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GNV segue sendo mais econômico do que a gasolina, mesmo após alta de 35%, porém o gás apresenta menor custo-benefício

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 20/07/2022 às 08:51
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foto: reprodução Adobe Stock

Apesar das suas desvantagens, o gás natural veicular (GNV) proporciona grande economia de custos em comparação à gasolina para aqueles que percorrem longas distâncias

Conforme dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o preço do gás veicular teve alta de 34,97% nos últimos 12 meses, ao mesmo tempo em que o valor da gasolina obteve acréscimo de 26,93%. Ainda que o seu aumento tenha sido maior, o GNV permanece sendo mais econômico em relação ao outro combustível. Porém, o custo-benefício de sua instalação varia, sendo mais vantajoso para aqueles que percorrem grandes quilometragens.

Sob esse viés, Guilherme Santana, gerente de vendas de GNV da Comgás, afirma que 2,5 milhões de motoristas utilizam o gás veicular. Segundo ele, a economia obtida pelo usuário no custo por quilômetro rodado pode ultrapassar os 50%, em comparação ao etanol e à gasolina. Santana destaca que, nos últimos 15 anos, o GNV é 40% a 60% mais econômico que a gasolina ou o etanol na maioria dos estados brasileiros.

O gerente explica, ainda, que um automóvel percorre, em média, 7 km por litro com o etanol; 10 km por litro com a gasolina e 14 km por metro cúbico com o GNV. Sendo assim, embora tenha sofrido um grande aumento em seu custo, o gás natural veicular segue hoje oferecendo vantagens, uma vez que proporciona uma economia média de 40%.

Nesse sentido, Guilherme completa que o rendimento dos combustíveis varia conforme o tipo de veículo, mas que, em média, o rendimento do GNV é 35% a 40% maior que o da gasolina, podendo alcançar os 100% se comparado ao etanol.

Tem-se que, em comparação à gasolina, a economia do gás veicular é de cerca de R$ 0,20 por quilômetro percorrido. Enquanto o preço médio do GNV é de R$ 5,10 por metro cúbico, o da gasolina é de R$ 6,07 por litro, segundo informações da ANP referentes à semana dos dias 10 a 16 de julho.

Além da economia de custos, o GNV também oferece outros benefícios

Para que a diferença fique mais clara, o professor de engenharia mecânica Renato Lobo exemplifica que, dentro da cidade, um carro percorre 8 km por litro de gasolina a um custo médio de R$ 0,89 por quilômetro rodado. Com o GNV, o custo seria de R$ 0,69. Assim, caso esse carro percorra 3.000 km por mês, haveria uma economia de R$ 600. O professor declara, ainda, que, além de ser mais econômico, o GNV é menos poluente e torna o veículo menos barulhento.

Nesse viés, Guilherme Santana ressalta ainda mais benefícios da transição para o gás natural veicular. De acordo com o gerente da Comgás, o motorista adquire maior autonomia, graças à ampliação da quantidade de combustível armazenada. Além disso, o GNV não pode ser adulterado, diferente do que ocorre com os combustíveis líquidos.

No entanto, dadas a existência de algumas desvantagens e a necessidade de um grande investimento inicial, Lobo salienta que a instalação do GNV é mais apropriada àqueles que rodam uma quilometragem muito grande por mês e acabam tendo um gasto elevado com combustível.

Quais as desvantagens do GNV?

Para a instalação do gás veicular, é exigido um investimento inicial de R$ 4.000 a R$ 5.000. Entretanto, o engenheiro mecânico explica que poucos indivíduos possuem esta quantia de dinheiro disponível. Levando-se em conta que o motorista percorre em média 3.000 km por mês, esse valor é geralmente recuperado em um período de oito a nove meses.

Santana lembra, ainda, que os gastos do motorista incluem também a documentação e a manutenção periódica do veículo.

Apesar de o valor desembolsado ser reduzido com o decorrer do tempo, Lobo argumenta que o custo-benefício do GNV é baixo para a maior parte das pessoas. Isso porque, entre as suas desvantagens, está também o grande espaço ocupado no veículo, por exemplo, que prejudica o uso do porta-malas para viajar. Ademais, o gás não é facilmente encontrado em todos os lugares do Brasil.

Tem-se também a grande burocracia por trás da transição para o GNV, uma vez que a sua instalação precisa ser legalizada. Dessa forma, é necessário que ocorra, uma vez por ano, uma inspeção do Detran para o licenciamento do veículo.

Além do mais, a manutenção do carro torna-se mais complicada. Renato Lobo diz que, além de precisar ser regulado frequentemente, o gás provoca o ressecamento de toda a injeção do veículo e, após algum tempo, ele acaba perdendo a potência. Se o GNV for colocado em um carro 1.0, por exemplo, ele terá dificuldade para subir uma ladeira depois de um certo período.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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