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Mosaic: Gigante do setor de fertilizantes vende unidade de mineração de fosfato por US$ 111 milhões 

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 08/10/2025 às 10:11
Fonte: Thiago Pereira, comprerural.com/ Google imagens.
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Venda da Mosaic em Patos de Minas (MG) reforça reestruturação global da companhia e abre caminho para grupo brasileiro reativar mina estratégica no Cerrado 

A multinacional americana The Mosaic Company, uma das maiores produtoras globais de fertilizantes fosfatados e potássicos, anunciou a conclusão da venda de sua unidade de mineração de fosfato desativada em Patos de Minas (MG), segundo a Compre Rural.
O ativo foi adquirido pela empresa Fosfatados Centro SPE Ltda. por US$ 111 milhões, em uma operação que marca mais um passo na reestruturação do mercado de insumos agrícolas no Brasil. 

De acordo com comunicado oficial divulgado pela própria Mosaic em 6 de outubro de 2025, US$ 51 milhões foram pagos no fechamento do negócio, e o valor restante será quitado ao longo dos próximos quatro anos. 
O acordo inclui a transferência da mina, das barragens de rejeitos e das licenças associadas, o que garante à nova controladora o controle integral da operação. 

“A decisão faz parte da nossa estratégia global de otimização de portfólio, permitindo realocar capital para áreas de maior retorno”, afirmou Karen Swager, vice-presidente executiva de Operações da Mosaic. 

A companhia estima registrar um lucro contábil entre US$ 80 e US$ 90 milhões no quarto trimestre de 2025, resultado direto dessa transação. 

Nova controladora promete reativar a produção e atender o Cerrado 

Sob o comando do empresário Rodolfo Galvani Júnior, a Fosfatados Centro SPE Ltda. pretende reativar o complexo mineiro de Patos de Minas, que estava desativado desde 2018. 
O objetivo é voltar a produzir fertilizantes fosfatados personalizados voltados à agricultura tropical, especialmente para o Cerrado e a região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), polos que mais crescem no agronegócio nacional. 

Segundo a empresa, o projeto está alinhado ao Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), criado pelo governo federal, que busca reduzir a dependência externa de insumos agrícolas — hoje acima de 80% — e aumentar a produção nacional até 2050. 

“Queremos produzir no Brasil o fertilizante que o Cerrado precisa, com tecnologia nacional, sustentabilidade e geração de empregos locais”, declarou Galvani Júnior. 

A expectativa é que a reativação movimente a economia regional, gere centenas de empregos diretos e indiretos e reforce o fornecimento doméstico de nutrientes agrícolas — uma necessidade estratégica para o país. 

Setor de fertilizantes vive momento de transformação 

O mercado mundial de fertilizantes atravessa um período de grandes ajustes. A alta nos preços de amônia e enxofre, somada a tensões geopolíticas e à busca global por cadeias de suprimento mais seguras, está levando empresas a reverem estratégias e priorizarem operações mais rentáveis. 

A Mosaic segue essa linha de racionalização. Antes da venda de Patos de Minas, a companhia já havia anunciado, em agosto, a negociação de sua subsidiária Mosaic Potássio Mineração para a VL Mineração, por até US$ 27 milhões, envolvendo a mina de Taquari-Vassouras, em Rosário do Catete (SE). 

Essas operações indicam uma mudança de foco global, com a Mosaic priorizando regiões de alto retorno econômico e liberando ativos no Brasil para grupos locais, que passam a ter mais protagonismo na produção nacional. 

Importância estratégica da unidade mineira 

A mina de Patos de Minas tem histórico relevante para o agronegócio brasileiro. Durante décadas, foi uma das principais fontes de fosfato — um insumo essencial para o desenvolvimento de lavouras e para o crescimento da produtividade agrícola. 
Com a nova controladora, o local deve receber modernização tecnológica, novas práticas de gestão ambiental e aumento na eficiência do aproveitamento mineral. 

A Fosfatados Centro já sinalizou que adotará tecnologias de beneficiamento mais limpas, com menor emissão de rejeitos e reaproveitamento de água, além de integrar soluções digitais para controle da produção. 
Se concretizado, o projeto poderá transformar a unidade em referência nacional de mineração sustentável. 

Para o governo federal, esse tipo de operação é crucial para alcançar as metas do Plano Nacional de Fertilizantes, lançado em 2022, que visa reduzir gradualmente a dependência externa e fortalecer a autossuficiência brasileira no setor. 

Mosaic e sua trajetória no Brasil 

A presença da Mosaic no Brasil se consolidou em 2018, com a aquisição da Vale Fertilizantes, operação que transformou a companhia em uma das maiores fornecedoras de insumos agrícolas da América Latina. 
Desde então, a empresa passou a atuar em toda a cadeia — da extração ao fornecimento direto aos produtores rurais. 

Com a venda da unidade mineira, a Mosaic reforça seu foco em operações mais produtivas e sustentáveis, alinhadas a sua estratégia global de competitividade e inovação, especialmente nos segmentos de fosfato e potássio. 

Panorama da operação:

Detalhe Informação 
Unidade vendida Mina de fosfato em Patos de Minas (MG) 
Valor total US$ 111 milhões 
Pagamento inicial US$ 51 milhões 
Prazo de quitação 4 anos 
Nova controladora Fosfatados Centro SPE Ltda. 
Lucro contábil estimado US$ 80 a 90 milhões 
Situação anterior Unidade desativada desde 2018 
Estratégia da Mosaic Realocar capital e priorizar áreas de maior retorno 
Objetivo da compradora Retomar produção e atender agricultura do Cerrado 

Um novo capítulo para o agronegócio nacional 

A venda da unidade da Mosaic em Patos de Minas é mais do que uma transação financeira: representa um movimento estratégico que pode alterar o equilíbrio da indústria de fertilizantes no Brasil. 
Ao colocar o controle nas mãos de uma empresa nacional, abre-se a oportunidade de fortalecer a produção interna, fomentar inovação tecnológica e reduzir a vulnerabilidade do país às importações. 

Para o agronegócio, a notícia é positiva. Mas fica a dúvida: o Brasil conseguirá transformar essas aquisições em autossuficiência real  ou continuará dependente do mercado externo? 

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Roberta Souza

Autora no portal Click Petróleo e Gás desde 2019, responsável pela publicação de mais de 8.000 matérias que somam milhões de acessos, unindo técnica, clareza e engajamento para informar e conectar leitores. Engenheira de Petróleo e pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, também trago experiência prática e vivência no setor do agronegócio, o que amplia minha visão e versatilidade na produção de conteúdo especializado. Desenvolvo pautas, divulgo oportunidades de emprego e crio materiais publicitários direcionados para o público do setor. Para sugestões de pauta, divulgação de vagas ou propostas de publicidade, entre em contato pelo e-mail: santizatagpc@gmail.com. Não recebemos currículos

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