Declaração feita em Washington por alto funcionário da Casa Branca alerta empresários sobre riscos políticos no Brasil, cita interferências judiciais e recomenda cautela em novos investimentos, sem detalhar casos ou mencionar nomes de magistrados.
O governo dos Estados Unidos não recomenda novos investimentos no Brasil neste momento, revelou nesta terça-feira (09) Michael Jensen, diretor sênior para o Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional.
De acordo com uma reportagem do portal Poder 360, segundo ele, o ambiente de negócios estaria comprometido por decisões de “juízes fora do controle”, o que, na avaliação do governo norte-americano, cria risco para empresas do país.
A declaração foi feita a empresários que participavam do Fórum de Desenvolvimento do Lide, em Washington.
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Jensen disse que, diante do quadro descrito, as oportunidades no Brasil estariam “limitadas pela política”.
Sem mencionar nomes de magistrados, ele vinculou a recomendação de cautela a episódios nos quais, de acordo com seu relato, o governo dos EUA precisou agir em defesa de companhias norte-americanas.
Em sua fala, Jensen descreveu situações que, segundo ele, envolveriam prisões sem ordem e tentativas de retirada de direitos constitucionais de cidadãos dos Estados Unidos.
“Quando o governo dos Estados Unidos tem que intervir em favor de empresas dos Estados Unidos contra juízes fora do controle, que colocam pessoas na cadeia sem prisão, tentam tirar direitos constitucionais de cidadãos dos Estados Unidos, que roubam dinheiro das empresas, esse não é o tipo de ambiente que recomendamos a ninguém”, declarou.
Em seguida, reforçou: “Portanto, oportunidades agora são limitadas pelo ambiente político”.
O que Jensen disse a investidores em Washington
O encontro ocorreu em uma reunião fechada com empresários no Milken Institute, na capital norte-americana.
Nesse contexto, o representante da Casa Branca associou o alerta a um conjunto de decisões judiciais recentes que, em sua visão, estariam afetando operações e segurança jurídica de companhias norte-americanas que atuam no Brasil.
Ele não detalhou casos específicos nem apresentou nomes de empresas durante a intervenção, de acordo com relatos de participantes.
Ao afirmar que a política restringe as oportunidades de negócios, Jensen falou em limitações concretas para novos aportes, sem cravar prazos para eventual mudança de orientação.
A recomendação expressa — “não recomendamos a ninguém” — foi dirigida aos presentes na sala e, por consequência, ao público empresarial que acompanha os debates do Lide.
Alvo implícito e contexto das críticas
Embora não tenha citado diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, Jensen fez referência a “juízes fora do controle”, expressão que tem sido utilizada por críticos de decisões judiciais no Brasil.
O comentário surge em meio a críticas dos Estados Unidos ao Judiciário brasileiro, segundo interlocutores do governo norte-americano, especialmente em casos relacionados a liberdade de expressão e a sanções aplicadas em inquéritos no país.
Ainda assim, o diretor evitou personalizar a crítica e manteve a fala no plano institucional.
Quem é o representante que fez o alerta
Michael Jensen ocupa o posto de diretor sênior para o Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional, órgão que assessora a Casa Branca em temas estratégicos.
Sua atribuição inclui coordenação de políticas para a América Latina e articulação com outros departamentos do governo dos EUA.
O dirigente é tenente-coronel reformado da Força Aérea norte-americana, o que acrescenta trajetória militar à sua atuação no gabinete presidencial.
Como o recado foi recebido no meio empresarial
A mensagem foi direcionada a um público composto por executivos e investidores interessados no cenário econômico e regulatório do Brasil.
Ao enfatizar que o risco político pesa mais do que a atratividade de mercado, Jensen sinalizou que, para o governo dos EUA, segurança jurídica e previsibilidade institucional são critérios centrais na decisão de alocação de capital.
No curto prazo, o efeito prático da recomendação tende a ser maior cautela em novos projetos e reavaliação de exposição já existente.
Recomendação e possíveis desdobramentos
A orientação para postergar ou evitar aportes vem acompanhada de um diagnóstico de interferência judicial que, segundo Jensen, teria ultrapassado limites aceitáveis para a operação de empresas estrangeiras.
Ao mencionar intervenções do governo em defesa de companhias, o diretor indica que as autoridades norte-americanas estariam atuando reativamente ante medidas judiciais que impactariam negócios e indivíduos vinculados aos Estados Unidos.
Sem adiantar eventuais medidas adicionais por parte da Casa Branca, Jensen concentrou-se em desaconselhar investimentos e em apontar a instabilidade política como fator de restrição.
Até o momento da fala, não foram detalhados instrumentos diplomáticos ou econômicos que pudessem ser acionados em complemento ao alerta dirigido ao setor privado.
Ta cheio de empresas cjinesas querendo vir para o Brasil.