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Google desafia Geração Z a trabalhar 60 horas semanais sem home office

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 11/03/2025 às 23:05
Atualizado em 12/03/2025 às 00:00
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Google impõe jornada exaustiva de 60h semanais e fim do home office! Sergey Brin quer máxima produtividade para vencer a corrida da IA, mas Geração Z se revolta. A pressão extrema pode levar ao burnout e afastar talentos da empresa. Será que essa estratégia vai garantir a supremacia do Google ou desencadear uma crise interna?

A nova diretriz interna do Google vem causando alvoroço entre seus funcionários, especialmente os mais jovens.

Em meio à corrida pelo desenvolvimento da inteligência artificial geral (AGI), Sergey Brin, cofundador da empresa, fez um apelo incisivo: jornadas de 60 horas por semana e presença obrigatória no escritório todos os dias.

A decisão levanta debates sobre produtividade, exaustão profissional e o choque de mentalidade entre gigantes da tecnologia e a Geração Z.

Uma corrida acelerada pela liderança na IA

Desde o lançamento do ChatGPT pela OpenAI em 2022, o Google tem sentido a pressão de se manter competitivo no setor de inteligência artificial.

A divisão Gemini, responsável pelos avanços da empresa no setor, está no centro dessa disputa.

Para Sergey Brin, a AGI é o Santo Graal da tecnologia, e quem chegar primeiro ditará o futuro da inovação global.

De acordo com um memorando interno revelado pelo The New York Times, Brin não apenas incentivou, mas praticamente exigiu que os funcionários do Google aumentassem suas cargas horárias.

“A competição acelerou imensamente e a corrida final para a AGI está em andamento”, escreveu. “Acho que temos todos os ingredientes para vencer esta corrida, mas teremos que turbinar nossos esforços.”

O Google, que atualmente exige três dias presenciais por semana, pode estar sinalizando um endurecimento de sua política de trabalho híbrido.

Empresas como Amazon, AT&T e Goldman Sachs já tomaram medidas semelhantes, pressionando seus funcionários para retornarem aos escritórios em tempo integral.

Geração Z versus modelo tradicional de trabalho

A Geração Z tem demonstrado resistência ao formato de trabalho tradicional, valorizando a flexibilidade e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Ao redor do mundo, experimentos de semanas de trabalho reduzidas têm ganhado força, com algumas empresas adotando jornadas de apenas quatro dias sem perda de produtividade.

Nesse contexto, a decisão do Google é vista como um retrocesso para muitos profissionais.

Ao invés de seguir a tendência de flexibilização, a empresa optou por um modelo mais exigente, que pode alienar parte de sua força de trabalho.

Estudos indicam que jornadas excessivas podem ser contraproducentes.

De acordo com um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), trabalhar mais de 55 horas por semana aumenta em 35% o risco de AVC e em 17% o risco de doenças cardíacas.

O Google, porém, acredita que a pressão extra é necessária para manter sua posição na vanguarda da IA.

O dilema do esgotamento profissional

A exigência de jornadas mais longas não passa despercebida pelos especialistas.

Estudos de produtividade mostram que funcionários exaustos tendem a cometer mais erros, perder criatividade e ter menor eficiência no longo prazo. Sergey Brin, no entanto, parece consciente desse risco.

No memorando, ele reconhece que a carga excessiva pode levar ao burnout, mas argumenta que o sacrifício é necessário para que a empresa permaneça relevante na corrida pela AGI.

Mesmo com esse argumento, o Google enfrenta o desafio de manter seus talentos sem desgastá-los até o limite.

Se a pressão for excessiva, a empresa pode ver seus melhores profissionais migrarem para startups ou concorrentes que oferecem condições mais flexíveis.

Mudança de política ou apenas um teste de resistência?

Até o momento, a diretriz não se tornou uma política oficial do Google. No entanto, o discurso de Brin sugere que a empresa está monitorando a resposta dos funcionários.

Se houver adesão, a exigência de 60 horas semanais pode se tornar padrão, marcando uma guinada na cultura corporativa da big tech.

O Google aposta que, ao trabalhar em um ritmo acelerado, sua equipe do Gemini se tornaria “os cientistas e programadores de IA mais produtivos do mundo”.

No entanto, a eficiência não depende apenas de tempo dedicado, mas também de bem-estar e motivação.

A grande questão é: o Google conseguirá manter sua liderança em IA sem exaurir seus profissionais?

Ou o excesso de pressão resultará no efeito inverso, afastando os melhores talentos e colocando a empresa em desvantagem competitiva?

Por enquanto, a polêmica continua, e a resposta só virá com o tempo. O que está claro é que a relação entre as big techs e seus funcionários está em transformação, com batalhas sendo travadas não apenas nos laboratórios de inovação, mas também dentro dos próprios escritórios.

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Erick
Erick
12/03/2025 17:03

Igual o meme..

o que te motiva a trabalhar? Dinheiro!

A empresa sabendo disso e paga do bem, terá muitos trabalhadores fiéis.

Pessoal a favor do 4×3 trabalhar 15horas por dia kkkkk boa sorte.

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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