A Gerdau está na iminência de promover uma onda de demissões no Brasil. Caso o governo federal não desenvolva um imposto de importação sobre o aço, a Gerdau pode demitir milhares de trabalhadores.
O presidente-executivo da Gerdau, Gustavo Werneck, afirmou na quarta-feira (27/9) que a Gerdau está na “iminência” de promover uma onda de demissões no Brasil. A Gerdau vai demitir devido à ociosidade em indústrias da companhia espalhadas pelo Brasil. Segundo Werneck, em conferência do setor promovida pela entidade Aço Brasil, a empresa está atualmente na iminência de ter de promover demissões e desligamentos.
Planta da Gerdau no Ceará está parada
Werneck destaca que na Gerdau existem 600 pessoas com suspensão de contratos de trabalho e observou que a planta no Ceará está completamente parada. Em São Paulo e de norte a sul do Brasil, não estão operando.
O executivo ainda não afirmou que as pessoas que estão em casa aguardam uma decisão do governo federal que possa resolver o problema das demissões. Werneck referiu-se ao pedido do setor siderúrgico para que o governo desenvolvesse um imposto de importação sobre o aço, com alíquota de 25%.
- Internet de Elon Musk (Starlink) chega ao Brasil com desconto de MAIS DE 50% visando acabar com a concorrência e inovar na conectividade brasileira, chegando em QUALQUER parte do país
- Crise sem fim! Volkswagen enfrenta demissões em massa e crise tecnológica: será o próximo caso Kodak e Nokia?
- Umas das maiores BR do Brasil será transformada! Rodovia terá duplicação de 221km e R$ 7 bi em investimentos, podendo gerar até 100 MIL empregos
- Noruega investe R$ 350 milhões em energia solar no norte de Minas Gerais
No ano, até então, as ações preferenciais da Gerdau acumulam uma queda de mais de 13%. No último mês, embora a China tenha dado alguns sinais de que pode estar se recuperando, fora de que estimulará sua economia, os ativos caíram 3%.
Já há algum tempo, os executivos das siderúrgicas brasileiras mostram incômodo com o fato do aço chinês estar entrando no Brasil, durante as teleconferências de resultados do segundo trimestre, as reclamações sobre a falta de tributação foram constantes.
Entenda porque a Gerdau pode demitir funcionários no Brasil
Segundo avaliação do executivo, o momento atual em que a indústria siderúrgica brasileira vive, apontando que o forte aumento no volume do aço importado, sobretudo da China, vem prejudicando a produção nacional.
Werneck afirma que se o governo não tomar decisões nos próximos 30 dias sobre o aumento da tarifa de importação, a situação se agravará. É necessário utilizar as ações urgentes para que a tarifa suba 25%, ou então haverá muita dificuldade.
O diagnóstico do presidente da Gerdau foi acompanhado pelo presidente da ArcelorMittal Brasil e presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil, Jefferson De Paula, que confirmou a possibilidade de problemas sociais caso o cenário se mantenha.
De Paula afirma que serão produzidas 1,3 milhão de toneladas de aço a menos por causa do cenário atual de importações. A sua capacidade está entre 15 milhões a 16 milhões de toneladas, entretanto será produzido menos. Caso o cenário continue igual, haverá um problema social no País.
Aumento das importações de aço
Para Jefferson de Paula, as importações de aço ampliaram cerca de 40% em 2023 na comparação com o último ano. O executivo acrescentou ainda que a projeção para o final do ano é de que aconteça uma queda de 6% nas vendas internas.
Já o executivo, um dos principais impeditivos para o avanço do crescimento no País são os juros. De Paula defendeu ainda o uso de incentivos por parte do governo para iniciativas de baixo carbono com foco para a indústria e desenvolvimento de pesquisas: “A indústria siderúrgica será transformada completamente em termos de tecnologia e processamento”.
Segundo o executivo, a disponibilidade de sucata e oferta de gás natural com preços equivalentes serão essenciais para a redução das emissões de poluentes no setor. A neutralidade de carbono passa necessariamente pela oferta de energia sustentável, um dos pilares da neo-industrialização no país. A principal agenda da indústria brasileira do aço é o estabelecimento de medidas de defesa comercial no mercado doméstico. O setor defende uma alíquota de importação em 25% anuais para produtos siderúrgicos.