilápia como invasora ameaça uma cadeia produtiva consolidada, geradora de milhares de empregos e fundamental para a segurança alimentar de milhões de brasileiros.

Qualquer tentativa de restringir retroativamente essa atividade configuraria grave violação à segurança jurídica e aos fundamentos da boa governança ambiental”, afirmou Marilsa Patrício Fernandes, secretária executiva da entidade, a Forbes.

A organização ressalta que a proibição representaria a criminalização de um setor legalmente constituído, com potencial de paralisar investimentos e causar danos sociais e econômicos irreversíveis.

Produção controlada e legalizada

No centro do debate está a necessidade de diferenciar a aquicultura moderna da introdução descontrolada de espécies.

A Peixe SP defende que a produção de tilápia no Brasil ocorre majoritariamente em ambientes controlados e licenciados, como tanques-rede em reservatórios de usinas hidrelétricas e viveiros escavados.

O cultivo segue parâmetros legais estabelecidos pela Portaria IBAMA nº 145/1998, que autoriza a criação de espécies exóticas em áreas específicas. A entidade reforça que a aplicação retroativa de novas regras violaria direitos adquiridos e comprometeria empreendimentos já licenciados.

Com investimentos constantes em tecnologia de manejo, nutrição e genética, o setor afirma reduzir riscos ambientais e manter padrões sustentáveis de produção.

A Peixe SP busca um diálogo técnico com a Conabio para evitar o que considera um desastre econômico para a piscicultura nacional.

Paraná, líder nacional, teme impactos profundos

O Sistema FAEP também manifestou preocupação com a proposta. O Paraná lidera a produção nacional de tilápia, respondendo por 36% do total do país e por 25% de toda a produção de peixes.

A cadeia produtiva estadual movimenta setores como ração, frigoríficos, transporte e comércio, gera mais de 2,2 mil empregos e garante renda a pequenos e médios produtores.

O estado também lidera as exportações brasileiras da espécie, que cresceram 94% em valor e 68% em volume entre 2023 e 2024, evidenciando sua importância para a economia local e para a presença do Brasil no mercado global.

Riscos para pequenos produtores e segurança alimentar

Ágide Eduardo Meneguette, presidente interino do Sistema FAEP, enfatiza que a tilápia é domesticada e cultivada há mais de 25 anos com autorização do Ibama. Ele defende políticas públicas que considerem os benefícios econômicos e sociais do setor.

O setor é estratégico para a economia do Paraná e do Brasil, e decisões precipitadas podem comprometer toda a cadeia produtiva e o emprego de milhares de famílias”, declarou.

A FAEP alerta ainda que pequenos produtores seriam os mais afetados por uma eventual mudança, sem tempo hábil para adaptação às novas regras. Isso poderia gerar desemprego em massa e afetar diretamente milhares de famílias que dependem da piscicultura para garantir sua renda.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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