Fraudes digitais voltam a usar o nome do PIS/Pasep para enganar trabalhadores e herdeiros com promessas de saque imediato e cobranças falsas, mas o governo reforça que a consulta deve ser feita apenas no REPIS Cidadão e na Caixa.
A volta de páginas fraudulentas que prometem “liberação imediata das cotas do PIS/Pasep” tem mirado sobretudo quem trabalhou com carteira assinada entre 1971 e 1988 e herdeiros de titulares falecidos.
Os golpistas replicam visualmente portais públicos, pedem dados pessoais e, em alguns casos, cobram “taxas” via Pix para suposta validação.
O governo orienta que a checagem seja feita apenas pelos canais oficiais, com consulta no REPIS Cidadão e pagamento pela Caixa Econômica Federal, sem intermediação e sem cobrança de tarifa.
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REPIS concentra a consulta oficial
Enquanto páginas falsas tentam se beneficiar do interesse legítimo pelo ressarcimento, o Ministério da Fazenda mantém o REPIS Cidadão como ambiente único de verificação e solicitação.
O serviço foi concebido para informar, passo a passo, se há valores a resgatar e quais documentos são necessários para o saque direto, sem terceiros.
A autenticação ocorre no Gov.br, o que reduz o risco de exposição indevida de informações sensíveis.
Caixa confirma quem tem direito
A Caixa confirma que o ressarcimento das cotas do antigo fundo é devido a trabalhadores do setor privado e servidores cobertos pelo período de 1971 a 1988 que ainda não retiraram o dinheiro.
O atendimento ocorre nos canais do banco e em agências, com possibilidade de tramitação integrada ao REPIS.
Não há cobrança de “taxa de liberação” ou “tarifa de processamento” para que o pagamento seja efetuado.
Órgãos de comunicação do governo federal já desmentiram páginas que usam a marca da Caixa para oferecer “saque instantâneo”, reforçando que tais promessas não são oficiais.
Golpistas ampliam ataques digitais
Além do redesenho visual de portais públicos, as fraudes se apoiam em mensagens em massa que simulam resultados de consulta e pressionam pelo envio de documentos fora de sistemas oficiais.
Em muitos casos, as vítimas recebem pedidos para transferir valores por Pix como suposta exigência para “validar” o direito, argumento inexistente nas rotinas governamentais.
Alerta-se, ainda, que não há “tributação sobre Pix” em serviços desse tipo; cobranças vinculadas a benefícios por aplicativos de pagamento são indício recorrente de golpe.
Estratégias comuns dos fraudadores
Como os golpistas atuam, o objetivo é sempre o mesmo: coletar dados pessoais, capturar senhas ou provocar transferências não autorizadas.
Para isso, clonam páginas, compram anúncios e utilizam variações de endereços que lembram domínios oficiais, conduzindo o usuário a formulários paralelos.
Quando o tráfego aumenta em buscas por “PIS/Pasep liberado”, novas páginas temporárias costumam surgir, copiando marcas do governo e publicando depoimentos genéricos de supostos beneficiários.
Sete sinais de site falso sobre PIS/Pasep
- Exigência de pagamento antecipado, “taxa de liberação” ou cobrança por Pix em nome de órgãos públicos.
- Endereços fora de domínios governamentais, com letras trocadas ou tentativas de imitar “gov.br”.
- Prazos falsos ou ameaças de bloqueio de CPF para induzir decisões rápidas.
- Formulários que coletam dados sensíveis fora do Gov.br, como selfies com documentos.
- Uso indevido de brasões e marcas oficiais em páginas com erros e sem acessibilidade.
- Comprovantes e testemunhos vagos, sem número de processo ou protocolo oficial.
- Redirecionamentos sucessivos vindos de anúncios ou redes sociais até páginas de pagamento.
Órgãos públicos reforçam que nenhum serviço oficial cobra para liberar direitos.
Como consultar com segurança
Para quem tem direito, o caminho seguro começa pela confirmação no REPIS Cidadão.
A plataforma informa se existe saldo vinculado ao CPF do titular ou de pessoa falecida e orienta sobre os documentos exigidos.
Em situações de inventário ou sucessão, o sistema apresenta quais comprovantes são aceitos para instruir o pedido, com orientações específicas para herdeiros.
Assim que a consulta indica valores, o procedimento seguinte envolve a Caixa, responsável pelos pagamentos, que podem ocorrer por crédito em conta ou conforme as instruções atualizadas do banco.
A recomendação é priorizar o acesso com autenticação no Gov.br e seguir as etapas exibidas após a confirmação dos dados.
Ajustes em caso de divergência cadastral
Quando surgem “pendências de dados” ou divergências cadastrais, a orientação oficial é regularizar as informações nos canais do INSS.
O serviço “Atualizar cadastro e/ou benefício”, disponível no Meu INSS e com suporte pelo telefone 135, corrige inconsistências no CNIS que frequentemente travam análises, como divergências de nome, data de nascimento ou numeração.
Mensagens avulsas recebidas por redes sociais que prometem “consulta rápida” sem autenticação devem ser ignoradas, especialmente quando solicitam CPF como primeiro passo fora do ambiente governamental.
Golpes também atingem outros benefícios
As tentativas de fraude não se limitam ao PIS/Pasep.
Entidades de classe e veículos de imprensa relatam casos semelhantes envolvendo outros benefícios sociais e trabalhistas.
Em geral, a dinâmica repete o mesmo roteiro: páginas efêmeras, artes que imitam comunicação oficial, compra de anúncios para capturar buscas relacionadas a saques e exigência de valores fixos travestidos de “taxa administrativa”.
Em épocas de maior procura por serviços digitais, essas ondas de golpes ressurgem com força, aproveitando-se da desinformação e da urgência de quem busca um direito.
Procedimento legítimo
Apesar do barulho produzido por campanhas falsas, o procedimento legítimo é transparente. A consulta ocorre no REPIS Cidadão, com autenticação segura.
Confirmada a existência de saldo, a Caixa executa o pagamento conforme as regras vigentes.
Não há intermediação de terceiros nem condição para “liberar” o crédito mediante Pix.
Em caso de dúvida, o atendimento presencial nas agências e as centrais oficiais continuam sendo o canal apropriado para conferir etapas, prazos e documentos.
A recomendação final é simples: verifique sempre o domínio acessado, priorize o login no Gov.br, recuse pedidos de pagamento e desconfie de promessas de crédito imediato.
Ainda que os golpistas mudem de abordagem, os sinais permanecem visíveis para quem observa com atenção.
Você já checou se o endereço que pretende usar termina em “gov.br” e se alguém tentou cobrar alguma “taxa” para liberar o seu direito?