O Ministério da Agricultura e Pecuária anuncia a próxima fase do projeto-piloto Zarc Níveis de Manejo para a soja no Paraná. Iniciativa envolve Embrapa, seguro rural e práticas sustentáveis de cultivo
A soja no Paraná está ganhando uma atenção especial com um projeto inovador que une tecnologia, sustentabilidade e gestão de riscos, segundo uma matéria publicada.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) marcou para outubro o início de uma nova fase do Zoneamento Agrícola de Risco Climático em Níveis de Manejo (ZarcNM), pensado especialmente para o produtor rural que busca cultivar com mais segurança diante das mudanças climáticas.
Esse projeto-piloto foi desenvolvido pela Embrapa e se baseia em um sistema de classificação que avalia o nível de manejo em cada área de plantio.
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O objetivo é simples: diferenciar os talhões de acordo com a forma como são cuidados, levando em conta práticas agrícolas eficientes e sustentáveis.
Na prática, isso significa que as propriedades poderão ser enquadradas em diferentes categorias, o que vai abrir portas para benefícios diretos, como acesso a percentuais de subvenção diferenciados no seguro rural.
Para quem cultiva soja no Paraná, essa é uma oportunidade importante de unir produtividade, sustentabilidade e mais proteção contra riscos climáticos.
Como funciona a classificação do manejo agrícola
A classificação proposta pelo ZarcNM divide as áreas em quatro níveis, que vão do NM1 ao NM4. Essa avaliação acontece por meio de seis indicadores técnicos.
Entre eles estão a quantidade de cálcio no solo, o período sem revolvimento, a presença de palhada cobrindo o terreno e a diversidade dos cultivos utilizados.
Para conseguir a classificação, o produtor de soja no Paraná precisa reunir três tipos de informações: dados básicos do agricultor e da área (com geolocalização e histórico de uso), dados coletados via sensoriamento remoto e geoprocessamento, além de análises físicas e químicas do solo.
As amostras precisam ser georreferenciadas para garantir precisão. Essas informações ficam registradas no Sistema de Informações de Níveis de Manejo (SINM), que é indispensável para validar a classificação final de cada propriedade.
O cuidado com essa etapa garante que os resultados tenham credibilidade e sejam usados como base para acesso ao seguro rural.
Papel da Embrapa e dos operadores no projeto
A Embrapa teve papel central no desenvolvimento do protocolo técnico que orienta toda a aplicação do ZarcNM. Mas a execução não fica restrita apenas aos pesquisadores.
O sistema já está sendo operado por usuários credenciados, como cooperativas, seguradoras, bancos, empresas de geotecnologia e órgãos públicos.
Esses operadores são divididos em três categorias: contrato, geoprocessamento e análise de solo. Além deles, também atuam suboperadores que ajudam a expandir o alcance do projeto.
Esse modelo colaborativo é estratégico para que os produtores de soja no Paraná tenham acesso a informações de qualidade e consigam enquadrar suas áreas de forma adequada.
O envolvimento dessas instituições também facilita o processo de integração entre agricultura, seguro rural e sustentabilidade, pontos centrais dessa nova fase.
Recursos destinados ao seguro rural
Um dos grandes atrativos dessa etapa do projeto é o incentivo financeiro. O Mapa vai destinar R$ 8 milhões em subvenção ao prêmio do seguro rural exclusivamente para a soja no Paraná na safra 2025/2026.
Os produtores que tiverem suas áreas classificadas nos níveis de manejo poderão acessar percentuais diferenciados de subvenção, que podem chegar a até 35%.
Esse benefício está diretamente ligado à qualidade do manejo e ao histórico da propriedade. Quanto mais sustentável e eficiente for o sistema de cultivo, maior será a vantagem para o agricultor.
Esse investimento mostra como o projeto busca alinhar segurança financeira com boas práticas de produção agrícola.
Próximos passos do projeto-piloto
O calendário também já está definido. Até o dia 10 de outubro, os produtores precisam ter suas áreas validadas no SINM.
Logo depois, no dia 13 de outubro, as seguradoras deverão enviar ao Mapa as propostas de seguro que atendam aos critérios técnicos definidos pela Embrapa.
Esse movimento reforça o objetivo de tornar a soja no Paraná mais preparada para enfrentar riscos climáticos, com base em informações confiáveis e práticas sustentáveis.
O projeto-piloto vai servir como modelo para futuras expansões, incentivando o uso de tecnologias e o cuidado com o solo.