Criminosos estão usando inteligência artificial para clonar vozes e aplicar golpes emocionais, simulando pedidos urgentes de parentes próximos
Imagine receber uma ligação do seu filho, mãe ou irmão pedindo dinheiro com urgência. A voz é idêntica à de quem você ama. O jeito de falar, as pausas, até o tom emocional — tudo parece real. Só mais tarde, ao buscar contato por outros meios, você descobre que era um golpe. Muito comum na Europa, essa é a nova face da fraude com uso de inteligência artificial: o golpe da voz clonada.
Nos últimos anos, esse tipo de crime se tornou mais sofisticado. Criminosos têm usado ferramentas de IA para imitar vozes humanas com precisão assustadora.
O golpe, que simula um pedido de socorro vindo de um parente, tem se espalhado rapidamente. A confiança das vítimas é o principal alvo, e os golpistas sabem explorar isso muito bem.
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Como o golpe funciona
A fraude começa com a coleta de áudios da pessoa que terá a voz clonada. Esses áudios podem ser retirados de redes sociais, vídeos, mensagens de voz ou qualquer gravação pública.
Não é necessário muito: com poucos segundos de áudio, os programas de IA já conseguem reproduzir a voz-alvo com boa fidelidade.
Com a voz clonada em mãos, os golpistas entram em ação. Eles ligam ou mandam áudios para os familiares da vítima.
Simulam situações de emergência, como sequestros, acidentes ou problemas graves de saúde. Criam um clima de pânico para que a pessoa transfira dinheiro rapidamente, sem tempo para pensar ou confirmar a história.
Por que é tão perigoso
O perigo está na capacidade de convencimento. Quando alguém ouve a voz de um parente em desespero, é difícil manter a calma. Muitos agem por impulso. Além disso, a tecnologia permite simular emoções, como choro ou pânico, o que torna a fraude ainda mais convincente.
Idosos e pessoas com pouco domínio da tecnologia são os alvos mais vulneráveis. Muitas vezes, não sabem que uma voz pode ser clonada com tanta facilidade. Isso torna a situação ainda mais delicada. O impacto emocional também colabora para decisões apressadas.
Algumas pistas ajudam a identificar o golpe. Um pedido inesperado de ajuda urgente, principalmente envolvendo dinheiro, já deve levantar suspeitas.
Insistência em não avisar outros familiares e dificuldades para fazer videochamadas também são sinais comuns. Respostas vagas ou incoerentes, e pressão para agir rápido, devem ser encaradas com cuidado.
Como se proteger
A orientação é clara: confirme tudo por outros meios. Tente ligar diretamente para a pessoa ou peça uma chamada de vídeo. Crie uma palavra-chave de segurança com seus familiares, para ser usada em emergências reais. Oriente também os mais velhos da família. Explique como o golpe funciona.
Evite publicar áudios pessoais em redes sociais. Limite o envio de mensagens de voz em grupos. Pequenas atitudes podem dificultar o trabalho dos golpistas.
O que fazer se cair no golpe?
A primeira ação é registrar um boletim de ocorrência. Em seguida, entre em contato com o banco e tente bloquear a transação, se ainda for possível. Avise amigos e parentes para que não caiam na mesma armadilha. Guarde provas: áudios, mensagens e números usados ajudam na investigação.
Sim, qualquer pessoa pode ter a voz clonada, desde que existam áudios disponíveis. É difícil perceber que o áudio é falso, principalmente sem ferramentas específicas. A melhor prevenção é a informação. Criar códigos familiares e manter o diálogo aberto são atitudes simples, mas eficazes.
Os golpes não ocorrem só por telefone. Podem acontecer por WhatsApp, redes sociais ou e-mails com áudios. Ao receber um pedido suspeito, confirme sempre por outro meio para garantir que não é uma fraude.
O golpe da voz clonada é mais uma prova de que a tecnologia pode ser usada para o bem ou para o mal. Neste caso, a informação e a prevenção são as melhores armas.
Com informações de Brasil.perfil.