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Governo aguarda parecer do BNDES para incluir usina nuclear Angra 3 no PAC

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 31/08/2023 às 23:01
A conclusão do projeto da usina nuclear Angra 3 ainda passará pelo parecer do BNDES. O Governo aguarda a decisão do banco para incluir o empreendimento no PAC.
Fonte: Tractebel

A conclusão do projeto da usina nuclear Angra 3 ainda passará pelo parecer do BNDES. O Governo aguarda a decisão do banco para incluir o empreendimento no PAC.

Nesta quinta-feira, (31/08), o governo brasileiro aguarda o parecer do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para decidir sobre a inclusão da usina nuclear de Angra 3 no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O projeto, que enfrenta incertezas quanto ao investimento privado e à conclusão das obras, foi encomendado em 2019 e sua análise está prevista para ser entregue ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) até o final de 2023. Com um histórico de interrupções, Angra 3 representa um investimento estimado em R$ 20 bilhões para sua finalização.

Parecer do BNDES traçará futuro da usina nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro

O destino da usina nuclear de Angra 3, localizada em Angra dos Reis (RJ), permanece em discussão no setor elétrico brasileiro.

O Governo aguarda ansiosamente a avaliação do BNDES para determinar a possível inclusão da usina no PAC.

O anúncio inicial, feito em agosto, não contemplou a conclusão deste empreendimento de grande relevância.

A decisão final sobre Angra 3 está vinculada à revisão dos estudos conduzidos pelo BNDES.

A análise aborda os investimentos necessários e o formato de contratação da empresa responsável pela finalização da usina.

A etapa de avaliação está prevista para ocorrer após a entrega dos estudos ao CNPE, uma contribuição crucial para a tomada de decisão. O BNDES planeja finalizar essas atualizações até o final de 2023.

Os estudos em questão foram encomendados em 2019, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando Angra 3 foi incluída no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

Em novembro de 2022, uma primeira versão dos estudos foi concluída pelo BNDES e entregue à Eletronuclear e ao Tribunal de Contas da União (TCU).

No entanto, essa entrega ocorreu antes da mudança de governo, adicionando um elemento de incerteza ao processo.

Uma das barreiras para a inclusão de Angra 3 no PAC, de acordo com fontes, é a incerteza relacionada ao investimento privado no projeto.

Até o momento, não está claro qual parte dos recursos necessários para concluir a usina seria provida pelo setor privado ou estatal.

Além disso, a possibilidade de as obras se estenderem até 2029, ultrapassando o atual mandato governamental, também pode ter impactado a decisão.

Projeto de conclusão da usina nuclear Angra 3 ainda enfrenta controvérsias no mercado

Especialistas do mercado energético têm se manifestado sobre a questão da conclusão do projeto Angra 3.

A diretora do Instituto Ilumina, Olga Simbalista, ressalta a possibilidade de atrasos nas obras, influenciando na decisão de inclusão.

A Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan) tem realizado encontros com diversos ministérios, articulando discussões sobre o projeto.

A Abdan destaca a importância de esperar pelos resultados dos estudos do BNDES antes de emitir novas diretrizes.

Angra 3, com um progresso de 65% em seu projeto, é uma usina nuclear com capacidade de 1,4 gigawatts (GW), um marco na energia do país.

Com um histórico que se estende por quatro décadas, o projeto tem enfrentado interrupções, incluindo aquelas resultantes da Operação Lava Jato.

A finalização do projeto demandaria um investimento estimado em R$ 20 bilhões, além dos R$ 7,8 bilhões já aportados. Abandonar o empreendimento, por outro lado, teria um custo estimado em R$ 13,6 bilhões.

Em um cenário onde o futuro da energia é central, a conclusão de Angra 3 representa um desafio complexo, mas também uma promessa de capacidade energética significativa para o Brasil.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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