Medida que aumentou a taxação sobre produtos estratégicos pode impactar o bolso dos brasileiros ainda em 2025
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou em 22 de julho de 2025 que a nova política de reoneração das importações poderá reduzir os preços dos alimentos no Brasil.
Segundo ele, a decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex), tomada no início de julho, foi técnica e tem como foco direto estimular a produção nacional, especialmente no setor de fertilizantes.
Além disso, a proposta busca diminuir a dependência de insumos estrangeiros, o que, em cadeia, pode levar a uma queda nos custos agrícolas e no valor dos produtos finais nas prateleiras.
Governo quer fortalecer fertilizantes brasileiros
Carlos Fávaro explicou que o país enfrentava uma inundação de produtos importados com preços artificialmente baixos, o que enfraquecia a indústria nacional.
Portanto, a Camex decidiu elevar a alíquota de importação sobre itens estratégicos, como defensivos e fertilizantes, após consulta com diversos setores e análise de impacto econômico.
A medida também é parte do Plano Nacional de Fertilizantes, lançado em 2022 e reforçado em 2024, com o objetivo de ampliar a capacidade produtiva do Brasil e reduzir riscos logísticos e de preços no mercado internacional.
Além disso, o vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, defendeu publicamente o aumento das tarifas como uma forma de equilibrar o mercado.
Segundo ele, essa reoneração cria um ambiente mais justo para a indústria local competir com produtos que chegam com subsídios ou vantagens desleais.
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Impacto nos preços ainda será sentido nos próximos meses
Embora a proposta não traga efeitos imediatos, Fávaro destacou que o consumidor poderá perceber, nos próximos meses, uma leve queda nos preços dos alimentos. Isso ocorreria porque, ao incentivar a produção interna de fertilizantes, os custos de produção agrícola seriam reduzidos.
Como consequência, os preços finais dos alimentos poderiam ficar mais acessíveis.
Ainda assim, ele reforçou que o impacto dependerá da reação do setor produtivo e do andamento da política de incentivo à indústria.
Com isso, o governo acredita que a medida representa uma estratégia sólida para alcançar autonomia e segurança alimentar.
Embora a expectativa seja de ganhos progressivos, o Planalto afirmou que seguirá monitorando os resultados e está aberto a ajustes, caso surjam distorções ou desequilíbrios no curto prazo.
Política segue modelo global de proteção industrial
Essa estratégia de proteção da indústria segue exemplos adotados por grandes economias como os Estados Unidos e países da União Europeia.
Conforme informou a equipe técnica da Camex, muitos governos vêm revendo suas cadeias produtivas e estimulando a produção nacional em áreas sensíveis, como insumos agrícolas.
No caso brasileiro, a proposta também considera os aprendizados da pandemia de 2020 e os impactos da guerra na Ucrânia sobre o fornecimento global de fertilizantes.
Portanto, ao aumentar a tarifa sobre produtos importados, o Brasil tenta retomar parte de sua autonomia produtiva, gerando empregos e fortalecendo cadeias nacionais.
De acordo com o Ministério da Agricultura, esse movimento pode inclusive fomentar novos investimentos em plantas de fertilizantes em território nacional, o que aumentaria a competitividade do setor no médio prazo.
Alimentos mais acessíveis dependem da resposta do mercado
Apesar das expectativas positivas, especialistas da Fundação Getulio Vargas alertaram que os efeitos para o consumidor dependerão do tempo de resposta da indústria nacional.
Para que os alimentos fiquem mais acessíveis, o setor agrícola precisará reduzir seus custos com a nova estrutura de preços dos insumos.
Além disso, é fundamental que essa redução chegue ao consumidor final, mesmo que isso leve alguns meses ou até anos.
Ainda assim, o ministro Carlos Fávaro garantiu que o Brasil continua em uma trajetória de fortalecimento da política agrícola com foco em sustentabilidade.
Segundo ele, todas as decisões recentes foram baseadas em análises técnicas, com ênfase na geração de empregos, estabilidade econômica e equilíbrio entre oferta e demanda.
Resta saber se, até o fim de 2025, essa estratégia realmente conseguirá reduzir o custo da comida sem criar novos gargalos para o agronegócio.