O Paraná está prestes a leiloar mais de 1.200 km de rodovias, com investimentos bilionários em duplicações, melhorias operacionais e inovações tecnológicas. A ANTT promete um modelo de concessão que alia preço justo e garantia de obras.
Quem diria que rodovias, um assunto que parece tão comum e corriqueiro, poderia movimentar cifras bilionárias e acirrar disputas entre grandes empresas? O Paraná se prepara para uma transformação histórica em seu sistema rodoviário, e os números envolvidos nesse processo impressionam até os mais céticos.
A promessa de duplicações, modernizações e inovações tecnológicas promete mexer com a vida de milhões de motoristas e empresas que dependem das estradas do estado. No entanto, por trás desse leilão de proporções gigantescas, há muito mais do que simples obras: estamos falando de uma mudança que pode redefinir o transporte no sul do Brasil.
Em dezembro de 2024, as atenções estarão voltadas para o leilão dos lotes 3 e 6 das rodovias do Paraná, que, juntos, somam mais de 1.200 km de estradas estaduais e federais.
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De acordo com o edital publicado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), esses dois blocos são estratégicos para o estado e receberão investimentos superiores a R$ 35 bilhões nos próximos 30 anos. Os lotes cobrem regiões como Campos Gerais, Vale do Ivaí, Norte, Centro-Sul, Oeste e Sudoeste, integrando um plano audacioso de modernização.
O que está em jogo no leilão de dezembro?
Com previsão para ser realizado na Bolsa de Valores (B3), o leilão acontecerá em duas datas: 12 de dezembro para o Lote 3 e 19 de dezembro para o Lote 6. As tarifas iniciais de pedágio foram estipuladas em R$ 0,14596/km (Lote 3) e R$ 0,17578/km (Lote 6).
Os interessados devem entregar suas propostas até 9 de dezembro (Lote 3) e 16 de dezembro (Lote 6). Segundo a ANTT, os esclarecimentos complementares podem ser solicitados até 26 de setembro de 2024.
Os trechos a serem concedidos contemplam 500 km de duplicações, além de contornos viários, interseções e melhorias operacionais como áreas de escape, ciclovias, passagens de fauna, passarelas e até pontos de ônibus.
Esse pacote também inclui tecnologias de última geração para monitoramento e segurança, como câmeras OCR para reconhecimento de placas, sistema de pesagem automático, detecção de incidentes e painéis de mensagem variável.
Inovações e garantias de segurança nas rodovias
Uma das maiores novidades é o avanço no sistema de cobrança eletrônica de pedágio, o Free Flow, que permitirá a cobrança sem barreiras físicas, trazendo mais fluidez e comodidade para os motoristas.
A ANTT também confirmou que os trechos de serra, notadamente perigosos, receberão iluminação para maior segurança, somando quase 36 km iluminados nos dois lotes.
A conectividade será um dos pontos fortes dessa nova etapa de concessão. Conforme o planejamento, haverá monitoramento meteorológico em tempo real, garantindo maior previsibilidade para os motoristas e minimizando os riscos nas estradas.
Os desafios do modelo de concessão
O modelo de concessão adotado pelo Governo do Paraná para essas rodovias manteve-se fiel a seus princípios, combinando preço justo com garantia de obras essenciais e competição aberta.
Segundo a ANTT, a proposta foi amplamente debatida em consultas públicas e contou com a participação ativa dos usuários das rodovias. Foram milhares de contribuições que ajudaram a moldar o programa, estabelecendo um recorde em processos conduzidos pela agência.
No modelo de leilão, os lances serão disputados com base na menor tarifa por quilômetro rodado, sendo exigido um aporte inicial em caso de descontos elevados.
A partir de 18% de desconto, os aportes começam em R$ 110 milhões no Lote 3 e R$ 128 milhões no Lote 6, aumentando progressivamente conforme o desconto atinge faixas mais elevadas, podendo ultrapassar os 30%.
Investimentos bilionários à vista
O Lote 3, conhecido como Malha Norte, engloba rodovias que conectam o norte do Paraná ao Porto de Paranaguá, principal eixo de exportação do estado.
Ao todo, serão 569 km de rodovias, com previsão de R$ 16 bilhões em investimentos para duplicações e melhorias, incluindo a criação de cinco contornos viários, como o de Ponta Grossa, que terá 27,7 km de extensão. Entre as cidades beneficiadas estão Londrina, Apucarana, Arapongas e Ponta Grossa, todas cruciais para o escoamento agrícola e industrial do estado.
Já o Lote 6 cobre 646,3 km de rodovias que atravessam o Paraná de Oeste a Sudoeste, com destaque para a BR-277, que vai de Foz do Iguaçu até o litoral.
Esse lote receberá R$ 20,2 bilhões, com foco na duplicação de 462 km, o que trará melhorias significativas na segurança e no fluxo de veículos pesados que transitam na região. O projeto também prevê a construção de um contorno em Marmeleiro, cidade estratégica para o sudoeste paranaense.
Um novo capítulo para as rodovias paranaenses
Com os primeiros lotes de concessão já em operação pelas concessionárias Via Araucária e EPR Litoral Pioneiro, a expectativa é que o modelo seja expandido para todo o Paraná. Lotes adicionais, como o 4 e 5, estão programados para serem leiloados em 2025, completando um plano de 3,3 mil km de estradas concedidas.
Resta saber: como esses investimentos bilionários irão impactar a mobilidade no estado? Será que o Paraná conseguirá transformar suas rodovias em um exemplo para o Brasil? Deixe sua opinião nos comentários!