Governo anuncia apoio a produtores rurais com renegociação de dívidas, expansão do Programa Solo Vivo e Plano Brasil Soberano para proteger empregos.
O que parecia ser apenas mais uma reunião de governo acabou se tornando um marco para o setor agropecuário. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou nesta segunda-feira (8), em Brasília, um conjunto de medidas voltadas ao apoio dos produtores rurais brasileiros.
O pacote inclui a renegociação de dívidas, o fortalecimento do Programa Solo Vivo e a criação do Plano Brasil Soberano.
As ações visam garantir fôlego financeiro ao campo, recuperar solos degradados e proteger a economia diante dos desafios internacionais.
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Renegociação bilionária alivia produtores rurais em crise
A primeira medida é a edição da Medida Provisória 1.314/2025, publicada na última sexta-feira (5).
O texto autoriza a renegociação de dívidas de milhares de produtores rurais que enfrentaram perdas com secas e enchentes nos últimos cinco anos.
Segundo o governo, serão destinados R$ 12 bilhões diretamente para a operação, com expectativa de beneficiar até 100 mil agricultores, sobretudo pequenos e médios.
Além disso, os bancos contarão com incentivos para ampliar as operações em mais R$ 20 bilhões, totalizando R$ 32 bilhões em apoio ao campo.
São recursos que permitem dar fôlego a quem produz alimentos para o Brasil e para o mundo.
O prazo de pagamento será de até nove anos, com um ano de carência e juros reduzidos, que variam de 6% ao ano para pequenos agricultores a 10% para os grandes.
Programa Solo Vivo leva tecnologia e sustentabilidade ao campo
Entre os anúncios mais comemorados pelos agricultores está a ampliação do Programa Solo Vivo, criado para recuperar áreas degradadas e fortalecer a agricultura familiar.
Inicialmente implantado em Mato Grosso, o programa já atende entre 800 e 1.000 famílias em dez municípios do estado, com investimento de R$ 42,8 milhões.
Na prática, o Solo Vivo alia ciência, tecnologia e apoio social para revitalizar solos exauridos e devolver produtividade a áreas comprometidas.
O resultado é uma produção agrícola mais sustentável e eficiente.
Esse programa espetacular está se espalhando por todo o Brasil, destacou Fávaro.
Segundo ele, o Solo Vivo já chegou ao Amapá, beneficiando os 17 municípios do estado, e deve iniciar uma nova etapa em São Paulo ainda este ano.
Expansão do Solo Vivo fortalece agricultura familiar
O Programa Solo Vivo se tornou um aliado estratégico para pequenos produtores que enfrentam dificuldades com a baixa fertilidade do solo e a desigualdade de acesso a recursos.
Ao revitalizar áreas comprometidas, os agricultores conseguem aumentar a renda, diversificar a produção e reduzir impactos ambientais.
A agricultura familiar, que responde por grande parte dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros, é diretamente beneficiada.
Isso significa não apenas mais empregos no campo, mas também mais segurança alimentar para o país.
Plano Brasil Soberano protege empregos e exportações
Outro ponto central do pacote é o Plano Brasil Soberano, uma resposta direta à decisão dos Estados Unidos de aumentar tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros.
O objetivo é proteger a competitividade dos exportadores, preservar empregos e estimular investimentos.
O plano prevê R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) para linhas de crédito a empresas afetadas, além de medidas como prorrogação de isenções fiscais, aumento da restituição de tributos por meio do Reintegra e facilitação das compras públicas de alimentos.
“O presidente Lula me pediu que abríssemos 200 novos mercados, mas já conseguimos 426”, afirmou Fávaro. Segundo ele, a diversidade da produção brasileira garante vantagens competitivas.
Um exemplo citado foi o DDG, coproduto da produção de etanol de milho, que já chega a 22 países.
Futuro promissor para produtores rurais
Com crédito acessível, renegociação de dívidas e expansão do Programa Solo Vivo, os produtores rurais ganham ferramentas para enfrentar crises climáticas, fortalecer a agricultura familiar e garantir sustentabilidade.
Paralelamente, o Plano Brasil Soberano busca proteger o país de pressões externas, reforçando a posição do Brasil no mercado internacional.
Mais do que medidas emergenciais, o pacote apresentado pelo governo representa uma estratégia de longo prazo.
Ele combina alívio financeiro imediato com inovação e abertura de novos mercados, preparando o setor agropecuário para os próximos desafios.